65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 1. Climatologia
VARIABILIDADE SAZONAL DA DIREÇAO DO VENTO NA REGIÃO DE HUMAITÁ - AM EM 2009.
Marta Patrícia Ramires Lujan - universidade Federal do Amazonas - UFAM
Carlos Alexandre Santos Querino - universidade Federal do Amazonas - UFAM
Paulo André da Silva Martins - universidade Federal do Amazonas - UFAM
Vagner Marques Pavão - universidade Federal do Amazonas - UFAM
Juliane Kayse Albuquerque da Silva Querino - universidade Federal do Amazonas - UFAM
INTRODUÇÃO:
Globalmente, a Amazônia contempla a maior floresta tropical permanente do mundo (Fujisaka et. al, 1998). É uma região bastante diversificada caracterizada a partir da geografia, flora e fauna além apresenta de diferentes microclimas . Porém, ao longo do tempo estas características vêm sofrendo interferências humanas devido à ocupação desordenada das terras, em destaque a região sul do Amazonas, que atualmente, desenvolve-se com a expansão gradativa da fronteira agrícola e de rodovias (Alencastro Graça et al. 2007, Fearnside e Graça, 2006). Como consequência deste intenso desmatamento, áreas que antes eram de floresta nativa tornam-se grandes regiões de pastagens, alterando diretamente as trocas de calor, vapor d’água e momentum entre a superfície e a atmosfera (Oliveira, 2001), bem como velocidade e possivelmente a direção do vento. De acordo com Vendramini (1986), a direção do vento é bastante variável em função da situação geográfica, da rugosidade da superfície, da vegetação e época do ano. Devido a estas particularidades na região sul do Amazonas; há a necessidade de estudar essa variável meteorológica já que, é grande a procura por informações (direção e a velocidade) do vento, para subsidiar projetos e estudos que necessitem desses dados.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho foi comparar entre os períodos seco e chuvoso, a variabilidade da direção do vento no município de Humaitá-AM.
MÉTODOS:
Humaitá localiza-se à na margem esquerda do Rio Madeira, no entroncamento das rodovias Transamazônica e BR-319, com temperatura média de 25oC segundo (Vidotto et al. 2007). A sazonalidade do ciclo hidrológico na região de Humaitá é bem distinto com o da região norte da Amazônia (Zeng, 1999; Costa and Foley, 1999; Marengo, 2006, 2005) com o período chuvoso entre os meses de outubro e abril, e velocidade média do vento de 1,8 m/s, e o período seco de maio a setembro, precipitação e velocidade média do vento de 1,6 m/s. Os dados foram coletados na (EMA) pertencentes ao Instituto Nacional de Meteorologia – INMET e instalada na Escola Agrícola (7o 55’22”S, 63o07’17”O, 72m) do município. A direção do vento; foi coletada de 1 em 1 hora totalizando um período de 24 horas para todo o ano de 2009. Posteriormente os dados foram tratados em planilha eletrônica apropriada, e separada em médias horárias mensais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Verifica-se que a predominância do comportamento médio da direção dos ventos para o período seco foi entre NE (nordeste) à SW (sudoeste). Já para o período chuvoso a média de direção dos ventos concentra-se entre S (sul) à NO (noroeste), porém nos meses de outubro e abril há uma incidência dos ventos em quase todas às direções. Provavelmente essa incidência está relacionada ao período de transição entre as sazonalidades. O sistema de ventos tem duas direções principais: nordeste e leste durante a primavera e o verão e sudeste durante o outono e o inverno. Isso ocorre devido a migração, para norte, da célula anticiclone do Atlântico Sul no verão, e para sul no inverno (Nimer 1989). Assim, as frequências de nordeste (NE) e sudoeste (SW) são as que se apresentam em segundo lugar na maioria dos meses. Apesar dessa diferença observada entre os dois eventos, a direção predominante de ambos estão associadas à orientação do mecanismo de nebulosidade que tem orientação de Noroeste e Sudeste, repercutindo-se sobre a direção do vento, conforme definição de Abreu & Quadro (1994).
CONCLUSÕES:
Na região o suprimento de energia vinda do vento é verdadeiramente fraca e a partir da avaliação do comportamento do vento, direção predominante do vento esta no trecho NO – SE é no período chuvoso, possivelmente associado a Zona de Convergência do Atlântico Sul - ZCAS. Os ventos predominantes do município no período seco são de direção Nordeste (NE), ocorrendo ainda ventos de direção S-SE e S-SW que são atribuídos as Friagens. A incidência de friagens e ZCAS promovem mudanças na direção e velocidade dos ventos, proporcionando aumento na sua velocidade e mudança de direção predominante de NE para S; S-SE e S-SW. Salienta-se também que além dos estudos sobre o comportamento dos ventos é importante, estudar outras variáveis meteorológicas, pois são informações úteis principalmente zona urbana, permitindo, por exemplo, a correta instalação de indústrias, de modo que não prejudiquem as áreas residenciais.
Palavras-chave: Amazônia, Direção do Vento, Climatologia.