65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 1. Entomologia e Malacologia de Parasitos e Vetores
AVALIAÇÃO INSETICIDA DO EXTRATO ETANÓLICO DA RAIZ DE Poincianella bracteosa (TUL.) L. (CAESALPINACEAE) SOBRE LARVAS DE Aedes aegypti (LINNAEUS, 1762), (DIPTERA: CULICIDAE)
Rômulo Carlos Dantas da Cruz - Dpto. de Estudo Básico Instrumentais, UESB
Karine da Silva Carvalho - Dpto. de Estudo Básico Instrumentais, UESB
Sandra Lúcia da Cunha e Silva - Profa.Dra / Orientadora - Dpto. de Estudo Básico Instrumentais, UESB
Simone Andrade Gualberto - Profa. - Dpto. de Estudos Básicos e Instrumentais – UESB.
Daniela Deitos Fries - Profa. - Dpto. de Estudos Básicos e Instrumentais – UESB.
INTRODUÇÃO:
O Aedes aegypti é uma espécie de comportamento estritamente urbano, o qual possui antropofilia acentuada, e é de grande importância médica, por ser o principal vetor da dengue e também o vetor da febre amarela. Atualmente, com a seleção de formas resistentes desses mosquitos aos inseticidas convencionais, têm crescido a procura por extratos vegetais que sejam mais efetivos, haja vista, que as plantas produzem inúmeras substâncias ativas que permitem a defesa contra herbívoros e atração dos polinizadores, substâncias essas que poderão atuar, também, como inseticida.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a propriedade inseticida do extrato etanólico da raiz de Poincianella bracteosa sobre larvas de Aedes aegypti.
MÉTODOS:
Para a realização do experimento utilizou-se a raiz de Poincianella bracteosa, a qual foi coletada, pesada e, posteriormente, colocada em estufa, regulada a 40°C, durante 48 horas. Em seguida, procedeu-se a moagem e a extração do vegetal, utilizando como solvente o etanol. O extrato obtido foi concentrado em evaporador rotatório. Para a realização da avaliação larvicida utilizou-se larvas de terceiro ínstar. Como solvente para solubilização foi utilizado o etanol e água destilada na proporção 6:4, bem como na solução estoque do grupo controle. Foram utilizadas na realização da avaliação inseticida cinco concentrações (13,3mg/mL, 6,7mg/mL, 4,0mg/mL, 2,0mg/mL e 0,7mg/mL) obtidas a partir de uma solução estoque de 400mg/mL, com 30 larvas por repetição, totalizando quatro repetições por tratamento. As observações da mortalidade das larvas, foram realizadas no intervalo de 1h, 2h, 4h, 8h, 16h e 24h, após o início do experimento. Os dados obtidos relativos ao percentual de mortalidade foram submetidos ao teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. Para a avaliação da Concentração Letal 50 foi utilizada a análise Probit.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O peso fresco da raiz de Poincianella bracteosa foi de 2.965,0g e após a secagem 2.522,3g. Após a extração obteve-se 200g de extrato. Em relação à taxa de mortalidade, após 1 hora de observação, não ocorreu diferença significativa entre as concentrações de 13,3mg/mL (9,98%), 6,7mg/mL (5,88%) e 4,0mg/mL (3,35%), no entanto a concentração de 13,3 mg/mL ocasionou um percentual de mortalidade significativamente maior quando comparada as concentrações de 2,0 mg/ml, 0,7mg/mL e o grupo controle, nos qual não houve mortalidade. Contudo, nos horários de observação de 4, 8, 16 e 24 horas, o percentual de mortalidade larval na concentração de 13,3mg/mL foi significativamente maior quando comparada as demais concentrações e o grupo controle, destacando principalmente o intervalo de 24 horas apresentando percentual de mortalidade de 95,78% das larvas. A análise da concentração letal demonstrou que após 8, 16 e 24 horas de observação, com uma concentração de 14,02mg/mL, 7,68mg/mL e 4,75mg/mL, respectivamente, obtém-se uma mortalidade de 50% de larvas de Aedes aegypti, em condições de laboratório. Os dados apresentados ratificam estudos já realizados com espécies pertencentes ao gênero Poincianella.
CONCLUSÕES:
O extrato etanólico da raiz de Poincianella bracteosa, sobretudo na concentração de 13,3mg/mL, demonstrou potencial no que diz respeito à atividade larvicida sobre Aedes aegypti, o que demonstra a necessidade de continuidade dos estudos.
Palavras-chave: Caatinga, Ensaio biológico, Inseticidas naturais.