65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 2. Economia e Sociologia Agrícola
COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS DE ASSENTAMENTOS RURAIS DO TERRITÓRIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA - BA
Débora Lima de Oliveira - Discente do curso de Engenharia Agronômica - UESB; Bolsista UESB.
Francis Almeida Silva - Discente do curso de Engenharia Agronômica - UESB; Bolsista FAPESB.
Janderson de Jesus Lacerda - Discente do curso de Engenharia Agronômica - UESB; IC voluntário.
Ivana Paula Ferraz Santos de Brito - Engenheira Agrônoma, Mestre em Agronomia - UESB.
Valdemiro Conceição Junior - Prof., Dr./Orientador – Depto. de Fitotecnia e Zootecnia - UESB
INTRODUÇÃO:
Os assentamentos rurais se formaram após intensas lutas pela reforma agrária promovidas pelos trabalhadores rurais, e segundo Souza (2011) desempenham papel importante no espaço rural brasileiro.
A dificuldade para comercialização dos produtos gerados pela agricultura familiar sempre foi considerada um dos maiores obstáculos para o desenvolvimento de pequenos produtores rurais, e especialmente de agricultores assentados pela reforma agrária. De acordo com Assumpção (2006), o mercado é competitivo, e o agricultor dificilmente alcança aquele preço que é praticado neste, acarretando uma relação de troca desigual entre a agricultura e a indústria.
Os assentamentos no Território de Vitória da Conquista estão localizados na porção oriental deste, local considerado, segundo EPE (2007), como sendo dos municípios com maior concentração de terras, e de áreas com melhores condições edafoclimáticas, o que implica em maiores chances de desenvolvimento de sistemas eficientes de produção.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Estudar os processos de comercialização dos agricultores familiares assentados no Território de Vitória da Conquista - Bahia.
MÉTODOS:
Os assentamentos visitados na pesquisa foram: Arizona, Baixão, Bela Vista, Caldeirão, Casulo, Cangussú, Cedro, Cristiane, Cipó, Mucambo, Mutum I, Olhos d’ Água, Pátria Livre, Rancho dos Teixeira, Santa Rinta, União e Força, Vale da Califórnia e Zumbi dos Palmares.
Eles fazem parte do Território de Vitória da Conquista – TVC, um dos 27 Territórios de Identidade instituídos pela nova política de regionalização do Ministério de Desenvolvimento Agrário – MDA no estado da Bahia, onde a agricultura familiar e a reforma agrária são os critérios centrais para o agrupamento (BRITO et. al., 2009).
A pesquisa foi realizada por meio da utilização de questionários previamente estruturados, e leitura de paisagem, aspectos da metodologia sistematizada por Garcia Filho (1999). Foram aplicados no total 84 questionários, sendo os resultados tabulados em planilhas eletrônicas do Excel.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dos entrevistados quase 63% afirmaram obter renda principalmente em atividades externas às suas propriedades, advindas de diárias de serviços gerais e, principalmente, aposentadorias, e apenas a minoria a obtém por meio de uso da terra.
A produção é destinada ao autoconsumo da família por 48% dos entrevistados, devido principalmente aos baixos índices de chuva na maior parte das regiões visitadas, que ocasionam redução da produção agrícola. 52% conseguem ainda comercializar o excedente dessa produção, sendo esses localizados em regiões de maior índice pluviométrico, os quais desenvolvem também atividades pecuárias.
Essa comercialização é realizada, na maioria das vezes (64%), para intermediários do sistema de produção, que já conhecem o mercado e se utilizam disso para intermediá-la com uma margem de lucro elevada (MST, 2011). Os assentados vendem sua produção dessa forma mesmo reclamando que o preço pago é bastante inferior ao praticado na feira livre ou pelo varejo, sendo, de acordo Oliveira e Mazzini (2011), os principais motivos de permanecerem nesse sistema a falta de tempo e de conhecimento para participarem mais diretamente do processo de comercialização e, ainda, a falta de estrutura adequada para transporte dos produtos até a cidade.
CONCLUSÕES:
A partir das análises realizadas observou-se que a principal fonte de renda dos assentados é externa a propriedade, e que a maior parte do que é produzido é somente para satisfazer as necessidades de consumo da família. O excedente, que é ocasionalmente gerado, devido às condições climáticas desfavoráveis, é comercializado com atravessadores da região.
Palavras-chave: Mercado, Produção Agrícola, Agricultura familiar.