65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 3. Filosofia - 2. Filosofia
O SIGNO ENQUANTO UNIDADE LINGUÍSTICA EM PEIRCE: A CONSTRUÇÃO DA LINGUAGEM NO PENSAMENTO DE PEIRCE A PARTIR DE SUA SEMIÓTICA
Paulo Henrique Silva Costa - Depto. de Filosofias e Métodos - UFSJ
Mariluze Ferreira de Andrade e Silva - Prof ª. Dr.ª /Orientadora - Depto. Filosofias e Métodos - UFSJ
INTRODUÇÃO:
Esta investigação pretendeu analisar a Linguagem em Peirce abordando as Ciências do Signo, sobretudo, a estrutura da Gramática Pura ou Especulativa, que se refere à primeira divisão da Semiótica. A partir da Categoria da Representação, na Fenomenologia, apresentamos a estrutura da Semiótica com o seguinte problema a ser investigado: “Pode o signo ser uma unidade linguística?”.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Entender como Peirce extrai da Categoria da Representação a necessidade de uma Ciência Formal do Signo, e analisar em que medida tal Ciência corrobora para a construção de uma Linguagem em Signo, precisamente, analisar se o signo pode ser uma unidade linguística.
MÉTODOS:
Sendo a pesquisa de caráter teórico-conceitual, procedemos investigando, primeiro, os escritos peirceanos apresentados no livro 02 e 03 do The Collected Papers of Charles Sanders Peirce (Harvard: Harvard University, 1931). Segundo, a obra A Teoria Geral dos Signos: como as linguagens significam as coisas (São Paulo: Pioneira, 2000) da Lúcia Santaella e Kósmos Noétos: a arquitetura metafísica de Charles S. Peirce (São Paulo: Perspectiva, 1992) de Ibro Ivo. Como o problema investigado foi à possibilidade de o signo ser uma unidade linguística, o método de abordagem mais apropriado foi o Semiótico com enfoque na Linguagem.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Da análise conjunta entre Categorias Fenomenológicas e Semióticas, apresentamos a necessidade formal da Categoria da Representação. Ao apresentá-la, visualizamos a estrutura triádica do signo – Objeto, Interpretante e Signo. Da análise dessa estrutura, obtemos que todo pensamento é gerado em Signo, o que significa que a Linguagem entendida a partir de uma estrutura de representação, deve necessariamente satisfazer essa condição, isto é, ser uma espécie de Signo. Sendo a Linguagem uma estrutura Semiótica de representação, sua estrutura se relaciona com o modelo Semiótico – Objeto, Signo e Interpretante. Logo, toda linguagem é Signo.
CONCLUSÕES:
A Semiótica é uma Teoria Formal do Pensamento, que analisa todos os modos possíveis de representação na estrutura triádica – Signo, Objeto, Interpretante. Assim, o domínio da Linguagem está contido no domínio da Semiótica. Isto porque, aquilo que a Linguagem denota é uma estrutura igualmente representativa, que faz alusão de algo para alguém ou de um objeto para um interpretante. Isso nos permite analisar o signo enquanto unidade linguística, mas, não nos permite inferir que todo signo é linguagem, à medida que o conceito signo é mais extenso do que o conceito linguagem na perspectiva formal de Peirce.
Palavras-chave: Semiótica, Linguagem, Signo.