65ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 3. Engenharia Civil
EDIFICAÇÕES ECOSUSTENTÁVEIS E A ACEITAÇÃO DO PÚBLICO UNIVERSITÁRIO
Guilherme Ribeiro de Moura - Acadêmico do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário de Maringá
Ivania Skura - Acadêmica do curso de Comunicação Social do Centro Universitário de Maringá
Waldir Silva Soares Junior - Prof. Mestre/Orientador - Centro Universitário de Maringá - CESUMAR
INTRODUÇÃO:
A sociedade atual exige mudanças voltadas para a preservação ambiental. Sue Roaf (2009), explica que devemos construir prédios que durem mais tempo, com o mínimo de manutenção e reformas, poupando energia na operação e na demolição de edificações, já que talvez a construção civil seja a principal fonte de emissão de gases-estufa, de poluição e de lixo, no mundo todo.
Nesse contexto, surgem as vantagens de utilizar técnicas ecosustentáveis. Aborda-se, portanto, não só a sustentabilidade, mas também a ecologia, que não são palavras sinônimas. Sustentabilidade, segundo Araújo (2008) associa-se a idéia de uma capacidade natural de sustentar, relativa ao conceito de durabilidade. E ecologia, segundo Pereira (1993) comumente define-se como as relações saudáveis entre os seres vivos entre si e com o ambiente.
O desenvolvimento tecnológico e social e o equilíbrio ambiental devem caminhar juntos (ADAM, 2001), o estudo desse tema se dá por sua relevância teórica e prática. A importância de se estudar a respeito vem da necessidade de se implementar no setor da engenharia civil práticas e técnicas ecosustentáveis que podem contribuir na evolução social e econômica rumo ao uso responsável de energia e melhor aproveitamento dos recursos naturais.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Geral: Analisar a opinião das pessoas a respeito de uma construção ecosustentável inserida no mercado imobiliário. Específicos: Estudar sobre os componentes de uma edificação segundo técnicas e conceitos da arquitetura ecológica; Entender o comportamento de consumo dos potenciais clientes deste empreendimento.
MÉTODOS:
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica (consulta em livros, periódicos científicos (eletrônicos e impressos), revistas, sites e outros meios) e, ainda, uma pesquisa de campo do tipo descritiva, pois se buscou descobrir e observar fenômenos existentes, interpretá-los e avaliá-los (MARTINS JUNIOR, 2009).
Para isso, estudaram-se os diferenciais de uma construção ecosustentável e sua aceitação pelo público universitário (acadêmicos dos cursos de graduação do Centro Universitário de Maringá – Cesumar, de Maringá – PR). O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário (com questões estruturadas e não estruturadas) que indagou aos sujeitos sua opinião em relação ao empreendimento em questão. Selecionou-se uma amostra não-probabilística de 55 pessoas (34 homens e 21 mulheres – todos alunos do Cesumar), e, dentro desse público, não se especificou a qual curso cada informante da pesquisa pertencia.
Os dados coletados foram analisados segundo as frequências e porcentagens obtidas para denotar o índice de aceitação desse público sobre o objeto pesquisado. A análise dos dados teve uma abordagem principalmente de cunho qualitativo, buscando entender expectativas, necessidades e opiniões dos participantes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Do público pesquisado, 9,1% das pessoas declararam ser da classe econômica A, 50,9% da classe B, 18,18% da classe C e 21,82% optaram por não responder. Quando perguntado aos sujeitos se costumam utilizar produtos com selo ecológico, 43,64% das pessoas responderam “sim” e 56,36% responderam “não”. Quando perguntado “Você considera importante investir em técnicas de construção ecosustentáveis?” 87,27% dos sujeitos responderam “bastante”, 12,73% responderam “um pouco” e ninguém respondeu “não”.
Ainda, quando questionados se consideram que deve haver mudanças que prezem pela preservação ambiental no ramo da construção civil, 100% das mulheres responderam que “sim”, 97,06% dos homens responderam “sim” e 2,94% “não”. Ou seja, 98,18% dos sujeitos consideram que as construções devem se adaptar para respeitar o meio ambiente.
O grupo de alunos denotou (em questão aberta) que considera as técnicas ecosustentáveis válidas e importantes para a sociedade, mostrando que a preocupação com a adoção de mudanças compõe suas opiniões sobre o assunto. Para empresas do ramo da construção civil, portanto, é de suma importância observar essas mudanças (preocupação ambiental e social, assim como a opinião dos consumidores), já que, desse modo, têm maiores chances de atrair a atenção dos clientes.
CONCLUSÕES:
Este estudo aponta que o sucesso em um empreendimento da construção civil pode ser mais facilmente atingido ao se notar a opinião do público consumidor, já que o valor percebido pelos clientes pode representar um diferencial de mercado para as empresas. A preocupação ambiental e a comunicação com o consumidor devem ser exploradas nesse âmbito, pois o mercado está cada vez mais competitivo e não pára de crescer.
A iniciativa ecosustentável, nesse contexto, merece destaque. Grande parte do público consultado afirmou que é importante investir em técnicas de construção ecosustentáveis e declarou considerar que deve haver mudanças que prezem pela preservação ambiental no ramo da construção civil.
É necessário repensar o uso dos recursos naturais conforme se desenvolvem as atividades humanas, buscar um desenvolvimento que respeite estes recursos e não paralise o progresso tecnológico. Essas adaptações são demandadas por fatores sociais, ambientais, econômicos e culturais, devem ocorrer não apenas no mercado da construção civil, mas em empresas de outros ramos, já que há cada vez mais condições para se implantar técnicas que visem um futuro inovador e responsável.
ADAM, R. S. Princípios do ecoedifício. SP: Aquariana, 2001.
ARAÚJO, G. F.de. Estratégias de sustentabilidade. SP: Letras, 2008.
MARTINS JUNIOR, J. Como escrever tccs. RJ: Vozes, 2009.
PEREIRA, A. B. Aprendendo ecologia. RS: Sagra, 1993.
ROAF, S. Adaptação de edificações e cidades às mudanças climáticas. RS: Bookman, 2009.
Palavras-chave: Sustentabilidade, Construção civil, Meio ambiente.