65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 1. Antropologia da Religião
PRÁTICAS TERAPÊUTICAS ESPÍRITAS EM SAÚDE MENTAL: UMA ABORDAGEM ANTROPOLÓGICA.
Diogo Evangelista - Depto. de Psicologia da Faculdade Estácio do Recife - FIR
Gustavo Vasconcelos Fonsêca - Depto. de Psicologia da Faculdade Estácio do Recife - FIR
Isaac Andrés Martínez Palma - Depto. de Psicologia da Faculdade Estácio do Recife - FIR
Kelly Cristina Nobre de Andrade Silva - Depto. de Psicologia da Faculdade Estácio do Recife - FIR
Fernando Antonio Domingos Lins - Prof. Dr./Orientador - Depto. de Psicologia da Faculdade Estácio do Recife - FIR
INTRODUÇÃO:
A antropologia no universo das ciências interdisciplinares, tradicionalmente, aborda a fenomenologia religiosa e as práticas terapêuticas a ela associadas, investigando as transformações operadas pela cultura na sociedade. Entre essas atividades existe a do espiritismo, que é uma doutrina ou filosofia, como alguns adeptos preferem denominar. Foi fundada na França no século XIX pelo pedagogo e escritor francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804 – 1869), usando o pseudônimo Allan Kardec. Um dos objetivos do espiritismo é auxiliar no tratamento de doenças físicas e mentais.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Promover uma reflexão, a partir do pensamento antropológico sobre a importância do espiritismo no tratamento de patologias, correlacionando seus métodos terapêuticos com o discurso doutrinário, tendo em vista a importância da consciência e responsabilidade social.
MÉTODOS:
Pesquisa exploratória de caráter bibliográfico, a partir de textos, livros, documentos e periódicos de natureza analítica, selecionados de acordo com a temática abordada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A fluidoterapia é o tratamento mais comum no meio espírita. O “Livro dos Espíritos”, primeiro livro sobre a doutrina espírita, publicado em 18 de abril de 1857, afirma que essa técnica consiste na emanação de um padrão vibratório gerado por pensamentos e transmitido pelo corpo. Ou seja, o passista (aplicador da técnica) posiciona as mãos sobre o corpo do paciente, como se estivesse doando uma energia benéfica. A filosofia espírita diz que toda doença é proveniente do espírito, onde, esses fluídos doados serviriam de tratamento espiritual e também físico ou mental. Apesar de haver relatos de “cura” realizadas por essa prática, a ciência ainda não comprova tal afirmação. O antropólogo Claude Lévi-Strauss (1908 – 2009) afirma em seu livro “Antropologia Estrutural” que o meio religioso é capaz de persuadir crenças, que embora muitas vezes sejam irracionais, são capazes de influenciar positivamente no tratamento ou “cura” de patologias por meio de processos mentais.
CONCLUSÕES:
A antropologia reconhece a importância e o significado de práticas terapêuticas, que utilizando o imaginário social, facilitam a sua eficácia. O tratamento espírita, como uma prática considerada eficaz, admite a contribuição social da mesma, a partir da expectativa gerada e do incentivo a dualidade do tratamento medicamentoso e de natureza espiritual.
Palavras-chave: Antropologia, Imaginário, Espiritismo.