65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 12. Psicologia
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – POR UMA REFLEXÃO METODOLÓGICA DE NOVAS PRÁTICAS
Maurício da Silveira Soares - Depto de Humanidades e Educação - UNIJUÍ
Cassia Pricila Teixeira - Depto de Humanidades e Educação - UNIJUÍ
Sonia Aparecida da Costa Fengler - Profª Ms. - Depto de Humanidades e Educação - UNIJUÍ
INTRODUÇÃO:
“A educação profissional é um processo de aprendizagem sistemático, geralmente em grupos que seguem uma prática pedagógica para executar as metas definidas de aprendizagem” (LEVENFUS, R. S.; SOARES, D. H. S, 2010, p 24).
O trabalho grupal tem se mostrado benéfico não apenas como metodologia nas atividades escolares, mas também para o desenvolvimento do indivíduo, como o trabalho em equipe, responsabilidade, democracia, etc.
O grupo auxilia no desenvolvimento subjetivo; o próprio sujeito questiona-se sobre a escolha profissional através das contribuições do grupo. Há uma relação interpessoal, grupal, e uma ressignificação, intrapessoal, por parte do sujeito.
Segundo TOMÁS (2009), o trabalho em grupo é um instrumento eficaz de Aprendizagem Colaborativa, porém, os envolvidos no grupo devem aceitar as tarefas propostas, a fim de atingir um objetivo comum.
Cria-se um ambiente para a realização da psicodinâmica, o que promove a empatia dos membros e facilita a discussão das escolhas de cada um, criando hipóteses sobre suas possíveis escolhas.
O jovem aparenta ser facilmente influenciável, como no caso da profissão, seja pela mídia ou pressão dos pais.
A pesquisa permite uma visão crítica da OP, percebendo o estudante como sujeito. E, propõe uma reflexão sobre a metodologia atual.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Propor uma concepção geral do processo de Orientação Profissional (OP) atual; Justificar a importância do processo grupal como instrumento base e eficiente, estabelecendo uma visão crítica sobre a OP e analisando os diversos determinantes que estão ligados a escolha profissional; Apontar necessidades, vantagens e sugestões sobre as práticas realizadas no processo de OP.
MÉTODOS:
O artigo foi produzido a partir da observação e reflexão sobre as práticas realizadas durante o Projeto de Estágio Básico do curso de Psicologia da UNIJUÍ “Oficinas de Sensibilização para a Escolha Profissional” 2012, as quais ocorrem na seguinte ordem: Demanda, Palestras, Oficinas de Sensibilização/Psicodinâmicas, Aplicação do Levantamento de Interesses Profissionais – LIP (opção do aluno), Devolutivas Individuais e Análise das Atividades.
O trabalho foi realizado com 356 jovens entre 15 e 18 anos, estudantes de 4 escolas do Ensino Médio da região noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Também contou com 6 palestras realizadas no evento “Profissional do Futuro”, promovido pela UNIJUÍ, para 283 alunos do Ensino Médio.
As Oficinas de Sensibilização obedecem a um processo sistemático, começando pela divisão da turma, onde a mesma é dividida pelo número de mediadores que permanecem com os mesmos até o término das atividades, com a finalidade de criar vínculo grupal. Em seguida, acontecem as psicodinâmicas que contemplam determinados assuntos, e com isso ocorre o aprendizado colaborativo ou não, dependendo de cada sujeito, a fim de significar o auto-conhecimento, informações profissionais e o significado da escolha profissional e do trabalho.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As Oficinas e as Palestras auxiliam na escolha profissional, amenizando algumas angústias dos jovens. O LIP – Levantamento de Interesses Profissionais expõe apenas uma base de afinidades profissionais.
Questões típicas da adolescência, como a “rebeldia”, estão presentes no processo grupal, fato observado na análise do material produzido nas oficinas.
O Objetivo da OP é fazer uma “ponte” entre a escolha já definida ou não definida com o seu desejo.
É necessário mais de um encontro individual, para identificar intervenções específicas, pois ocorrem intimidações com tarefas em grupo.
Casos especiais devem ser encaminhados, por exemplo, para terapia individual, sem desviar a proposta da OP no processo grupal.
A regularidade semanal e a presença são sinais de produção satisfatória para o sujeito, pois o mesmo se mantém implicado com suas questões.
É preciso um ritmo de condução de cada seção, hora de início e hora de término, para que o trabalho seja realizado com aproveitamento máximo nas oficinas.
O Grupo Operativo como mais viável, pois o mesmo possui características de funcionamento, como por exemplo, o dilema grupal e tarefa do grupo.
O trabalho desenvolve a prática da sua escuta e levantamento de hipóteses observadas na prática ao mediador.
CONCLUSÕES:
Há muito a ser produzido no campo da orientação profissional e para isso é necessário investimentos na área, sejam financeiros, teóricos, metodológicos ou práticos.
A prática grupal tem oferecido mais resultados na elaboração da questão da orientação profissional.
O grupo deve proporcionar o acolhimento do adolescente.
A formação de um Grupo Operativo pode ser mais viável para o processo de aprendizagem colaborativa, visto que segue alguns pré-requisitos para receber esta titulação.
É imprescindível que mediador domine os princípios básicos dos métodos para conduzir a seção grupal, bem como manter sua base teórica, promovendo algumas alterações na prática conforme as necessidades do grupo.
Durante a atividade grupal devemos considerar todas as implicações pessoais apresentadas no grupo, o que se mostrou vantajoso durante a realização do Estágio Básico.
Deve-se observar o contexto que o jovem está inserido e o que pretende inserir-se.
Casos especiais com questões que vão além do grupo, devem ser encaminhados quando necessário.
O adolescente é submetido a uma moratória social onde tanto ambiente circundante como o jovem estão confusos, não esclarecendo se o sujeito permanece numa posição infantilizada ou se está preparado o suficiente para frequentar o meio adulto.
Palavras-chave: Adolescência, Processos Grupais, Escolha Profissional.