65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada
EFEITO DO ÓLEO DE COPAÍBA NO CRESCIMENTO DO FUNGO EMBOLORADOR FUSARIUM OXYSPORUM
Rossicléia Ferreira Campos - Engenharia Florestal, Universidade Federal do Acre.
Adriana Ferreira Moreira - Engenharia Florestal, Universidade Federal do Acre.
Jak Soreane Farias de Morais - Engenharia Florestal, Universidade Federal do Acre.
Roberta da Rocha Santana - Engenharia Florestal, Universidade Federal do Acre.
Nei Sebastião Braga Gomes - Prof.Dr./Orientador-Universidade Federal do Acre.
Sandra Albuquerque Lima Ribeiro - Profa.Ms./Orientadora-Universidade Federal do Acre.
INTRODUÇÃO:
Os fungos deterioradores de madeiras são considerados os agentes biológicos mais comuns e importantes na degradação da estrutura da madeira e podem ocasionar alterações da estrutura física da madeira, através do crescimento das colônias e liberação de substâncias químicas (JENNING e LISEK, 1996), ocasionando manchas na madeira o que as depreciam no mercado diminuindo assim seu valor econômico (ABREU et al., 2002).
A madeira atacada por fungos emboloradores apresenta, em sua superfície, área de aspecto pulverulento, de coloração variada, constituída de massa de esporos, facilmente removível por raspagem. Por outro lado, as hifas dos fungos podem penetrar profundamente no alburno sem afetar a coloração da madeira, pois as mesmas são hialinas (Oliveira et al., 1986). A madeira intensamente embolorada apresenta redução na sua resistência ao impacto, sendo que as demais propriedades mecânicas são pouco afetadas (Scheffer, 1973).
Segundo Costa (1999), uma das causas que tem contribuído não apenas para a diminuição da procura da madeira brasileira, mas também para reduzir seu valor comercial, é a falta e/ou inadequado tratamento preventivo contra a infestação de microrganismos que a danificam, em especial os fungos, que comprometem diretamente seu aspecto estético.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar o efeito do óleo de copaíba (Copaifera sp.) na inibição do crescimento do fungo embolorador Fusarium oxysporum.
MÉTODOS:
O isolamento do fungo foi feito a partir de fragmentos retirados de seis corpos de prova de cinco espécies madeireiras, esses fragmentos foram transferidos para placas de Petri, contendo meio de cultura EMA 3% e 250 ppm de antibiótico Cloranfenicol (HANADA et al., 2003) e mantidos a temperatura e luz ambiente do laboratório.
As atividades antifúngicas do tratamento foram avaliadas através da inibição do crescimento miceliano. Utilizaram-se o tratamento nas concentrações de 5μL/mL, 10μL/mL e 15μL/mL em meio de cultura BDA, com as colônias fúngicas purificadas. O ensaio foi conduzido em DIC, em esquema fatorial com dez repetições.
As placas foram inoculadas, no centro, com um disco de 5 mm de diâmetro, contendo micélios do fungo Fusarium oxysporum. Posteriormente, as placas foram incubadas na câmara BOD à temperatura de 25ºC. A avaliação foi realizada quando o crescimento miceliano da testemunha cobriu totalmente a superfície do meio de cultura. A leitura do experimento foi feita calculado o valor médio dos diâmetros para cada placa. Após a medição calculou-se a porcentagem de inibição do crescimento dos tratamentos em relação à testemunha. Os dados obtidos nesse estudo foram submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A inibição do crescimento apresentou-se homogênea, de acordo com o grau de concentração do óleo de copaíba, havendo uma diminuição proporcional dos diâmetros das colônias à medida que a concentração do óleo foi aumentada, sendo observados resultados promissores na redução do desenvolvimento de Fusarium oxysporum nas maiores concentrações utilizadas.
O óleo de copaíba, nas concentrações 5μL/mL, 10μL/mL e 15μL/mL diferiu significativamente da testemunha, sendo que a concentração de 15μL/mL resultou em efeitos mais drásticos sobre a inibição do fungo com 49,51%, seguindo de 40,09% com a concentração de 10μL/mL e 32,96% na concentração de 5μL/mL.
Os resultados encontrados neste estudo são relevantes e promissores, pois mostram que este óleo apresenta uma boa atividade biológica para fungos, visto que produtos com esta concentração podem ser considerados de grande valor para posteriores estudos.
O estudo indica que, de fato, o óleo de copaíba possui atividade antifúngica, embora que para ser utilizado como preservante no combate de fungos da madeira há necessidade de se conduzir experimentos adicionais sobre o óleo de copaíba.
CONCLUSÕES:
Na avaliação do desenvolvimento do fungo todas as concentrações do óleo de copaíba diferiram significativamente da testemunha, reduzindo o crescimento micelial do Fusarium oxysporum logo na menor concentração.
O Óleo de copaíba, mesmo na condição de óleo bruto, apresenta considerável potencial, o que pode representar uma alternativa econômica e ecologicamente viável no controle de fungos degradadores da madeira.
Porem é necessário realizar mais estudos comparativos deste produto vegetal usado como referência comparativa a produtos químicos comerciais empregados como preservante da madeira.
Palavras-chave: Fungo, Óleo de copaíba, Inibição..