65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
EXPERIÊNCIA VIVENCIADA PELO PIBID BIOLOGIA DURANTE OFICINA SOBRE SEXUALIDADE APLICADA EM UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA EM ARAPIRACA-AL
Clarisse Maria da silva - Bolsista do PIBID – Biologia / UFAL - Campus de Arapiraca
Maria Dias de Brito - Profa. / Supervisora do PIBID – Biologia / UFAL - Campus de Arapiraca
Alba Regina Gomes Magalhães - Profa. / Colaboradora do PIBID – Biologia / UFAL – Campus de Arapiraca
Maria Lusia de Morais Belo Bezerra - Profa. Msc. / Coord. do PIBID – Biologia / UFAL - Campus de Arapiraca
INTRODUÇÃO:
A vivência da prática docente na tocante utilização de temas transversais é ainda considerada polêmica, exigindo que os mesmos se apliquem de forma interdisciplinar. “A Orientação Sexual na escola deve ser entendida como um processo de intervenção pedagógica que tem como objetivo transmitir informações e problematizar questões relacionadas à sexualidade, incluindo posturas, crenças, tabus e valores a ela associados” (BRASIL, 1997). Assuntos como esse devem iniciar debates nos relacionamentos familiares, mas a escola é um ambiente proposto à discussão aprimorada dos mesmos. “As instituições sociais são marcadas pela sexualidade, mas na escola ela se manifesta de forma intensa, por isso, caracteriza-se como um espaço privilegiado para discutir o tema” (HIROZAWA et al. 2012). Como parte integrada da prática docente a troca de experiência apresenta-se bastante relevante, principalmente quando foca temas transversais no ambiente escolar. Mediante tal ideia, o referido ensaio deu-se em uma escola pública estadual em Arapiraca- Alagoas, como forma de aprendizado significativo e contribuição para formação docente na área de Biologia.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo desse trabalho foi descrever a experiência do grupo PIBID - Biologia durante a socialização de oficina sobre sexualidade, seguindo a perspectiva da inserção de novos métodos no auxilio do professor e na formação do mesmo, durante a observação e intervenção pedagógica.
MÉTODOS:
Observaram-se oficinas sobre sexualidade em nove turmas da 1ª série do ensino médio da escola Estadual Senador Rui Palmeira, Arapiraca, Alagoas, vinculada ao PIBID / UFAL. A oficina era dividida em três dinâmicas que se detiveram as consequências da gravidez na adolescência, sistemas reprodutores e métodos contraceptivos. As observações ocorreram entre os meses de setembro e novembro de 2012. Posteriormente, surgiu a oportunidade de ministrar a oficina de forma supervisionada entre os meses de novembro e dezembro envolvendo oito turmas. Priorizaram-se as experiências desenvolvidas na socialização ao comportamento da turma, as falhas do grupo, bem como a metodologia aplicada e a sua adequação frente à prática docente para com os adolescentes. Durante o acompanhamento das práticas realizadas utilizou-se o diário de bordo, fazendo anotações sobre as observações proeminentes na escola, de extrema importância, pois “a preparação de Diários de Bordo proporciona aos professores a oportunidade de se tornarem investigadores de si próprios, primeiro como narradores e posteriormente como analistas críticos dos relatos transcritos por eles” (ZABALZA apud BRITO; ALLAIN, 2003). Finalizando-se com a socialização e confecção de trabalhos descritivos a respeito do assunto abordado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foi compreensível durante as observações e análises, que a sala de aula reserva desafios e surpresas, intrigando o professor a repensar suas ações e desenvoltura para com os alunos, tentando promover uma melhor compreensão para que tais noções possam servir a vivência desses na sociedade. Segundo Trindade apud Nunes et al. (2012) “a oportunidade de trabalhar de forma interdisciplinar possibilita que o professor transcenda sua especialidade, reconheça seus limites, busque e acolha contribuições de outras disciplinas”. Acredita-se que a falta de diálogo seja a causa das dificuldades, pois ainda há quem não discuta esse tema normalmente no âmbito familiar, e a escola torna-se o único local onde o aluno possa debater esse contexto, e o professor deve esclarecer dúvidas. “Essa dificuldade de abordar o assunto, também está presente nas escolas. Muitos professores não têm preparo para desenvolver os assuntos que envolvem a temática da sexualidade em sala de aula e preferem ignorar que a escola seja um local importante de educação para sexualidade” (HIROZAWA et al., 2012). Foi notório que o convívio com os alunos contribuiu consideravelmente na formação docente, pois garantiu um melhor aproveitamento de tudo aprendido enquanto graduandos, para uso futuro como profissionais na educação.
CONCLUSÕES:
A socialização das oficinas pelo grupo, atreladas à supervisão, foi uma oportunidade única de aquisição de experiência para a formação inicial e continuada. Isso levou a um estudo de possíveis estratégias que facilitassem a aplicação do conteúdo, como o comportamento do grupo, a forma de interagir com os alunos e a linguagem utilizada com temas considerados polêmicos como a sexualidade, resultando em uma melhor relação de aprendizado e convivência para o alunado e para os iniciantes à docência. Percebeu-se que a princípio existiram dificuldades na aplicação das oficinas, porém a cada disciplina ofertada, a maneira de lidar com o público jovem de ensino médio gerou aperfeiçoamento nos valores pessoais e profissionais dos iniciantes. Logo, ficou explicito que o encontro com a realidade escolar, estabeleceu ações produtivas de trabalho na formação de professores de biologia, levando em consideração que a interação em sala de aula unida aos educadores em formação continuada fomenta os elementos fundamentais e funcionais no exercício da profissão docente.
Palavras-chave: Estratégia de ensino, Tema transversal, Formação inicial.