65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
CARACTERIZAÇÃO DO ESTERCO BOVINO PROVENIENTE DE ANIMAIS CRIADOS NO IFBAIANO CAMPUS ITAPETINGA.
Lucas Silva de Sousa - Aluno do curso técnico em Agropecuária/ IF Baiano, campus Itapetinga
Fabio Rocha Gomes Jardim - Aluno do curso técnico em Agropecuária / IF Baiano,campus Itapetinga
Flávio Mendes de Souza - Técnico em Química Msc./ orientador - IF Baiano,campus Itapetinga
Lizziane da Silva Argôlo - Professora Dra./ Coorientadora – IF Baiano, campus Itapetinga
INTRODUÇÃO:
A pecuária é responsável por 73% da produção agroindustrial no Brasil com importância significativa para a economia brasileira. Para atender a demanda, os avanços tecnológicos permitiram a pecuária um desenvolvimento sustentável com a implantação de novas práticas e instrumentos essenciais para o reaproveitamento de resíduos. Um desses instrumentos é o Biodigestor, que permite a utilização dos excrementos de animais para a produção de energia e biofertilizante de baixo custo. É importante compreender as características dos excrementos utilizados para a alimentação dos biodigestores, podendo assim, estabelecer parâmetros de produção de biogás e biofertilizante baseado na qualidade da matéria-prima. Pensando nisso, este trabalho foi desenvolvido com a finalidade de caracterizar o esterco bovino (utilizado para a alimentação de biodigestores) proveniente de animais criados no IF Baiano campus Itapetinga, classificando-o de acordo com os diferentes períodos de exposição ao ambiente.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Caracterizar o esterco bovino proveniente de animais criados no IFBaiano campus Itapetinga, de acordo a diferentes períodos de exposição ao ambiente, utilizando alguns parâmetros bromatológicos.
MÉTODOS:
Foram escolhidos animais em período de lactação, dos quais foram coletados amostras de esterco excretado dentro do curral, durante a ordenha no período diurno. Estas amostras foram coletadas com diferentes períodos de exposição ao ambiente, sendo classificados como: fresco (no momento da excreção do animal), semi-fresco (aproximadamente três dias de exposição) e seco (acima de uma semana de exposição). Para caracterização de cada período de exposição foram avaliados os seguintes parâmetros bromatológicos: Teor de Umidade, Cinzas, Extrato Etéreo, FDN (fibra em detergente neutro) e FDA (fibra em detergente ácido). Todas as metodologias utilizadas para avaliação dos parâmetros bromatológicos, estão descritas segundo Rech et.al.(2006).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O esterco bovino caracterizado como fresco apresentava textura pastosa e coloração esverdeada tendo um teor de umidade de aproximadamente 83,3%, resíduo mineral ou cinzas de 88,5%, teor de fibras solúvel em detergente neutro (FDN) de 33,53%, teor de fibra em detergente ácido (FDA) de 14,68% e teor de extrato etéreo de 11,4%. O esterco bovino caracterizado como semi-fresco, apresentava uma superfície escura seca com seu interior de textura pastosa, semelhante ao fresco, tendo um teor de umidade de 72,73%, matéria mineral ou cinzas de 72,77%, fibras em detergente neutro de 25,73%, fibras em detergente ácido de 19,54% e extrato etéreo de 0,78%. O esterco caracterizado como seco apresentava uma consistência quebradiça, com coloração amarelada levemente esverdeada. O seu teor de umidade é de aproximadamente 48,51%, com 74,04% de matéria mineral ou cinzas, 8,03% de teor de estrato etéreo, 26,95% de fibras em detergente neutro e 17,01% de fibras em detergente ácido. Com a exposição ao intemperismo, houve uma redução significativa da umidade devido ao processo de evaporação. Esta relação interfere diretamente na proporção dos outros parâmetros, como é perceptível na variação do teor de fibras solúveis em detergente neutro. No esterco, ainda fresco, provavelmente havia uma concentração de bactérias metanogênicas, que possibilitaram a digestão da fibra nos primeiros dias de exposição ao ambiente, por isso a redução na concentração de FDN de 33,53% para 25,73%.
CONCLUSÕES:
É extremamente importante a caracterização do esterco a partir do seu tempo de exposição ao ambiente, pois através dessa classificação é possível encontrar uma relação direta entre o esterco e os diferentes tipos de uso. Como exemplo sua utilização na alimentação de biodigestores, porém cada um apresentará tempo de retenção hídrica e proporções distintas de água adicionada ate atingir a concentração ideal para a biodigestão. Assim, utilizando todos os resultados é possível caracterizar o período de exposição do esterco a partir do teor de umidade, com valores acima de 83% sendo classificado como esterco fresco, entre 72% a 83% esterco semi-fresco e valores abaixo de 72% como esterco seco.
Palavras-chave: Caracterização, Esterco, Bromatologia.