65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 5. Odontologia Social e Preventiva
CONDIÇÃO DE PRIMEIROS MOLARES PERMANENTES EM ADOLESCENTES DE 15 ANOS
Amanda Silva Aragão - Graduanda do Curso de Odontologia da UEPB
Eline Freitas de Farias Moura - Graduanda do Curso de Odontologia da UEPB
Fernanda Clotilde Mariz da Costa - Graduanda do Curso de Odontologia da UEPB
Fábio Gomes dos Santos - Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da UEPB
Yêska Paola Costa Aguiar - Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da UEPB
Alessandro Leite Cavalcanti - Professor Doutor do Departamento de Pós-graduação em Odontologia da UEPB
INTRODUÇÃO:
O período da adolescência é marcado por transformações físicas e emocionais, resultando em uma maior vulnerabilidade dos integrantes desse grupo. É também nesta fase do desenvolvimento que os indivíduos tendem a deixar de lado os hábitos de higiene oral, visto que há uma redução no controle exercido pelos pais, o que muitas vezes compromete a saúde bucal. A falta de informação sobre a importância da escovação e a forma correta de fazê-la, aliada as características anatômicas dos primeiros molares (cicatrículas, fóssulas e fissuras), tornam esses dentes os mais suscetíveis ao desenvolvimento de lesões cariosas. Além disto, os primeiros molares ficam algum tempo em infra-oclusão, são os primeiros dentes permanentes a irromperem e também um dos últimos da arcada dentária, tudo isso dificulta sua higienização. Neste sentido, faz-se necessária a análise da condição desses elementos dentários.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar a condição dos primeiros molares permanentes em adolescentes de 15 anos matriculados nas escolas estaduais de Campina Grande – PB.
MÉTODOS:
Desenvolveu-se um estudo epidemiológico com delineamento do tipo transversal em 20 escolas estaduais. A amostra, selecionada por conveniência, foi constituída por 179 adolescentes. Os estudantes que aceitaram participar do exame clínico receberam orientação de higiene oral e tiveram sua escovação supervisionada por graduandos em odontologia, que também atuaram como anotadores durante a coleta dos dados. O exame da cavidade oral foi conduzido por dois cirurgiões-dentistas devidamente treinados e calibrados em ambiente iluminado, auxiliado com fonte de luz artificial. Os instrumentos utilizados foram sondas OMS/WHO, espelhos bucais e gazes descartáveis esterilizados em autoclave e EPI´s (equipamentos de proteção individual). A condição dos dentes foi registrada em ficha clínica de acordo com o índice CPO-D preconizado pela OMS (WHO, 1997). Posteriormente todos os dados foram tabulados no programa SPSS® (Statistical Package for the Social Sciences – versão 18.0) e analisados pela estatística descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Observou-se na amostra a predominância do sexo feminino (63,1%). Do total de indivíduos avaliados, apenas 45 (25,1%) estavam livres de cárie. Em relação ao gênero, 74,3% das adolescentes apresentaram experiência de cárie em, no mínimo, um dos primeiros molares, enquanto que nos meninos a taxa encontrada foi de 60,6%. Os dentes inferiores 36 e 46 foram os mais acometidos pela cárie, representados por 49,2% e 43,6%; respectivamente. A perda dentária devido à cárie de pelo menos um dos dentes analisados foi verificada em 7,82% dos adolescentes, sendo mais evidente também no arco inferior. Barbato (2007) avaliou adolescentes de 15 a 19 anos e constatou que a média de perda dos primeiros molares é assimétrica em relação aos outros elementos dentários e atinge principalmente os dentes 36 e 46. No presente estudo os índices de perda dos dentes 36 (20%) e 46 (50%) também foram mais elevados que o 16 e 26 (15%), estes achados concordam com o trabalho de Melo et al. (2011), no qual o arco inferior apresentou maior índice de perda (78,1%).
CONCLUSÕES:
Os altos índices de cárie dentária observados neste estudo permitem concluir que ações de promoção de saúde que visem o autocuidado, voltadas para os indivíduos e seus responsáveis devem ser implementadas desde a infância, prevenindo desta maneira o comprometimento e perda precoce destes elementos dentários.
Palavras-chave: Dentição permanente, Dente molar, Índice CPO.