65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
A CONCEPÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE A PRÁTICA DE ENSINO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Antonio Wlisses da Silva - Graduandos de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceará - UECE
Antonia Fátima Pinheiro - Graduandos de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceará - UECE
Francisca Raquel Pinheiro - Graduandos de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceará - UECE
Vaneicia dos Santos Gomes - Profa. MSc.Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas - UECE
Jamili Silva Fialho - Profa. Dra./Orientadora - Curso de Lic. Plena em Ciências Biológicas - UECE
INTRODUÇÃO:
A Educação Ambiental (EA) guarda intrínseca correlação com a sustentabilidade, devido a isso, há varias décadas a humanidade vem descobrindo mesmo que forçosamente a importância da proteção dos recursos naturais quando se pensa em desenvolvimento (AMARAL, 2008).
Após a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental realizada em Tbilisi (EUA), um amplo processo em nível global se criou para pensar em condições que proporcione uma nova consciência sobre o valor da natureza, e para reorientar a produção de conhecimentos baseada nos métodos da interdisciplinaridade (JACOBI, 2003). A realização conjunta das atividades em diferentes áreas de estudo ou disciplinas transforma a Educação Ambiental em uma alternativa de ensino que oferece, à escola, uma grande chance de renovação (MATTOS, 2006).
Com base em tudo isso, o senado aprovou em 27 de abril de 1999, uma lei federal objetivando a contemplação da Educação Ambiental em todas as modalidades de ensino (MORADILHO; OKI, 2003), e a Lei de Diretrizes e Bases (LDB/96) entende que a compreensão dos recursos naturais constitui um aspecto primordial na formação discente.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Verificar o comprometimento dos professores de Ensino Fundamental em trabalhar a Educação Ambiental; Conhecer as principais dificuldades enfrentadas pelos professores para trabalhar a Educação Ambiental; Identificar se o compromisso de Trabalhar a EA no Ensino Fundamental é uma responsabilidade dos professores de todas as áreas de ensino ou de apenas algumas.
MÉTODOS:
Este trabalho envolveu uma pesquisa do tipo quali-quantitativa, que utilizou questionário investigativo a fim de identificar questões a respeito da interdisciplinaridade, dificuldades e importância do trabalho com a EA em escolas do Ensino Fundamental de acordo com a visão de 31 professores que lecionam diferentes áreas de ensino (Português, Matemática, Inglês, História, Geografia, Ciências, Educação Física, Educação Religiosa, Língua Estrangeira e Arte e Educação). A coleta de dados foi realizada com a aplicação de questionários contendo questões objetivas em duas escolas de Ensino Fundamental do Sertão Cearense, a escola Deputado Flávio Portela Márcilio em Quixadá- CE, e a Francisca Josué de Souza Carneiro em Deputado Irapuan Pinheiro - CE. As questões foram as seguintes: 1.Você considera importante trabalhar a Educação Ambiental nas escolas?, 2. Você trabalha a Educação Ambiental em suas aulas?, 3. Qual disciplina oferece melhores recursos para trabalhar a Educação Ambiental?, 4. Quais as principais dificuldades em trabalhar a Educação Ambiental em sala de aula? e 5. Você concorda que a interdisciplinaridade constitui uma importante ferramenta pedagógica? As respostas foram transformadas em dados quantitativos para serem apresentadas em relação à porcentagem de representação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Com os resultados dos questionários foi possível perceber que 100% dos professores consideram que o ensino da EA nas escolas além de ser muito importante deve ser trabalhado de maneira interdisciplinar, porém apenas 87% afirmaram trabalhar em suas aulas. Com isso se pode verificar que mesmo os professores reconhecendo a EA como uma proposta fundamental nas escolas nem todos aplicam tais conhecimentos em suas práticas docente. Sobre as disciplinas que segundo eles mais tem relação com o ensino da EA, obteve maior porcentagem Ciências (33%), Geografia (20%), todas (18%), Arte Educação (11%), e menor porcentagem História (6%), Português (5%), Ensino Religioso (3%) e Matemática e Educação Física (2%) cada. Dessa maneira é possível observar que mesmo os professores reconhecendo a interdiciplinaridade como um recurso indispensável no ensino da EA a maioria deles ainda acredita ser a disciplina de Ciências a principal responsável em trabalhar esse tema. Quanto as dificuldades que os mesmos enfrentam para trabalhar a EA em suas atividades docente, apresentou maior porcentagem a Falta de material didádico (28%), Falta de interesse dos alunos (26%) e Falta de recursos (18%). Apesar de muito se discutir sobre o emprego da EA em todas as escolas brasileiras, ainda são muitos os obstáculos enfrentados pela maioria dos educadores.
CONCLUSÕES:
Para tanto, é possível perceber que mesmo a interdisciplinaridade sendo vista como um meio de superação da fragmentação do saber, a mesma é acima de tudo uma filosofia que requer convicção entre todos os envolvidos no processo educacional (MATTOS, 2006). Porém, quando se trata de questões ambientais, o que se pode perceber é que esse tema vem sendo trabalhado principalmente na disciplina de Ciências (LIPAI, 2007).
Dessa forma, para que haja a construção de uma visão global das questões ambientais pelos alunos é necessário que cada profissional de ensino, mesmo especialista em distintas áreas do conhecimento, sejam agentes da interdisciplinaridade que o tema EA exige (PCNs, 1998), e cada professor dentro da sua especificidade, possa adequar o tratamento dos conteúdos para contemplar o tema Meio Ambiente, assim como os demais temas transversais (ALMEIDA, 2007).
A interdisciplinaridade pode ser buscada por meio de uma estruturação institucional da escola, ou da organização curricular (PCNs, 1998), e acima de tudo requer, que os educadores reconheçam que a EA não é mais uma responsabilidade apenas das disciplinas de Ciências e Biologia, mas um seguimento de todas as áreas do conhecimento (ALTIMANN, 2003).
Palavras-chave: Temas Transversais, Interdisciplinaridade, Professores.