65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
SAÚDE MENTAL E TECNOLOGIAS: PRODUÇÕES BIBLIOGRÁFICAS E DISPOSITIVOS
Jéssica do Nascimento Carneiro - Graduanda do curso de pedagogia- UFAL
Deise Juliana Francisco - Profa. Dra. Orientadora- Centro de Educação- UFAL
INTRODUÇÃO:
No âmbito da intervenção psi, ambientes digitais têm sido utilizados no tratamento de fobias, no atendimento mediado por computador, na reinserção social de portadores de sofrimento psíquico. Sendo assim, a perspectiva da reinserção social de portadores de sofrimento psíquico insere-se na perspectiva da inclusão digital, pois trata-se não apenas da disponibilização de computadores para classe popular; trata-se sim de garantir acesso, produção, seleção e significação da informação a fim de construírem-se conhecimentos sintonizados com a sociedade do conhecimento para todas classes sociais. Foi iniciada uma pesquisa sobre a história da saúde mental a partir dos anos 70 em que militantes da luta antimanicomial buscavam por novas melhorias e novos tratamentos aos considerados loucos e o espaço alvo de críticas foi o manicômio. Após as análises, a pesquisa focou nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) criados em 1991, apresentando que a legislação do SUS prevê um local de promoção à saúde através de um trabalho multidisciplinar. Seguindo essas discussões, realizou-se a análise das tecnologias digitais ao apoio a luta antimanicomial. Ali foram encontradas experiências nacionais e internacionais em que trabalham com as potencialidades do computador e da internet para a reinserção social.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Realizar levantamento bibliográfico sobre o uso de tecnologias na saúde mental, analisando as potencialidades do uso de rádio na intervenção em saúde mental utilizados no Brasil e no mundo, em especial, as digitais como dispositivos terapêuticos e de convivência, propondo ações para serem desenvolvidas nas oficinas e disponibilizar informações em blog construído para o projeto.
MÉTODOS:
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica e produção de materiais tecnológicos (como webrádio, objetos virtuais, sites, blogs, etc.) para viabilizar a realização das oficinas. A pesquisa foi centrada na produção brasileira e internacional datada a partir de 1989, a partir de conceitos da reforma psiquiátrica nos anos 70 e depois centrou no CAPS, ou seja, serviços que de forma multidisciplinar iriam substituir os manicômios. Com essas análises foram buscados modelos de experiências brasileiras e internacionais que utilizam as tecnologias da informação e comunicação (TIC) como intervenção em saúde mental. Assim, foram analisados dados (artigos, dissertações e teses, relatos de experiência) em bibliotecas digitais, repositórios, sites e outras bases de dados, sendo utilizadas palavras-chave como: saúde mental, tecnologias, intervenção em saúde mental, rádio e saúde mental, rádio Tamtam, TV Tamtam e outras. Buscou-se tanto o referencial teórico quanto as iniciativas de uso de tecnologias na intervenção em saúde mental. A análise de conteúdo foi realizada, a fim de levantar categorias de análise de como propor modos de operar nas oficinas. E por fim, foi construído um blog para disponibilizar os resultados desta pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A história da Saúde Mental se deu a partir de indignações e movimentos na qual teve a estruturação do Movimento de Trabalhadores de Saúde Mental, uma união formada por atuantes sejam profissionais e usuários desenvolvendo uma luta contra os manicômios e a desospitalização, ocasionando assim uma ideia de uma sociedade sem manicômios. Em 1991, foram criados outros espaços para um novo método de terapia, os chamados serviços substitutivos aos manicômios que entre eles tem o CAPS que junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), é um espaço que possibilita além do cuidado médico, tem a função de oferecer oficinas terapêuticas para reabilitação social, e assim deixando o ambiente torturador para um novo convívio, adquirindo assim aos usuários meios diferentes para o tratamento. Assim, foram pesquisados sobre o uso das TIC na saúde mental e foram encontrados projetos com o uso de rádio, blog e TV, como um meio de inclusão social e digital. São elas: Rádio Maluco Beleza, Rádio Revolução, Rádio TV Pinel, Coletivo de Rádio Potência, Rádio La Colifata e Rádio Nikosia, permitindo uma relação do conhecimento com a inclusão, pois, operar com esses dispositivos dá a oportunidade de expressar sentimentos criando relações dentro e fora do ambiente terapêutico propiciando um entendimento de liberdade.
CONCLUSÕES:
A pesquisa proporcionou um estudo bibliográfico sobre a reforma psiquiátrica e um levantamento sobre modelos existentes que utilizam as TIC como práticas de intervenção na saúde mental. Para um apoio ao levantamento desse estudo foram pesquisados referenciais em artigos, teses e livros para aprofundar a discussão, tal discussão em que até hoje encontra pontos a serem quebrados e muitos nós a serem atados, por uma luta de igualdade de acesso a comunicação e informação. Contribuiu para um avanço teórico e aprofundamento no tema abordado, atingindo a priori as etapas do projeto, levando em consideração as finalidades da pesquisa, tendo como palavra-chave a reforma psiquiátrica e assim realizar buscas de projetos que trabalham com as tecnologias da informação e comunicação como um meio e estrutura na construção de inclusão digital por pessoas com sofrimento psíquico. E por fim, foi criado o blog Criando Laços (http://criandolacosufal.blogspot.com.br), no qual foi publica os resultados desta pesquisa.
Palavras-chave: Saúde mental, Oficina, Tecnologias.