65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 4. Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca - 1. Aqüicultura
CARACTERIZAÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO DO “PEIXE VIVO’’ NA SEMANA SANTA, MUNICIPIO DE CASTANHAL/REGIÃO NORDESTE PARAENSE/BRASIL
Edielson Breno Santos Lima - Graduando do Curso de Tecnologia em Aquicultura do – IFPA Campus Castanhal.
Antonia Rafaela Gonçalves Macedo - Mestranda – IFPA Campus Castanhal
Andreza Barbosa Gouveia - Graduando do Curso de Tecnologia em Aquicultura do – IFPA Campus Castanhal
Fabricio Nilo Lima da Silva - Mestrando em Aquicultura – UFRA Campus Belém
Felix Lélis da Silva - Professor Doutorando/Orientador – IFPA Campus Castanhal.
Adebaro Alves dos Reis - Professor Doutorando/Orientador – IFPA Campus Castanhal.
INTRODUÇÃO:
A piscicultura é um ramo da aquicultura, a qual se refere à criação de organismos aquáticos em condições controladas ou semicontroladas. No caso da piscicultura, os peixes são cultivados em açudes, viveiros escavados, tanques de diferentes materiais, gaiolas flutuantes ou em tanques-rede (PERUSSATTO et al, 2012) . No ano de 2008, a aquicultura contribuiu com 27,2% da produção total de pescado do Brasil. Essa atividade no país tem crescido acima da média mundial desde 1995, no entanto a produção nacional representa apenas 0,5% da produção mundial de animais aquáticos (FAO, 2010). De acordo com Scorvo Filho (2004), a cadeia de produção da aquicultura no Brasil compõe-se dos segmentos: insumos e serviços, sistemas produtivos, setores de transformação, de distribuição e comercialização. Seguindo essa temática, para melhor compreender a cadeia produtiva do peixe vendido através da Feira do Peixe Vivo, que acontece nos dias que antecedem à Páscoa (PERUSSATTO et al, 2012). A região Norte, a atividade aquícola é menos desenvolvida em relação às demais regiões do país (BOSCARDIN, 2008). Já no Estado do Pará, a atividade aquícola com destaque é a piscicultura, em detrimento ao cultivo de camarão, ostra e quelônios que são feitos de forma irrisória (LEE; SARPEDONTI, 2008).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Diante deste contexto, o objetivo do presente trabalho foi caracterizar o processo de comercialização na “feira do peixe vivo” no Município de Castanhal-PA, pois esse estudo tem a finalidade de contribuir com informações sobre o escoamento da produção piscícola principalmente no que se refere a comercialização realizada no período da Semana Santa.
MÉTODOS:
Para a caracterização da comercialização do pescado no Município de Castanhal-PA, em especial durante a comercialização do peixe vivo no período da semana santa, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com perguntas abertas e fechadas, formuladas pela equipe de trabalho, com sete produtores, no período da semana santa de 2012. Desse modo, a técnica de entrevista permite obter informação imediata e corrente sobre os mais diversos assuntos de conhecimento do informante, permitindo um aprofundamento do assunto abordado (LUDKE; ANDRÉ, 1986; CRUZ NETO, 1994; MERGULHÃO; VASAKI, 1998). As entrevistas e visitações locais foram desenvolvidas com base nos trabalhos de grupos formados pelos acadêmicos do curso de graduação de Tecnologia em Aquicultura do IFPA- Campus Castanhal. Nesse sentido, as respostas contemplavam as informações sobre a produção, espécies comercializadas, espécies mais vendidas, apoio a venda, bem como, um pouco das suas experiências sobre a feira no peixe vivo realizado no Município.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Em relação à produção em quantidade de peixe comercializados 71% responderam vender de 1 a 5 toneladas e 29% de 6 a12 toneladas. Do total de entrevistados 57% afirmam vender peixe na feira de 10 a 15 anos, 29% 1 a 2 anos e 14% a 6 anos. Quando perguntados sobre o apoio para realização das vendas na feira 86 % disseram não e 14% sim. Com relação as espécies comercializadas na feira 39% responderam Tambaqui (Colossoma macropomum), 22% Tilápia (Oreochoromis niloticus), 17% Pirapitinga (Piractus brachypomus), 11% Curimatã (Prochilodus cearensis), 6% Piau (Leporinus elongatus), 5% Carpa (Cyprinus carpio) e 5% Tambacu (Piractus mesopotamicus). Segundo os produtores as espécies mais vendidas são tilápia 57%, tambaqui 29%, tambacu 14%. No que diz respeito à venda através de cooperativas ou associações 57% disseram não participar e 43% disseram sim participar. Segundo (PERUSSATTO et al, 2012) a comercialização de peixe se dá através das feiras e pesque- paque e venda diretamente ao consumidor, no entanto, o maior volume de comercialização é mesmo realizado durante a feira da Semana Santa, sendo a tilápia tendo a maior aceitação. A feira, na opinião de todos os feirantes, é muito importante, pois oferece infraestrutura para os piscicultores.
CONCLUSÕES:
A venda na feira do peixe vivo em Castanhal possui um grande potencial de crescimento, com apoio dos órgãos públicos e uma campanha publicitária para divulgar a feira e as espécies vendidas, mostrando os benefícios de se consumir peixes durante todo o ano, oferecendo mais alternativas ao piscicultor, para o sustento de sua família. Verificou-se, ainda, que essa forma de comercialização é mais vantajosa para o produtor, pois é ele quem vende diretamente ao consumidor, evitando, assim, custos com o atravessador e diminuindo a cadeia produtiva. Embora este estudo apresente algumas limitações tais como o fato de o número de produtores ser pequeno, avançou-se no sentido de melhor compreender o escoamento da produção de peixes comercializados em Castanhal na época da Semana Santa.
Palavras-chave: Piscicultura, Escoamento, Produção.