65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 10. Geociências
IDENTIFICAÇÃO DE QUEIMADAS NOS CAMPOS DE CIMA DA SERRA, RS, ATRAVÉS DOS ÍNDICES NDVI E NBR
Bruno Deprá - Colégio Politécnico - UFSM
Diniz Carvalho de Arruda - Colégio Politécnico - UFSM
Tatiana Mora Kuplich - Laborátorio de Sonsoriamento Remoto da Vegetação - INPE
INTRODUÇÃO:
Nos Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul, Boldrini (1997) considera que os campos nessa região constituem “encraves” no domínio da floresta com Araucaria angustifolia, com dominância de espécies cespitosas eretas e de ciclo estival e muitas espécies hibernais endêmicas e/ou raras, ocorrem períodos frios entre os meses de abril e outubro. Nesta época propícia para propagação de queimadas em pastagens, os fazendeiros locais
As técnicas de sensoriamento remoto podem auxiliar na localização e detecção de focos de queimadas, mas para isso precisamos minimizar as interferências atmosféricas nas imagens, a reflectância dos canais/bandas do sensor a bordo do satélite são combinadas, originando diferentes índices, como por exemplo, Índice de Queimada Normalizada (NBR) e Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI). Diversos estudos, com base no NBR e NDVI têm sido propostos para analisar a extensão, dinâmica e severidade de áreas queimadas (HOWARD E LACASSE, 2004; MILLER E THODE, 2007,).
De acordo com o embasamento teórico proposto acima, foi efetuada uma análise multi-temporal, com objetivo de identificar as áreas de queimadas nos Campos de Cima da Serra, RS, a partir dos índices NBR e NDVI, gerados a partir de duas imagens Landsat/TM5 em épocas diferentes.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Identificar as áreas de queimadas nos Campos de Cima da Serra, RS, a partir dos índices NBR e NDVI, gerados a partir de duas imagens Landsat/TM5 em épocas diferentes.
MÉTODOS:
O processamento digital das imagens ocorreu no software ENVI 4.7, envolvendo o georreferenciamento, com o registro das imagens Landsat TM utilizando como referência o mosaico GeoCover Landsat de 2000 fornecido pela NASA (National Aeronautics and Space Administration). Após realizou-se à conversão dos dados de radiância para reflectância e a correção atmosférica, prosseguindo para a geração dos índices NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada) e NBR (Índice da Queimada Normalizado), a partir dos seguintes modelos matemáticos:
NDVI = [(b4-b3)/(b4+b3)]. (1)
NBR=[(b4-b7)/(b4+b7)]. (2)
Nesses modelos matemáticos, b3, b4 e b7 são as bandas do sensor Thematic Mapper (a bordo dos satélites Landsat), correspondentes às faixas do vermelho, infravermelho próximo e infravermelho médio, respectivamente.
Logo após gerar os índices foram realizadas classificações supervisionadas sobre o uso da terra nas duas imagens, criando classes de ocupação com base no conhecimento prévio do local. A análise sobre estas classificações abordou verificar a dinâmica das feições entre as duas datas e qual índices melhor detectou as alterações nos focos de queimadas nessas imagens.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os dados de NBR apresentaram variações pequenas nos valores, mesmo entre classes extremas, como campo e queimada recente, tornando difícil a discriminação destas classes. Notou-se um leve aumento nos valores de NBR em direção às áreas sem queimadas. Para áreas de fogo ativo, as condições da vegetação podem ser muito variadas, assim como o estágio da queima. Não foi possível a comparação de valores de NBR para estas classes nas duas datas.
Na análise de severidade das queimadas ou áreas de queimadas antigas, em áreas de vegetação campestre, os dados NBR também não parecem indicados. A recuperação e regeneração das áreas de campos, conforme as condições climáticas e banco de sementes no solo podem ser muito rápidos.
Os valores de NDVI,conforme esperado, aumentaram em função da quantidade de material vegetal preservado, sendo maiores para as áreas não submetidas à queima. Este índice, para a área de estudo, mostrou-se mais adequado para a verificação de áreas queimadas em diferentes estágios de regeneração do que o próprio NBR. Também foi gerado mapas para facilitar a visualização dos resultados obtidos nos índices.
CONCLUSÕES:
Na verificação de queimadas nos Campos de Cima de Serra, o Índice NBR apresentou pouca variação nos seus valores, dificultando a interpretação dos dados. Em pequenas áreas de queimadas, como é o caso da área de estudo, o NBR não foi satisfatório. Já os dados de NDVI mostraram-se úteis para a verificação de áreas queimadas recentes e antigas.
Acredita-se que a queima da vegetação campestre e sua rápida regeneração em áreas de extensões relativamente reduzidas tornaram limitado o estudo realizado.
Estudos futuros aprofundarão o tema apresentado aqui, incluindo comparações com dados de outros sensores orbitais.
Palavras-chave: Queimadas, Sensoriamento Remoto, NDVI.