65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia
Análise de contaminantes de origem fecal em torneiras, saboneteiras e maçanetas em banheiros de uma Instituição de Ensino Superior
Leonardo Luiz de Freitas - Estudante do curso de Biomedicina da Faculdade de Minas-FAMINAS
Gabriela Maria Riguete Ribeiro - Estudante do curso de Biomedicina da Faculdade de Minas-FAMINAS
Kamilla Pereira Fazolo - Estudante do curso de Biomedicina da Faculdade de Minas-FAMINAS
Isabel Cristina da Rocha César - Estudante do curso de Biomedicina da Faculdade de Minas-FAMINAS
Luciana de Andrade Agostinho - Profa. Mrs/Orientadora
INTRODUÇÃO:
A higiene é uma prática prioritária em todos os programas de prevenção e controle de infecções com princípios ou regras que evitam doenças e conservam a saúde. (HINRICHSEN, 2004). Bons hábitos de higiene, além de promoverem a saúde, ajudam na prevenção de muitas doenças infecto-contagiosas, que geralmente são adquiridas em locais inadequados provenientes de baixos padrões de higiene (FARIA; MONLEVADE, 2008).
De acordo com Vasconcelos e Calazans (2006) os micro-organismos do grupo coliformes totais são encontrados em locais de baixa higiene e desde o século XIX, são considerados patogênicos com altos índices de mortalidade. Os coliformes fecais é um subgrupo do grupo coliformes totais e possui como principal representante a Escherichia coli, (E. coli) considerada o mais específico indicador de contaminação fecal e de eventual presença de organismos patogênicos (CASTANIA, 2009). Esta espécie é capaz de fermentar lactose com produção de gás a 45º C entre 24-48 horas (OLIVEIRA; TERRA, 2004). Estes microorganismos estão presentes em inúmeros lugares, principalmente em banheiros, sendo que estes ambientes possuem pontos específicos que podem ser transmissores destes patógenos até o homem como torneiras, saboneteiras e maçanetas (BOCCALETO et al., 2010).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho teve como objetivo pesquisar a contaminação de torneiras, saboneteiras e maçanetas por meio da comprovação da presença de coliformes totais e fecais em banheiros de uma Instituição de Ensino Superior em Muriaé-MG comparando qual é o ponto de maior proliferação destes microorganismos.
MÉTODOS:
Coletou-se 40 amostras de torneiras, 40 de saboneteiras e 40 de maçanetas de 20 banheiros de uma Instituição de Ensino Superior em Muriaé-MG em agosto de 2012. As amostras foram colhidas friccionando um swab na superfície de contato entre o local e o homem, com movimentos giratórios e em seguida introduzidos para o interior do tubo contendo 10 ml de água peptonada estéril. E concomitantemente as amostras foram transportadas em uma caixa isotérmica para o laboratório de microbiologia da Faculdade de Minas- FAMINAS – Muriaé-MG.
As amostras foram semeadas em tubos contendo caldo verde brilhante para isolamento de coliformes totais e incubadas a 37°C por 24-48 horas seguindo a técnica estabelecida por Cerqueira (2002). Após as 48 horas foram retiradas alíquotas de colônias das culturas positivas e inoculadas em tubos de rosca contendo tubo de Duhran invertido com caldo E.C e incubados a 45ºC por 48 horas para o cultivo de E. coli.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A análise microbiológica revelou que das 40 amostras coletadas de cada ponto, 80 % das torneiras, 58% das saboneteiras e 45% das maçanetas estavam contaminadas por coliformes totais. Já os coliformes fecais (E. coli) foram encontrados em 60% das torneiras, 33 % das saboneteiras e em 21% das maçanetas.
Uma pesquisa realizada por Medeiros et al (2012) detectou a presença destes patógenos em 23 torneiras das 50 pesquisadas em banheiros públicos em Três Corações-MG. Coelho et al (2010) descobriram que a cada quatro saboneteiras de banheiros públicos uma estava contaminada por coliformes fecais. Estes micro-organismos também foram encontrados em aparelhos de moer carne e nas próprias mãos dos manipuladores do aparelho (OLIVEIRA et al., 2008). Segundo a portaria do Centro de Vigilância Sanitária (CVS-6/99) a melhor forma de evitar a proliferação destas bactérias é a limpeza diária com produtos capazes de inibir a proliferação desses micro-organismos como, por exemplo, o álcool 70%. Pois estes seres são responsáveis por vários surtos epidêmicos, representando uma elevada taxa de mortalidade (PORTO et al., 2011).
CONCLUSÕES:
Conclui-se que dos três pontos analisados nos banheiros, as torneiras foram as que apresentaram a maior incidência de coliformes totais e fecais, seguida das saboneteiras e das maçanetas. Estes organismos são responsáveis por diversas doenças infecciosas, por isso, as instituições escolares e de saúde devem se mobilizar no sentido de capacitar, conscientizar e educar, através de métodos higiênicos, os funcionários que realizam a limpeza e os alunos que utilizam os banheiros, para que as infecções causadas por esses patógenos sejam reduzidas ou até mesmo erradicadas.
Palavras-chave: Escherichia coli, higiene, conscientização.