65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 11. Documentação e Informação Científica - 1. Documentação e Informação Científica
VÉRITAS MOSEION – DICIONÁRIO DE TERMOS MUSEÓLOGICOS: UMA EXPERIÊNCIA INTERDISCIPLINAR NA PESQUISA MUSEOLÓGICA SERGIPANA
Irla Suellen da Costa Rocha - Depto. de Letras Vernáculas - UFS
Janaina Cardoso de Mello - Profa. Dra./Orientadora Núcleo de Museologia – UFS
INTRODUÇÃO:
O projeto “Véritas Mouseion – Dicionário Eletrônico de Termos Museológicos” busca atender uma lacuna de material didático referencial terminológico na área da Museologia, através da concepção de um dicionário eletrônico, audiovisual com imagens de objetos e acervos dos verbetes em 3D, vídeos e fotografias, colaborativo bilíngüe (Português/Inglês). Dentro de uma perspectiva de inovação tecnológica, o Véritas Mouseion revela-se como uma ferramenta elaborada por meio do rigor científico e bases empíricas na construção de uma informação qualificada.
Iniciada no segundo semestre de 2011, a pesquisa desenvolveu a primeira lista preliminar dos termos selecionados, a qual convergiu num estudo sobre a construção dos sentidos das palavras de caráter museal. Durante este primeiro ano de pesquisas percebemos tratar-se de um campo recente do conhecimento museológico. Por isso, estudantes e profissionais têm apresentado dificuldade na compreensão da linguagem própria da área. Para a fundamentação de base teórica utilizamos os conceitos e reflexões de autores da Museologia e Linguística como: Marília Xavier Cury, Mário Chagas, Maria da Graça Krieger, Maria José Bocorny Finatto, Pierre Lévy e Tony Beber Sardinha, além de análise de produção similar européia o – Conceptos claves de museología.
OBJETIVO DO TRABALHO:
• Produzir um dicionário eletrônico de termos museológicos, colaborativo e bilíngue, que será disponibilizado a estudantes, profissionais da Museologia e áreas afins. • Construir um produto capaz de facilitar a aprendizagem sobre a ciência museológica. • Possibilitar a atualização continuada de alunos e profissionais. • Fomentar a discussão em novas tecnologias nos museus sergipanos.
MÉTODOS:
Durante as pesquisas de anterioridade foi encontrado apenas um único instrumento mais semelhante ao nosso projeto, o dicionário “Conceptos claves de museología”, publicado pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM) no ano de 2010. Através dos dados encontrados no dicionário europeu percebe-se que ele não se encaixa na proposta de um produto tecnológico, uma vez que este se apresenta nos moldes dos dicionários tradicionais, com organização dos termos em ordem alfabética e impresso, além de não ter tradução para a língua portuguesa.
Para a construção do corpus terminológico foi realizada uma primeira triagem de termos, através da seleção/extração de um vocabulário museológico que integrante das áreas do Projeto Pedagógico do curso de Museologia da UFS: Museografia, Conservação Preventiva, Museologia Digital e Museologia Aplicada. Nesta primeira fase contamos com 170 termos catalogados.
A organização estrutural do dicionário seguirá a metodologia de aplicação dos tesauros, tendo como base a hierarquia de assuntos configurados em uma relação associativa e não de simples palavras isoladas, conceituadas em ordem alfabética. Desse modo, a ênfase do dicionário estará centrada em palavras cujo significado tenha um sentido integrador, de fáceis reconhecimento e uso.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O dicionário se revela como um espaço interdisciplinar em que os sentidos são explicitados dentro da sua especificidade terminológica. Krieger e Finatto (2004) chamam atenção para a importância da padronização dos significados dos termos, e por meio desta prática é garantida a univocidade da comunicação especializada. Após o levantamento da primeira triagem de termos foi realizada uma análise percentual com relação a sua função, aplicabilidade e origem científica. Esta espécie de censo sobre o termo vem para demarcar a premissa inicial enquanto projeto de pesquisa acadêmica, e por seguinte atender à metodologia científica que permeia as teorias de construção do sentido.
Dentre as teorias da terminologia, o Véritas Mouseion seguiu o levantamento semântico por definição, denominado de paradigma definicional. Fromm (2005) caracteriza o paradigma definicional em que se descrevem as unidades de significação. Seguindo o paradigama definicional, assim analisamos percentualmente foi encontrado um alto percentual de palavras (87,95%) que podem ser reconhecidas enquanto termos. Seguido de um dado relevante do ponto de vista prático da graduação em Museologia, pois se verificou que ocorpus também lidava com palavras de ordem técnica (10,84%).
CONCLUSÕES:
A conceituação dos termos museológicos busca relacionar a linguagem do futuro usuário com os dados conceituais que diferentes profissionais da Museologia usam para relacionar o termo e seus significados. Isto relaciona informações prestadas pelos profissionais das instituições museais e pesquisadores desta área e através da empregabilidade do significado propagado e elaborado por meio da vivência, como também o que é encontrado em livros e na produção técnico-científica acadêmica. Todo esse percurso prático e organizacional faz-se necessário para a boa condução do Véritas Mouseion, que cumpriu seus objetivos e promoveu o desmembramento de um novo projeto, o Véritas Mouseion 3D. Esta mais recente fase busca produzir imagens em 3D para ilustrar alguns verbetes como também promover a pesquisa e divulgação dos museus sergipanos. Através desta plataforma pretende-se construir um sentido mais variável a partir da imagem tridimensional associada ao termo referente. Isso é corroborado pela afirmação de Cândido (2006), que diz ser o “papel dos museus criar métodos e mecanismos que permitam o levantamento e o acesso às informações das quais objetos/documentos são suportes, estabelecendo a intermediação institucionalizada entre o indivíduo e o acervo preservado”.
Palavras-chave: Museologia, Vocabulário, Terminologia.