65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 4. Engenharia de Água e Solo
DETERMINAÇÃO DA EXTRAÇÃO DE ÁGUA DE ÁGUA PELA MANGUEIRA “TOMMY ATKINS” COM USO DA TDR
Marcelo Rocha dos Santos - Prof. Dr./Orientador – Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia
Breno Rosa Neves - Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia Baiano
Bismarc Lopes da Silva - Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia Baiano
INTRODUÇÃO:
A fruticultura brasileira é considerada uma das maiores do mundo e a mangueira é considerada uma das mais importantes, onde, tem maior área cultivada no nordeste brasileiro. As principais áreas cultivadas são irrigadas e estão situadas em regiões com escassez e/ou má distribuição de água. Numa visão integrada de conservação dos recursos hídricos e aumento da produção, estratégias de irrigação devem ser usadas.
A água é essencial na produção vegetal, onde o seu manejo racional é decisivo para o desenvolvimento das plantas, evitando sua falta ou excesso. Desta maneira, o conhecimento da distribuição e extração de água no solo torna-se essencial na agricultura irrigada, o que pode determinar locais de inserção de sensores de umidade e a aplicação de fertilizantes via solo.
A Reflectometria no Domínio do Tempo é uma técnica que vem sendo cada vez mais utilizada em pesquisas de manejo e conservação de água. As vantagens inerentes a esta técnica como a precisão, método não destrutivo, a não utilização de radiação ionizante, leituras contínuas com o tempo, possibilidade de automação e acoplamento de dispositivos multiplicadores de leituras são justificativas para a adoção cada vez maior (Coelho & Or, 1996).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Objetivou-se com este trabalho determinar as zonas de extração de água pela mangueira Tommy Atkins com a utilização da Reflectometria no Domínio do Tempo (TDR).
MÉTODOS:
O trabalho foi desenvolvido numa área experimental no Perímetro Irrigado de Ceraíma, Sudoeste da Bahia. A região apresenta latitude de 14º17’27’’ S, longitude de 42º46’53’’ W, altitude de 537 m. A precipitação média anual é de 680 mm e a temperatura média anual de 25,6 ºC. O solo é classificado como Neossolo Flúvico eutrófico, de textura média com argila de alta atividade. As irrigações foram realizadas com base na evapotranspiração de referência determinada por meio do método de Penman-Monteith (Allen et al., 1998).
Os sensores da TDR foram instalados formando uma malha no perfil do solo possibilitando as coletas de teores de água de 0,50 à 2,50 m de distância do tronco da planta na direção longitudinal à fileira de plantas. Para cada distância, as sondas foram também instaladas de 0,125 à 0,875 m de profundidade.
As leituras eram armazenadas automaticamente em um “datalogger”, por meio de multiplexadores que distribuíam as sondas. O cálculo da extração de água foi feito com base nos teores de água determinados em dois intervalos de tempo, computados em todos os pontos da malha: um entre o final da irrigação e o final da fase de redução acentuada do teor de água e um entre este ponto e o início da próxima irrigação, conforme Coelho & Or (1997, 1999) e Silva et al. (2001).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Observou-se que, apesar do alcance do jato pela microsapersão atingir um raio pouco superior a 2,50 m, a maior contribuição em área molhada fica compreendida nos primeiros 1,50 m de distância do caule, ao qual, ocasionou-se elevação nos valores de teor de água no perfil até esta distância do caule. Ressalva-se que não houve percolação, uma vez que as variações nos teores de água eram mínimas na camada mais profunda.
A extração de água acontece, principalmente, à distância inferior a 1,50 m da planta no perfil do solo e nos primeiros 0,50 m de profundidade, havendo coincidência com a maior área molhada. Os resultados deste trabalho apresentam concordâncias com os resultados obtidos por Santos (1997) que, ao avaliar a distribuição espacial e absorção de água pelo sistema radicular da cultura da mangueira ‘Haden’ irrigada por microaspersão, verificou que 75,58% da extração da água pela planta ocorre na camada restrita a 1,50 m de distância do caule e à profundidade de 0,80 m.
A partir dos resultados obtidos, reforça a indicação de posicionamento de sensores de umidade e de distribuição de fertilizantes no solo à distância de 1,00 m do tronco, com instalação de sensores até a profundidade de 0,50 m.
CONCLUSÕES:
A extração de água do solo pela Tommy Atkins ocorre principalmente à distância inferior a 1,50 m da planta e nos primeiros 0,50 m de profundidade.
A TDR é uma técnica eficaz para estudos da distribuição do teor de água e extração de água pelos cultivos agrícolas.
Palavras-chave: Extração de água, TDR, Distribuição radicular.