65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 6. Arquitetura e Urbanismo - 5. Arquitetura e Urbanismo
CONFORTO ACÚSTICO NOS SETORES ADMINISTRATIVOS DO INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE NO CAMPUS LAGARTO, SERGIPE
Matheus Santos Morais - Curso técnico em Eletromecânica – IFS. Bolsistas do programa PFRH - PETROBRAS.
Rilton Marx Fontes Fonseca - Curso técnico em Eletromecânica – IFS. Bolsistas do programa PFRH - PETROBRAS.
Wallas de Oliveira Santos - Curso técnico em Eletromecânica – IFS. Bolsistas do programa PFRH - PETROBRAS.
Ricardo Monteiro Rocha - Mestrado em Meio Ambiente – UFS. Professor EBTT do IFS.
INTRODUÇÃO:
A evolução da tecnologia aliada à crescente competitividade no mercado de trabalho aumentou as exigências em relação à produtividade, tanto no setor produtivo quanto na área dos escritórios. No contexto desse mundo moderno há uma crescente preocupação no sentido de uma adaptação harmoniosa entre funcionários e o seu trabalho, na maioria das vezes para se conseguir uma melhor eficiência e um maior conforto. Para atender essa enorme demanda de trabalhos é feito um elevado número de contratações por estas empresas. Com isso, o número de pessoas nos escritórios aumenta, sendo estes na maioria das vezes de plano aberto, os quais aglomeram um maior número de pessoas em apenas uma sala, visando melhorias na comunicação entre os funcionários. Em muitos também, são colocados divisórias baixas como forma de organização. Todos esses visam economia quanto à construção, manutenção e climatização, porém, com o acúmulo de pessoas e equipamentos nos escritórios, aumenta também o nível de ruídos dentro dessas salas, o que vem a afetar negativamente na concentração dos funcionários.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar os níveis de pressão sonora nos setores administrativos do Instituto Federal de Sergipe – Campus Lagarto avaliando qualitativamente e quantitativamente a exposição ao ruído desses trabalhadores.
MÉTODOS:
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica por meio de artigos científicos e bibliografia sobre o tema para fundamentação teórica a cerca do tema a ser estudado. O local escolhido para a realização da pesquisa foi o Instituto Federal de Sergipe, especificamente nos setores administrativos. Todos os setores possuem aparelhos de ar-condicionado com no mínimo três pessoas trabalhando em cada turno, sendo que na maioria das salas em estudo têm-se uma constante movimentação de estudantes. Foi-se elaborado um questionário com cinco questões para analisarmos os níveis de ruídos e os principais fatores que geram desconforto acústico nos setores estudados. O questionário foi distribuído para dezesseis pessoas que trabalham em sete diferentes setores do IFS. Além do questionário, o nível de ruídos foi analisado também por meio de um decibelímetro, o qual faz a analise dos níveis de pressão sonora, sendo o nível de pressão sonora uma grandeza que expressa a energia acústica propagada no ambiente. Essa análise foi realizada em diversos horários e turnos. Para coleta de dados foi obedecida a norma ABNT (NBR 10151).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Apurado os resultados, verificou-se que a principal causa de incômodo acústico é a fala humana, o qual foi constatado no questionário e no teste com o decibelímetro, onde, quanto maior o numero de pessoas em um escritório, maior será o nível de ruído. Ao perguntar sobre as consequências, obteve-se que a fala humana gera estresse principalmente ao se fazer tarefas que exigem bastante concentração. No questionário, 7% das pessoas avaliaram o nível de ruído como silencioso, 43% como normal, 29% como barulhento e 21% como muito barulhento. Os resultados obtidos no teste com o decibelímetro refletem os resultados do questionário, variando nos ambientes com média de 57 dB(A), nível considerado moderado à 71 dB(A) o que é considerado barulhento. A média geral foi de 62 dB(A), um nível considerado moderado e normal aos escritórios atuais. A medição foi feita nos períodos da manhã e da tarde, onde obtivemos resultados semelhantes. A biblioteca, local onde deveria ser o mais silencioso, propício aos estudos, algo em torno de 30 dB(A), foi o mais barulhento e atingiu o valor de 72dB(A). As possíveis causas desse resultado incompatível podem ser a falta de uma consciência maior dos estudantes que ali frequentam como também o ruído gerado pelos aparelhos de refrigeração.
CONCLUSÕES:
Com a análise de ruídos nos escritórios administrativos do IFS, podemos concluir que a média geral obtida é alta, porém. na média adequada para escritórios, que de acordo com a ABNT é de 45dB(A) à 65dB(A). Todavia, é bom ressaltar que, a partir de 50dB(A) o desempenho cognitivo laboral pode começar a diminuir. O vilão do incômodo acústico foi o da fala humana, muitos funcionários declararam ter desvios de concentração durante as conversas do colega. Resta então a conscientização das pessoas a fim de conversarem em locais adequados, longe dos postos de trabalho. O segundo maior fator de incômodo foi o dos ruídos externos, que pode ser resolvido por meios de isolamentos acústicos nas paredes dos escritórios. O terceiro maior fator de incômodo, foi o volume do toque dos telefones, o qual pode ser regulado para amenizar a perturbação. Nenhum dos funcionários declara utilizar-se de algum recurso para amenizar o incômodo gerado pelos ruídos, que neste caso seria o uso de protetores auriculares.
Palavras-chave: Ruído, Higiene Ocupacional, Riscos ambientais.