65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
EXTRATOS VEGETAIS NO CONTROLE DE Spodoptera frugiperda EM CAMPO DE CULTIVO DE MILHO NO BREJO BARAÍBANO
Antônio dos Santos Silva - Licenciando em Ciências Agrarias - UFPB
André Luis Pereira - Licenciando em Ciências Agrárias - UFPB
Leonardo Dantas da Silva - Prof. Dr. / Orientador, Departamento de Agropecuária/CCHSA/UFPB
José Humberto de Oliveira Silva - Biológo, UVA
Jandemberg Miranda de Souza - Curso Técnico em Agropecuária, CAVN/CCHSA/UFPB
José Alfredo Nunes - Curso Técnico em Agropecuária, CAVN/CCHSA/UFPB
INTRODUÇÃO:
O cultivo de milho na região do Brejo paraibano é mui importância socioeconômica para a população local. Entretanto, esse cultivo tem como um principais fatores reducionais de produção a incidência de pragas. Entre estas a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda (J.E.Smith, 1797)) (Lepidoptera: Noctuidae) destaca-se como uma das mais importantes na redução da produção de milho. Essa praga tem especial importância na face inicial do cultivo, causando desfolha e em mais casos mais sérios tornando a planta praticamente improdutiva.
O controle de pragas é uma das atividades de importância econômica que deve ser enquadrada para a obtenção de maiores rendimentos. Como uma das principais formas de controle da lagarta-do-cartucho são utilizados diversos inseticidas sintéticos que além de aumentar os custos de produção, podem causar intoxicação ao homem, poluir o ambiente, deixar resíduos nos alimentos além de outras desvantagens quando usados de modo inadequado.
Para diminuir amenizar essas desvantagens a uma tendência na pesquisa em buscar alternativas ao uso de agrotóxicos convencionais. No últimos anos tem-se estudado o uso de vários extratos vegetais (p.e. nim, fumo, pimenta, cravo-de-defunto, alho) como modo alternativo de controle de pragas em diversas culturas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Baseado no que exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência de extratos de pimenta, nim e fumo comparada ao uso de um inseticida convencional.
MÉTODOS:
O trabalho foi realizado em campo de 600m2do setor de agricultura do Campus III da UFPB, Bananeiras-PB. O delineamento usado foi o de bloco ao acaso com 04 repetições. Cada parcela constou de uma área de 4,0 m linear com cinco linhas de plantas de milho espaçadas de 1,0m nas entrelinhas. Dentro das linhas, estavam duas plantas/covas após o desbaste. O espaçamento entre covas era de 0,4m. Os tratamentos foram: T1 = testemunha; T2 = extrato de pimenta; T3 = Nim formulado (Fortneem (R)); T4 = Extrato de fumo; T5 = Combinado (pimenta, fumo, convencional e nim); e T6 = Inseticida convencional ((Connect(R)- beta-ciflutrina (piretróide) + imidacloprido (neonicotinóide) na dose recomendada para a cultura pelo fabricante. Foram realizadas amostragens semanalmente usando um sistema de nota que variava de 0 a 3, de acordo a intensidade de ataque (IA) da lagarta, para se verificar o nível de ataque e comparar com o Nível de Controle (IA ≥ 1,0 ) pré-estabelecido. Cada tratamento foi aplicado em sua respectiva parcela sempre que sempre que o ataque atingiu o NC. Os extratos foram de pimenta e de fumo foram preparados em laboratório usando álcool 70% como solvente por um período de 24 h e posteriormente foram diluídos em água para aplicação nas do tratamento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O Connect foi aplicado apenas uma vez, junto com a 1ª aplicação do nim, aos 40 dias após o plantio (DAP), e foi suficiente para manter a IA abaixo do NC. O nim foi aplicado uma segunda vez, aos 67 DAP, mas não foi eficiente como na 1ª aplicação, e o IA se manteve acima. No T5 foram aplicados nim e extrato de pimenta alternadamente, nos 67 e 73 DAP, respectivamente, mas também não foram suficientemente eficiente para manter a IA abaixo de 1,0 até o final do período de avaliação (80 DAP). Os extratos de fumo e de pimenta foram aplicados duas vezes em seguida, nos 67 e 73 DAP, mas também não foram eficientes.
A IA geral de lagarta teve dois picos: o primeiro entre os 40 e 53 DAP e o segundo entre 67 e 80 DAP. O Connect proporcionou uma baixa IA de S. frugiperda, mesmo durante o segundo pico de ataque, isso comprova a eficiência desse inseticida e também a suscetibilidade da população do inseto na região ao produto. Por outro lado, os demais tratamentos, alternativos ao convencional, não surtiram o efeito esperado mesmo sendo aplicado mais de uma vez, pois de acordo com vários autores a eficácia de extratos de fumo, pimenta e de nim já foram comprovados em pesquisas, em sua maioria, realizadas em laboratório. Entretanto, a esta pesquisa foi realizada em condições de campo.
CONCLUSÕES:
Na condição em que se deu a condução deste experimento, pôde-se concluir que:
- O controle convencional é eficiente no controle de S. frugiperda na cultura do milho.
- Nenhum dos tratamentos alternativos usados é eficiente para manter a intensidade de ataque de S. frugiperda abaixo do nível de controle por mais de uma semanas após sua aplicação.
Palavras-chave: Lagarta-do-cartucho, Controle alternativo de pragas, Extratos botânicos.