65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO EDUCADOR PARA ATUAR NA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS: UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA DA EDUCAÇÃO
Edinete Ribeiro de Lima Santos - Curso de Licenciatura em Letras/Libras/Língua Estrangeira - UFRB
Denise Bastos - Curso de Licenciatura em Filosofia - UFRB
Milena Barbosa Conceição - Curso de Licenciatura em Pedagogia - UFRB
Natalí Sala da Silva - Curso de Licenciatura em Pedagogia - UFRB
Fabiana Rodrigues dos Santos - Profa. Dra. / Orientadora - Centro Formação de Professores - UFRB
Thereza Cristina Bastos Costa de Oliveira - Profa. Dra. / Orientadora - Centro Formação de Professores - UFRB
INTRODUÇÃO:
Para atuar na sala de recursos multifuncionais (SRMs) o educador, seja ele professor, psicólogo, sociólogo ou outro profissional, precisa de uma formação inicial e continuada que possibilite exercer da melhor maneira seu trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais (N.E.E.). Poker (2010) ponderou que “no caso dos alunos com deficiência, o professor precisa identificar e conhecer as suas competências e os recursos/estratégias de ensino que proporcionam a sua aprendizagem, de forma a superar ou compensar os comprometimentos existentes”. Para atender alunos surdos a SRMs deve ter profissionais que dominem a LIBRAS, para atender alunos cegos requer professores com conhecimento do Braile e assim sucessivamente. Esta pesquisa buscou compreender como tem sido a formação dos profissionais que atendem neste espaço verificando as dificuldades apontadas por eles e as sugestões dadas pelos mesmos que os permitiriam desempenhar um trabalho com excelência. Os dados apontaram que é fundamental uma formação inicial e continuada que possibilite identificar as características de cada deficiência, as potencialidades preservadas, saber trabalhar com recursos e estratégias que favoreçam o ensino e a aprendizagem, bem como a autonomia e a inclusão social dos alunos com N.E.E.
OBJETIVO DO TRABALHO:
A presente pesquisa teve como objetivo analisar a formação inicial e continuada do profissional educador que desempenha seu papel na sala de recursos multifuncionais, bem com conhecer as concepções do mesmo diante das demandas das políticas de inclusão escolar.
MÉTODOS:
Utilizou-se a metodologia da pesquisa colaborativa e a coleta de dados baseada em entrevistas com grupos focais. O número de participantes que compôs cada grupo focal variou entre seis e dez pessoas e contou com a presença do moderador. O moderador organizou as reuniões para a coleta de dados e facilitou o processo de discussão controlando o tempo das falas, estimulando e permitindo a manifestação de todos. Esta pesquisa foi desenvolvida com os professores da sala de recursos multifuncionais do município de Amargosa, Bahia. Para gravação das entrevistas foram utilizados aparelhos celulares e câmeras fotográficas. Os áudios obtidos foram transcritos pelos pesquisadores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A partir das análises das entrevistas dos grupos focais foi possível constatar que os educadores que atuam nas SRMs possuem diversas formações inicias, tais como: Licenciatura em Educação Física, Pedagogia, Enfermagem e Sociologia. Apenas 5 educadores têm a graduação completa como formação inicial, enquanto outros 3 possuem apenas ensino superior incompleto. Com relação à formação continuada todos os 10 profissionais entrevistados fizeram cursos na área de Educação Especial, mas nenhum deles ainda possui mestrado ou doutorado na área. Contudo, discutem o quanto é importante o estudo diário. Pois, entendem que só aprendem genuinamente a lidar com alunos com N.E.E. na prática, no contato com os alunos é onde encontram motivação para pesquisarem e estudarem sobre as dificuldades e necessidades encontradas. De acordo com os profissionais entrevistados o papel do professor das SRMs não está politicamente bem definido. Todos concordam que a política de inclusão exige que eles desenvolvam conhecimentos para atender todas as necessidades especiais, mas entendem que cada aluno especial exige tempo e dedicação sendo impossível ao educador dar conta de todas as deficiências. Por isso a necessidade de um trabalho em grupo com uma equipe multifuncional.
CONCLUSÕES:
A Resolução nº 4 de 2 de outubro de 2009, que Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial, diz que o professor para atuar nas SRMs precisa ter curso de graduação, pós-graduação e formação continuada que possibilite que ele desempenhe seu papel na área de Educação Especial. Todavia, o educador que atua neste espaço nem sempre dispõe dessas formações, fator que dificulta o processo de aprendizagem dos alunos com N.E.E. Os educadores entrevistados defendem a existência de uma graduação em Educação Especial e discutem a importância da formação continuada como processo adquirido com o aluno em sala de aula, ficando entendido que só a partir do contato e do convívio com o aluno que eles poderão pesquisar e preparar conteúdos e atividades que respondam a cada especificidade. Fica evidente o valor dado a um trabalho em conjunto onde diversos profissionais atuam para que o aluno aprenda e participe do processo de inclusão escolar. As políticas de inclusão precisam adequar-se a realidade do educador nas SRMs. É necessária uma política de avaliação de como estão funcionando estes espaços e quais ações podem ser tomadas para melhorar o aprendizado dos alunos e o desempenho dos educadores.
Palavras-chave: Necessidades Educacionais Especiais, Formação Continuada, Inclusão Escolar.