65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
DNA EM ORIGAMI: ATIVIDADE LÚDICA MEDIANDO O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE GENÉTICA
Amanda Jucelene Alves Pereira - Discente de Agronomia, Unidade Acadêmica de Garanhuns/UFRPE
Elvis Prudêncio de Araújo - Discente de Agronomia, Unidade Acadêmica de Garanhuns/UFRPE
Ricardo Bento de Almeida - Discente de Zootecnia, Unidade Acadêmica de Garanhuns/UFRPE
Gabriel Miranda Macambira - Discente de Zootecnia, Unidade Acadêmica de Garanhuns/UFRPE
Júlia Kuklinsky-Sobral - Profa.Dra./Orientadora – Unidade Acadêmica de Garanhuns/UFRPE
INTRODUÇÃO:
Assim como o emprego de modelos tridimensionais foi fundamental no processo de descoberta da estrutura da molécula do DNA (WATSON, 1987), a apresentação dessa estrutura sob forma de modelo nos diferentes níveis de ensino é um agente facilitador para a compreensão de vários fenômenos relacionados ao funcionamento do DNA (LENIRA et al., 2007). Algumas características da molécula de DNA são facilmente representadas por figuras, como por exemplo, o antiparalelismo das fitas, o esqueleto hidrofílico, as bases nitrogenadas, e os emparelhamentos específicos das bases em função do número de pontes de hidrogênio.
Existem para comercialização inúmeros modelos que visam apresentar a estrutura do DNA didaticamente, no entanto na maioria das vezes são caros e inacessíveis para alunos de escolas publicas. Como alternativa existe a proposta para a construção de modelos didáticos da molécula de DNA empregando materiais acessíveis através da arte japonesa do Origami (SEPEL & LORETO, 2007), além de ser uma atividade lúdica que promove as atividades cognitivas e facilita o processo de ensino-aprendizagem.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho propõe o modelo de DNA em origami como ferramenta pedagógica que pode facilitar o processo de ensino-aprendizagem da estrutura da molécula de DNA em uma turma de 2º ano do ensino médio da Escola de Referência Augusto Lúcio, localizada no município de Correntes, estado de Pernambuco, e avaliação dos efeitos nos alunos durante e pós atividade.
MÉTODOS:
As atividades foram realizadas na escola pública “Escola de Referência Augusto Lúcio” com discentes que cursam o segundo ano do ensino médio, no município de Correntes-PE. A turma de vinte e sete alunos foi divida em três grupos para facilitar a discussão e o desenvolvimento das atividades, em cada grupo foi distribuído panfletos elaborados exclusivamente para a atividade em questão, que relatavam sobre a estrutura do DNA, qual a sua função no organismo dos seres vivos, o fato de estar presente na alimentação, além de uma pequena receita sobre extração caseira de DNA em frutas utilizando materiais simples e de fácil acesso. Após a leitura, todos foram instruídos a iniciar a dobradura do origami, cuja área já estava reservada no panfleto com linhas e cores que facilitavam a confecção da dobradura e a futura discussão. Concluída essa etapa, cada aluno teve a oportunidade de questionar o seu próprio modelo e foram discutidas as características que poderiam ser observadas na estrutura confeccionada, como o antiparalelismo das fitas, o esqueleto hidrofílico, as bases nitrogenadas hidrofóbicas, os emparelhamentos específicos das bases em função do número de pontes de hidrogênio, e a possibilidade de ocorrência de mutação por alteração nas bases nitrogenadas. Por fim foi aplicado um questionário onde todos puderam avaliar a atividade realizada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Com base no resultado do questionário aplicado, antes da participar da atividade todos já tinham conhecimento sobre a molécula de DNA. Porém, através da análise estatística, 37% dos alunos não sabiam que ingeriam DNA todos os dias, 100% avaliaram que a construção do DNA em origami facilitou o entendimento sobre a molécula. A satisfação em participar da atividade foi total, pois 100% dos alunos avaliaram que gostaram de participar e construir seu próprio modelo de aprendizado e do desafio proporcionado pela responsabilidade de confeccionar algo novo e desafiador.
Durante a discussão sobre as características do DNA representadas no origami, pode-se observar que todos tinham conhecimento da existência e localização das bases nitrogenadas, porém poucos demostraram conhecimento sobre as pontes de hidrogênio existente entre as bases e sobre a constituição do esqueleto hidrofílico, ou seja, do grupo do fosfato e do grupo da pentose. Não compreendiam também a definição das bases como hidrofóbicas e do esqueleto hidrofílico. Sobre a função do DNA, a questão da hereditariedade foi relatada com coerência por todos, no entanto a possibilidade de ocorrência de mutação ocasionada por alterações nas bases nitrogenadas ainda era umas questão nova para os discentes e acarretava muitas dúvidas.
CONCLUSÕES:
Com base nos resultados obtidos, é possível concluir que o modelo de DNA em origami como ferramenta pedagógica pode estimular atividades cognitivas e promover o processo de ensino-aprendizagem da estrutura da molécula de DNA, pelo fato da atividade e do desafio imposto terem sido adotados com satisfação pelos alunos. Os resultados indicam que há nas escolas públicas uma grande carência por atividades práticas, já que todos demostraram êxito por ter uma aula fora da rotina de livros e leituras extensas.
Palavras-chave: Ácido desoxirribonucleico, Dobraduras de papel, Jogo didático.