65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 3. Toxicologia
INFLUÊNCIA DA PRÁTICA PEDAGÓGICA ESCOLAR QUANTO AO USO INDEVIDO DE DROGAS PSICOATIVAS EM UMA ESCOLA PÚBLICA
Patrícia Regina Cardoso de Almeida - Depto. de Enfermagem - UEPB
Maria do Socorro Rocha - Profa. Dra.- Depto.de Farmácia da UEPB
Clésia Oliveira Pachú - Profa. Dra./ Orientadora - Depto.de Farmácia da UEPB
Teresinha Lumena Carneiro Rodrigues - Depto. de Enfermagem - UEPB
Ananery Venancio dos Santos - Depto. de Enfermagem - UEPB
Sarah Pereira Lins - Depto.de Farmácia - UEPB
INTRODUÇÃO:
Na infância ou adolescência se inicia o consumo indevido de drogas psicoativas. A escola, como instituição veiculadora de conhecimentos, desenvolve o papel de acompanhar estudantes durante suas vidas visando a adequação das dificuldades impostas pela vida e pelo dinamismo social (MARIZ, et al, p. 49, 2005). As escolas que adotam modelos de ensino libertadores dão grande ênfase na promoção do diálogo e na adequação dos saberes transmitidos pelos professores de acordo com a realidade local de cada escola (KASSICK, p.138, 2008). Representam assim, um ambiente de extrema relevância para se desenvolver ações preventivas relacionadas ao uso indevido de drogas psicoativas. As drogas psicoativas derivadas da cocaína compreendem o crack, a merla e o oxi, podendo conduzir o usuário à dependência química e, em casos extremos, a morte. Este grave problema de saúde pública se apresenta passível de controle através da disseminação e discussão do problema no âmbito escolar.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este estudo objetiva avaliar como a prática pedagógica escolar sobre cocaína e derivados têm sido abordadas em uma escola pública da cidade de Campina Grande-Paraíba.
MÉTODOS:
Trata-se de estudo qualitativo e descritivo, onde se utilizou para coleta de dados questionário padrão do Programa Educação e Prevenção ao Uso de Álcool, tabaco e Outras Drogas da Universidade Estadual da Paraíba. Foram sujeitos 200 estudantes secundaristas da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Solón de Lucena, localizada no município de Campina Grande, Paraíba. Participaram da amostra a totalidade de estudantes da escola, no período matutino, de ambos os sexos, pertencentes às turmas do 6° ano do ensino fundamental até as turmas de 2° ano do ensino médio. A pesquisa foi realizada no período de março a julho de 2012. Aplicou-se o questionário, composto por 20 questões de múltipla escolha, versando sobre conhecimentos gerais sobre cocaína e derivados como crack, merla e oxi. Os dados foram tabulados para melhor avaliação dos resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Neste estudo observou-se que da amostra total, 200 estudantes, 86,5% não tinham conhecimento da droga merla e 61,5% nunca ouviram falar da droga oxi. Esse percentual elevado, possivelmente reflete a situação ainda mais vulnerável às substâncias psicoativas em virtude da necessidade de aventuras, típica da faixa etária em foco. Nesse sentido, Andrade e Wagner (2011) mostram, ainda, que a aventura esta entre os fatores multifatoriais de vulnerabilidade ao uso de drogas. A ausente e/ou reduzida prevenção a essas substâncias no âmbito escolar poderá conduzir ao aumento do consumo em médio ou longo prazo. 47,5% dos estudantes afirmaram não ter recebido informações relacionadas aos perigos da cocaína, crack, merla ou oxi na escola. Verificou-se ainda que 25,5% afirmaram que as informações oferecidas sobre substâncias psicoativas são insuficientes e 21,5% afirmaram que a escola deveria ter um papel mais ativo. Também foi observado que 77% da amostra considera o crack como a pior droga enquanto 19,5% destes, consideram a maconha como sendo a pior. Essas divergências nas respostas refletem a falta de informação dos adolescentes, sendo preocupante, pois sem o conhecimento prévio dos malefícios dessas substâncias psicoativas, os mesmos podem ser facilmente convencidos a experimentá-las.
CONCLUSÕES:
O papel educativo da escola em relação ao tema das substâncias psicoativas deverá ser mais enfático, o que possivelmente conduzirá a redução do percentual de 86,5% dos estudantes que não obtiveram informações na escola sobre a merla, e 61,5% que nunca ouviram falar de oxi. A informação obtida através das práticas educativas tem o poder transformador na percepção dos adolescentes, referendando a necessidade em desenvolver o pensamento crítico sobre a temática das drogas psicoativas ilícitas e analisar como essa prática pode servir de contramão na utilização dessas drogas por estudantes.
Palavras-chave: Drogas ilícitas, Ensino, Prevenção.