65ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 2. Geografia Regional

OCUPAÇÃO DOS MANGUEZAIS LUDOVICENSES

Brunno Jansen Franco - Colégio Universitário-UFMA Rosalva de Jesus dos Reis - Profa. Msc. UFMA

INTRODUÇÃO:

Com o avanço da urbanização e o não cumprimento da legislação ambiental, gradativamente as áreas de manguezais estão reduzindo, comprometendo, assim, os estoques de espécies e a manutenção das pessoas que dependem economicamente deste ecossistema. O trabalho ora proposto, a partir do levantamento de informações e conclusões apresentadas, pode se constituir em mais um elemento de auxílio à gestão dos manguezais ludovicenses.

OBJETIVO DO TRABALHO:

Mapeamento das áreas de manguezais; Quantificação das áreas suprimidas de manguezais no período compreendido entre (2000-2010);

MÉTODOS:

Pesquisa bibliográfica, constando de levantamento e análise da bibliografia relacionada com o tema e a área-objeto do estudo; Pesquisa documental, compreendendo levantamento da documentação cartográfica e de sensoriamento remoto que focalize a região da cidade de São Luís e da Ilha do Maranhão; Quantificação e representação dos dados obtidos através dos trabalhos de campo; Realização das etapas de pré-processamento dos dados de sensoriamento remoto (tratamento das imagens de Satélite); Utilização de um conjunto de imagens Landsat 5 dos anos de 2000 e 2010 para realizar a avaliação do percentual de mangue na Ilha para comparação entre a data base e a data limite; Utilização de softwares (Sistemas de Informação Geográfica – SIG’s) para criação de um modelo de banco de dados com as informações do projeto; Aquisição de dados em campo a partir do uso de um equipamento GPS de navegação Garmim GPS 76CSx e o modelo Etrex Venture HC, ambos com interface para SIG’s; Análise e interpretação dos dados obtidos em campo e correlação com dados obtidos através de outros pesquisadores para áreas próximas; Elaboração dos mapas finais contendo a plotagem dos pontos adquiridos por GPS a partir das áreas pesquisadas, resultando em um produto cartográfico que auxilia na localização das principais áreas de supressão de mengues.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Nos trabalhos de campo observou-se que o litoral norte, delimitado pela Praia do Olho d’Água e o duplo estuário dos rios Anil e Bacanga, está totalmente urbanizado. A ocupação deste trecho ocorre de forma intensa. Quanto mais a população cresce, mais aumenta a necessidade de novas moradias, ruas, avenidas, estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços. O problema é que com esse crescimento rápido, não foi levado em conta o planejamento dos bairros e consequentemente afeta a cidade. Dessa forma gera um impacto enorme para ecossistema estudado, o manguezal. No litoral Oeste estão situados os grandes portos ludovicenses como Itaqui, Ponta da Madeira (de propriedade da VALE) e o Porto da Alumar. A Vale ocupa uma área de aproximadamente 11,49% de toda São Luis, o manguezal ocupa cerca de 1.474 ha(hectares) de toda área adquirida pela empresa. (Damasia, 1879/1980) No Quebra-Pote, a partir do porto, desceu-se o rio Tibiri até a sua desembocadura. O que mais chamou atenção foi a densidade e o porte dos mangues. São mais densos e maiores que os observados nas outras porções litorâneas. Junto ao porto, no entanto, há um acúmulo significativo de lixo, constituído, predominantemente, por garrafas plásticas. Em Arraial, visitou-se a porção do povoado que se limita com a baía. Há um pequeno ancoradouro. Os manguezais estão preservados, mas algo preocupante é que algumas habitações já estão muito próximas do ecossistema.

CONCLUSÕES:

Concluímos que com o desenvolvimento do município de São Luis, a procura por moradias foi se intensificando ainda mais e sendo a área de manguezal uma região de baixo valor imobiliário ela se tornou uma opção para pessoas que não tem condições de morar em locais onde o valor de habitação é mais caro e com o mudança para essa regiões se tornará ainda maior a supressão dos manguezais. Diante dos fatos é necessário que alguma ação governamental fiscalize as áreas estuarinas que ainda nos restam; Conscientizar os moradores para que interajam com o manguezal para que eles ajam de forma ecológica; Expandir os programas de habitação para população de baixa renda que mora próximos ou em áreas de manguezal.

Palavras-chave: MANGUEZAL, MAPEAMENTO, USO.