65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 1. Entomologia e Malacologia de Parasitos e Vetores
ESTUDO DA GENITÁLIA EXTERNA FEMININA DE QUATRO ESPÉCIES DE TRIATOMA (HEMIPTERA, REDUVIIDADE)
João Aristeu da Rosa - Depto. de Ciências Biológicas, FCF/UNESP, Araraquara/SP
Sueli Gardim - Depto. de Ciências Biológicas, FCF/UNESP, Araraquara/SP
Danila Blanco de Carvalho - Depto. de Ciências Biológicas, FCF/UNESP, Araraquara/SP
Jader de Oliveira - Depto. de Ciências Biológicas, FCF/UNESP, Araraquara/SP
Heloisa Pinotti - Centro Universitário de Araraquara/UNIARA
Vagner José Mendonça - Depto. de Ciências Biológicas, FCF/UNESP, Araraquara/SP
INTRODUÇÃO:
Devido à importância epidemiológica os Triatominae têm sido estudados por diversas metodologias, principalmente quanto aos aspectos morfológicos, biológicos e genéticos. Rosa et al. (2012) ao descreverem Rhodnius montenegrensis referem a existência de 146 espécies. Schofield & Galvão, 2009 admitem como 80 o número de espécies para o gênero Triatoma e o dividem em 8 complexos e 8 subcomplexos; dentre esses o complexo Triatoma infestans que compreende os subcomplexos Triatoma brasiliensis e Triatoma maculata. Rosa et al. (2010) ao estudarem por meio de microscopia eletrônica de varredura a genitália externa feminina de seis espécies pertencentes aos gêneros Panstrongylus, Rhodnius e Triatoma verificaram que esse caráter morfológico tem validade taxionômica. Caráter esse que segundo Lent & Wygodzinsky, 1979 era destituído de significado taxionômico. Essa afirmação se devia ao fato desse caráter até então ter sido estudado por meio de dissecção das peças genitais e observação por microscopia óptica. No intuito de dar continuidade ao estudo da validade taxionômica da genitália externa feminina dos triatomíneos estudou-se por microscopia eletrônica de varredura T. maculata, T. pseudomaculata, T. brasiliensis e T. juazeirensis.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Contribuir para os estudos taxionômicos dos triatomíneos examinando a genitália externa feminina de T. maculata e T. pseudomaculata, do subcomplexo T. maculata, bem como de T. brasiliensis e T. juazeirensis do subcomplexo T. brasiliensis por meio de microscopia eletrônica de varredura.
MÉTODOS:
Os exemplares utilizados no estudo foram obtidos de colônias mantidas no insetário de Triatominae da Faculdade de Ciências Farmacêuticas/UNESP/Araraquara. Foram examinadas amostras de três colônias de T. pseudomaculata, CTA 151, 152 e 155. Triatoma maculata foi obtido das colônias CTA 140 e 141. As exemplares fêmeas das duas espécies, conforme especificadas anteriormente foram cortadas transversalmente na inserção do final do tórax e início do abdômen. A seguir foram lavadas, desidratadas em série alcoólica e secas em estufa a 50ºC por 30 minutos. Posteriormente foram fixadas pela porção inicial do abdômen em suporte metálico de alumínio em ângulo de 90º e metalizadas com ouro por sputtering. Por último as genitálias foram examinadas pelas faces dorsal, posterior e ventral em microscópio eletrônico de varredura Topcon SM-300. As imagens obtidas foram observadas comparativamente e descritas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As genitálias externas femininas de T. maculata e T. pseudomaculata diferem pela face dorsal quanto ao tamanho das áreas dos segmentos IX e X. Pela face posterior a diferença se faz notar pelo formato do gonocoxito 8 e pela forma de curvatura do segmento VIII. Na face ventral a diferença é percebida pelo formato do gonocoxito 8 e pelo formato e tamanho das áreas das estruturas genitais, localizadas posteriormente ao segmento VII. As diferenças entre T. brasiliensis e T. juazeirensis pela face dorsal ocorrem no formato da linha divisória entre os tergitos VII e VIII, assim como entre o IX e o X. Pela visão posterior a diferença é notada pelo formato da curvatura do tergito VIII, limite entre os tergitos IX e X , curvatura do tergito X, gonocoxitos 8 e 9 e as gonapófises 8. Ventralmente a porção terminal é mais alongada em T. brasiliensis que em T. juazeirensis. Essa porção terminal compreende gonocoxitos 8, gonapófises 8, gonapófises 9, esternitos IX e X, gonapófises 9 e gonocoxitos 9. Esses resultados aliados aos obtidos por Rosa et al. (2010) indicam que o estudo da genitália externa feminina dos triatomíneos tem validade taxionômica.
CONCLUSÕES:
Triatoma maculata e T. pseudomaculata diferem pelo formato das genitálias externas femininas por dois caracteres da face dorsal, dois da posterior e dois da ventral. Triatoma brasiliensis e T. juazeirensis diferem por dois caracteres da face dorsal, seis na posterior e um na ventral. A validade taxionômica da genitália externa feminina de triatomíneos foi confirmada.
Agradecimentos:
Prof. Mario Cilense e Sebastião Dametto pelo constante auxílio na utilização do microscópio eletrônico de varredura, Profa. Mara Cristina Pinto pelo apoio nos trabalhos desenvolvidos, Juliana Damieli Nascimento pela ajuda na manutenção das colônias de triatomíneos.
Palavras-chave: Triatominae, Taxionomia, Genitália Feminina.