65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
A CONTEXTUALIZAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA À LUZ DAS IDEAIS FREIRIANAS
Diane Correia de Araújo Lima - Licenciatura em Química- IFPE
Leandro Paulo da Silva - Licenciatura em Química- IFPE
Dayane Santos Marques - Licenciatura em Química- IFPE
INTRODUÇÃO:
Diante da dificuldade ainda existente dos professores de química em relacionar a ciência com o cotidiano do aluno, elaboramos o presente trabalho a fim de auxiliar os docentes nessa tarefa que ainda é deixada de lado no contexto escolar. Freire (1980) afirma que é o olhar crítico da realidade, que a ‘desvela’ para conhecê-la e para conhecer melhor os mitos que enganam e ajudam a manter a realidade dominante. A essência da aprendizagem esta nas ideias expressas simbolicamente que se relacionem de maneira arbitrária, mas substancial com que o aluno já sabe (AUSUBEL e KULLOK, 2002). Segundo Albert Einstein, A ciência não tem sentido senão quando serve aos interesses da humanidade, pois o que adianta apresentar todo o conteúdo aos discentes se os mesmos não os relacionam com o mundo a sua volta. Nesse contexto não se pode dizer que a escola está educando futuros formadores de opinião e está estimulando a criticidade dos cidadãos, mas sim formará apenas reprodutores de um conteúdo vago que não se encaixa em nada fora dos centros escolares/acadêmicos. Observando isso, elaborou-se métodos de aula para facilitar a introdução da química no cotidiano das escolas e mostrar que esta ciência esta presente não apenas em grandes laboratórios mas sim em toda a atmosfera que rodeia o discente.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Articular com os docentes práticas que visem uma maior compreensão da química com a realidade social relacionando-as com os conteúdos desta matéria. Auxiliar os discentes na captação da química no habitual. Proporcionando uma química voltada ao desenvolvimento da discursão promovida por Freire, que afirma a importância da contextualização no ensino.
MÉTODOS:
A pesquisa divide-se em: escolha das escolas e das salas, na sondagem do meio social com os professores, no desenvolvimento das práticas com auxilio dos mesmos, aplicação de um questionário para sondar os alunos, aplicação da prática e por fim reaplicação do questionário para analisar a aprendizagem do conteúdo. Escolheu-se duas escolas, uma pública (escola X) e uma privada (escola Y), da mesma cidade. Na escola X trabalhamos com o único professor (docente denominado P1) de química desta escola, usamos a sala do primeiro ano do ensino médio para a aplicação da metodologia de ensino sugerida por Freire. Na escola Y havia dois professores de química, mas apenas um lecionava no primeiro ano do ensino médio (denominado P2). Somando estas salas totalizaram-se 75 alunos, onde 30 eram da escola X e 45 da escola Y. Ao sondar o meio social com os docentes teve-se a ideia de trabalhar a destilação no contexto social de uma indústria de bebidas presente na cidade. No desenvolvimento da prática resolveu-se fabricar, juntamente com os alunos em sala, um pequeno destilador com materiais acessíveis. Elaborou-se um questionário envolvendo separação de misturas, onde o foco foi a destilação, no cotidiano. E depois da prática em sala, ocorreu a reaplicação de um questionário.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Analisando os questionários aplicados antes da prática percebemos que os alunos ao responderem a uma questão, em especial, que procurava saber onde se encaixaria os conceitos de destilação na cidade em que se localizam as escolas, cerca de 81,3% dos discentes não fizeram a relação com a destilaria de bebidas. Desses 81,3% cerca de 55,7% não conseguiram associar a nada em seu cotidiano. Esse resultado é espantoso, pois algo tão próximo não era mencionado pelos estudantes. Observando os questionários aplicados após a prática viu-se uma melhora na contextualização dos alunos, pois ao responderem a mesma questão apresentada anteriormente contatou-se que 100% dos alunos relacionaram-na a fábrica da cidade e dentre os 100% notou-se que 62,67% dos alunos não só relacionaram de forma coerente mas também utilizaram o senso critico/social para falar da mesma. Então cabe-se dizer que os discentes articulavam muito bem os conteúdos mas quando estes eram trazidos para o cotidiano dos mesmos as respostas que antes eram elaboradíssimas tornavam-se vaga e muitas vezes sem coerência. Juliana Cardoso Coelho e Carlos Alberto Marques ressalvam em seu artigo “que errado é pairar sobre o todo sem referência ao local de onde se veio” (FREIRE, 1997).
CONCLUSÕES:
O objetivo do presente artigo era facilitar a compreensão dos conteúdos de química aplicados no habitual, auxiliando os docentes em formulações de práticas e exemplos que se encaixem no dia-a-dia do estudante. Após aplicar o trabalho baseando-se nas ideias sugeridas por Freire em suas literaturas e tabular os resultados, concluímos que a contextualização do meio social aplicada ao ensino de química é de fundamental importância na educação, pois, além de promover um ensino-aprendizagem de melhor qualidade promove também, o desenvolvimento da criticidade dos discentes.
Palavras-chave: Aprendizagem, Freire, Articulação Contextual.