65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
TRABALHO PRECOCE: PERFIL SOCIOECONÔMICO E OCUPACIONAL DOS PARTICIPANTES DO PETI DE CAMPINA GRANDE - PB
Emanoela Rocha Santos Diniz - Depto. De Fisioterapia - UEPB
Thayla Amorin Santino - Depto. De Fisioterapia - UEPB
Shara Karolinne Antas Florentino - Depto. De Fisioterapia – UEPB.
Julyanna Neves de Sousa - Depto. De Fisioterapia – UEPB.
Mikaela Kaliny Gomes Barbosa - Depto. De Fisioterapia – UEPB.
Walnia de Lourdes Jales - Profa. Ms./Orientadora – Depto. De Fisioterapia – UEPB
INTRODUÇÃO:
Os principais motivos que levam crianças e adolescentes ao trabalho precoce estão relacionados aos aspectos socioeconômico, político e cultural. Estes fatores forjam a necessidade da família de enviar seus filhos ao mercado de trabalho, considerando que o trabalho é uma “alternativa benéfica” contra as drogas, prostituição, marginalidade. As famílias, preferencialmente de baixa renda, entendem que com o trabalho infantil os jovens desenvolvem o senso de responsabilidade, com isso gera o despertar a um aprendizado do trabalho futuro que rende uma ajuda mensal a família. No entanto, Fischer et al. (2003) garantem que o trabalho desenvolvido precocemente por jovens pode repercutir em suas vidas, podendo ter conseqüências positivas e também negativas ao seu desenvolvimento físico e psicossocial, especialmente em função da competição que se estabelece entre as atividades de trabalho extra-escolar ou domiciliar e as atividades escolares, de esporte e lazer. Atividades estas que possibilitam um meio saudável de formação psicológica e social do jovem. Apesar dos estudiosos na área serem conhecedores do impacto do trabalho precoce na saúde infanto-juvenil, Sarti (1999) assevera que esses aspectos são desconhecidos pela família.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Conhecer os aspectos sócio-econômico e ocupacional de crianças e adolescentes do Programa de Erradicação ao Trabalho Infantil - PETI.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo de caráter documental secundário, realizado através de documentos pertencentes ao PETI da cidade de Campina Grande – PB. Foram coletadas informações das crianças e adolescentes do referido programa, tais como: idade, gênero, nível de escolaridade e ocupação desempenhada pelo mesmo. Com os achados obtidos será possível relacionar os problemas de saúde apresentados pelas crianças e adolescentes e a ocupação desenvolvida antes do ingresso do mesmo no PETI. Além de informações referentes aos jovens trabalhadores, optou-se por obter informações sobre os responsáveis pelos menores, a exemplo de: idade, gênero, grau de instrução e renda familiar. Após coleta, os dados obtidos foram tabulados e tratados estatisticamente por meio do programa Microsoft Excel
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O Programa tinha aproximadamente 300 menores, entretanto, foi possível estudar apenas documentação de 35 crianças e adolescentes com idade entre 5 e 16 anos. De 100% das fichas estudadas, 57,14% eram do gênero feminino e 42,86% masculinos. Dos 100% dos jovens, 80% tinham o ensino fundamental incompleto no período da realização deste estudo. Os demais menores, ou seja, 20% não tinham registros na documentação consultada sobre o nível de escolaridade. Os achados apontaram que 100% dos pequenos trabalhadores, 42,8% desenvolviam a tarefa laboral de reciclagem e 2,48% realizava serviços domésticos, ficando 54,27% dos trabalhadores precoces fora das estatísticas por não haver informações de suas ocupações na referida documentação. Assim como em outros estudos a maioria do público alvo que realizavam serviços domésticos são do gênero feminino. O levantamento feito nos fichários do programa também permitiu apreciar que dos 100% dos responsáveis eram mães com idade média de 34,5 anos. Cerca de 47,77% dos responsáveis tinham ensino fundamental incompleto, 21,05% não sabiam ler e escrever, sendo que 5,27% tinham ensino médio completo. Destaca-se que a variável renda familiar não consta na documentação do serviço.
CONCLUSÕES:
A partir da análise dos dados, verifica-se que a maior parte da amostra participa das atividades educacionais escolares e que os responsáveis desses indivíduos possuem um baixo nível educacional, resultando em uma baixa renda familiar. Tal fato pode estar relacionado com o incentivo à realização de atividades laborais de forma precoce. Apesar da dificuldade em obter os dados, devido à ausência de documentação referente a todas as informações necessárias, foi possível verificar o perfil socioeconômico e ocupacional dos participantes do Programa de Erradicação Infantil da referida cidade. Com isso, observa-se a importância de realizar tal estudo a fim de poder conhecer dados relevantes acerca da população analisada.
Palavras-chave: Trabalho Infantil, Perfil Socioeconômico, Saúde.