65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
INICIAÇÃO AO CONSUMO, INFLUÊNCIA FAMILIAR E ABSENTEÍSMO ENTRE DROGADICTOS EM TRATAMENTO NO CAPS AD DA CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB
Magnum Sousa Ferreira dos Reis - Depto. de Fisioterapia – UEPB
Gésica Cruz Galvão - Depto. de Farmácia – UEPB
Júlia Cristina Leite Nóbrega - Depto. de Fisioterapia – UEPB
Heloiza Maria Pereira de Macêdo - Depto. de Fisioterapia – UEPB
Pâmela Thais da Silva Sousa - Depto. de Fisioterapia – UEPB
Clésia Oliveira Pachú - Profa. Dra. / Orientadora – CCBS – UEPB
INTRODUÇÃO:
O consumo de substâncias psicoativas inicia quando demonstradas expectativas positivas em relação ao uso. Segundo CERQUEIRA et al. (2011), o álcool, por ser droga lícita, é tolerado pela sociedade, e o jovem tem, muitas vezes, sua primeira experiência de consumo no âmbito familiar, assim, o papel dos pais e do ambiente familiar é marcante no desenvolvimento do adolescente, e na sua relação com álcool e outras drogas. De acordo com PEREIRA (2010), fatores gerados pela família podem desencadear tanto comportamentos e prevenção do uso de drogas por seus membros, como o seu uso efetivo, além disso, o comportamento de membros do grupo familiar pode servir como forma de perpetuação do abuso de drogas por um dos indivíduos. Para CAVALCANTE et al. (2012), o rompimento com o vínculo do trabalho surge do processo de dependência de substâncias psicoativas, e a exclusão do mundo do trabalho é uma situação de risco social que tem se alastrado no contexto da globalização da economia e da pobreza. Assim, o trabalho apresentado é original, pertinente e relevante, pois além de contribuir com avanços na compreensão da dependência química, possibilita estreita colaboração entre a UEPB e a Prefeitura Municipal de Campina Grande-PB com estabelecimento de parceria entre as duas instituições.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este estudo visa identificar o início e as influências familiares ao consumo de substâncias psicoativas, bem como observar casos de absenteísmo resultante da dependência química dos drogadictos em tratamento no CAPS AD em Campina Grande-PB.
MÉTODOS:
Trata-se de pesquisa qualitativa descritiva, desenvolvida no Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) da cidade de Campina Grande-PB, realizada no período de julho de 2012 e fevereiro de 2013. Utilizou-se como técnica de coleta de dados entrevistas semiestruturadas, gravadas e armazenadas em formato MP3. A amostra compreendeu 61 sujeitos em tratamento da dependência química, de ambos os sexos e idade entre 17 e 74 anos, que responderam aos questionamentos sobre iniciação ao consumo de drogas psicoativas, influência familiar e absenteísmo. Os dados foram analisados e tabulados para melhor visualização dos resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Em um questionamento acerca da primeira substância psicoativa utilizada, 65,57% afirmaram ter sido o álcool, estando de acordo com REID et al. (2007), que afirma que a frequência de uso de drogas leves está associada significativamente com o uso/abuso e dependência de outras drogas. Quando questionados se havia algum outro caso de dependência química na família, 67,21 % responderam que sim, e desses, 39,0% fizeram referência aos pais, o que corrobora com o estudo desenvolvido por CAMACHO et. al. (2011) que demonstra que um dos fatores que parece ser particularmente vulnerável na influência dos estilos parentais é o consumo de substâncias nomeadamente o álcool, tabaco e droga. Da amostra estudada, 60,66% dos sujeitos relataram estar inativos em suas profissões, concordando com os estudos de HEIM et al. (2008) que afirma que o usuário de substância psicoativa tem perdas individuais como: perda do emprego, bens pessoais, prejuízos à saúde e rompimento do vínculo familiar; e com CARVALHO et al. (2011) que demonstra que a inatividade desperta o desejo pelo uso de substâncias psicoativas; a falta de trabalho, compromisso ou alguma atividade programada contribuem para a recaída como também a sensação de vazio para o qual acabam buscando o preenchimento com a droga.
CONCLUSÕES:
A discussão acerca do uso abusivo de drogas na atualidade tem despertado a atenção de pais, professores e profissionais da saúde, no que se refere a uma patologia multifatorial, no qual o indivíduo acometido, se não tratado, tenderá a representar problemas “biopsicossociais” em efeito cascata, a médio e longo prazo, devastador a ordem pacífica “convivencial” da sociedade como um todo. Conhecer a complexa história pregressa do químico dependente, além de trazer caminhos para serem seguidos para a prevenção, como o caso do Álcool como porta de entrada de outras substâncias psicoativas, muitas até mais danosas; fornece dados precisos para o desenvolvimento do tratamento frente à abstinência, como a necessidade enxergar a família tanto como suporte, como também agredida em potencial; e ainda sugere ferramentas ocupacionais para preencher a inatividade profissional enfrentada pelos sujeitos, possibilitando aumento na autoestima - item fundamental dentro do tratamento. Não podendo ficar acomodada, a comunidade científica deve investigar cada vez mais os novos problemas (como a síndrome da dependência química) das novas realidades evidentemente geradas pelo curso natural da evolução e progresso da humanidade, objetivando fornecer democraticamente qualidade de vida a quem mais precisa.
Palavras-chave: Psicoativos Prevalência;, Drogadicto Família;, Inatividade Profissional Drogas;.