65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
AVALIAÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE MARABÁ
Silvânia Alves Martins - Faculdade de Ciências Exatas e Naturais - CAMAR/UFPA
Renata Lilian Ribeiro Portugal Fagury - Profa. Dra./ Orientadora - Faculdade de Ciências Exatas e Naturais - CAMAR/UFPA
INTRODUÇÃO:
O papel das ciências naturais é colaborar para a compreensão do mundo e suas transformações, situando o homem como individuo participativo e parte integrante do universo utilizando-se conceitos e procedimentos desta área contribuindo para ampliação das explicações sobre os fenômenos da natureza, ao entendimento e ao questionamento dos diferentes modos de nela intervir e, ainda, para a compreensão das mais variadas formas de utilizar os recursos naturais. Dessa maneira os cursos de Licenciatura em ciências naturais funcionam como uma poderosa ferramenta de transformação social para uma sociedade onde o conhecimento é tido como o mais valoroso dos bens. E para que possamos atingir esses objetivos torna-se necessário uma avaliação do ensino de ciências nas Escolas Públicas da Cidade de Marabá na visão dos alunos do 5o ao 9o ano do ensino fundamental. Dessa maneira, este projeto faz parte do projeto PIBID de Ciências Naturais do Campus Universitário de Marabá da Universidade Federal do Pará o qual visa contribuir na formação profissional de Licenciados que integrem atividades de ensino, pesquisa e extensão comunitária, sendo detentor do saber e do saber-fazer, que constituem as bases das competências do futuro.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O principal objetivo deste trabalho foi avaliar o nível de aprendizagem da matéria ciências do quinto ao nono ano do ensino fundamental, identificando os conteúdos que os alunos têm mais dificuldades.
MÉTODOS:
A pesquisa foi desenvolvida nas escolas públicas de Marabá sobre o nível de aprendizagem da disciplina de ciências na visão dos alunos. Utilizaram-se questionários contendo perguntas relacionadas com aos métodos ensinos utilizados pelos professores, o grau de dificuldade, os fatores interferentes inclusive identificação dos tópicos de maior dificuldade de aprendizado. As perguntas eram em sua maioria de natureza objetiva, sendo cerca de vinte por cento delas discursivas. Os dados foram obtidos no final do segundo semestre de 2012. A metodologia de ensino e avaliação foi caracterizada pelos seguintes parâmetros: material didático utilizado, incluindo livro texto e fontes complementares, formas de trabalhar o conteúdo em sala de aula, atividades extraclasse, tópicos que despertam maior interesse entre os alunos, sistema de avaliação, atividades complementares, entre outros. Paralelamente realizou-se entrevista com alguns professores de ciências, mantendo-se o anonimato dos entrevistados de modo a avaliar as dificuldades encontradas pelos mesmos no ensino de ciências. A entrevista estruturada com o auxilio de questionário referentes ao perfil socioeconômico, formação profissional do professor, metodologia de ensino e formas de avaliação além do levantamento de informações referentes as atividades complementares, fontes de informação em Ciências, acesso à internet e bibliotecas entre outros.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Com base nos resultados obtidos podemos destacar que cerca de setenta por cento dos alunos não tem dificuldades em aprender ciência, pois são abordados temas do cotidiano, os demais atribuem à dificuldade devido ao barulho e falta de instalações adequadas na escola. Com relação aos conceitos a maioria obteve conceito final em torno de oito, porém observa-se que poucos obtiveram boas notas nas provas, já que o professor da disciplina passou vários trabalhos para complementação de conceito em média foram acrescido cerca de três pontos em atividades extras. Quando as indicações de outros métodos de ensino mais de noventa por cento dos alunos sugeriram a utilização de experimentos, visitas e vídeos como facilitador de aprendizagem de conteúdos complexos. Com relação aos questionários aplicados aos professores mais de noventa por cento alegaram que não tem tempo para montagem de aulas experimentais nem possuem o hábito de ler revistas de divulgação. Quanto ao uso de fontes de informação específicas em ciências, os professores manifestaram desconhecimento sobre periódicos científicos, uma vez que nenhum soube citar qualquer revista científica indexada nacional ou internacional em suas respectivas áreas de atuação.
CONCLUSÕES:
Com base nos resultados alcançados podemos concluir que os alunos têm mais dificuldades de aprendizagem dos conteúdos que envolvem conhecimentos de química já que a metodologia utilizada pelo professor seria leitura e explicação e que com a utilização de experimentação no ensino de ciências despertaria maior interesse entre os alunos nos diversos níveis de escolarização, já que em seus depoimentos, os alunos atribuíram a utilização de experimentação um caráter motivador, lúdico, essencialmente vinculado aos sentidos. Por outro lado, os professores afirmam que a utilização de experimentação não aumentaria a capacidade de aprendizado, e que funcionam apenas como meio de envolver o aluno nos temas que estariam em pauta. Dessa maneira encontrou-se uma contradição de pensamentos, os quais foram comprovados com aulas experimentais ministradas na escola e constatou-se que realmente a utilização de experimentos facilita o aprendizado do aluno, porém atentou se também que os professores não tem carga horária alocada para preparação de experimentos e ainda que na grande maioria das escolas os laboratórios estão desativados.
Palavras-chave: ensino de ciências, escolas Públicas de Marabá, ensino fundamental.