65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais
PROSPECÇÃO DE METABÓLITOS ESPECIAIS E AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE FRENTE À ARTEMIA SALINA DE EXTRATOS ETANÓLICOS DE FOLHAS E GALHOS DA CATINGUEIRA (Caesalpinia Pyramidalis tull., Fabaceae) COLETA EM TAUÁ-CE
Maria Gleiziane Araújo Franca - Laboratório de Bioprospecção de Produtos Naturais-UECE
Daniele Rodrigues de Lima - Laboratório de Bioprospecção de Produtos Naturais-UECE
Cristiane Félix de Paiva - Laboratório de Bioprospecção de Produtos Naturais-UECE
Luiz Francisco Wemmenson Gonçalves Moura - Laboratório de Bioprospecção de Produtos Naturais-UECE
Maria da Conceição Lobo Lima - Universidade estadual do Ceará-UECE
Francisco Ernani Alves Magalhãesa - Prof. Dr/Orientador-Laboratório de Bioprospecção de Produtos Naturais-UECE
INTRODUÇÃO:
O Brasil conta com uma das floras mais ricas do mundo, com mais de 56.000 espécies de plantas . Dentre os biomas brasileiros, a Caatinga ocupa uma área de aproximadamente 825.000 Km2, constituída de espécies lenhosas e herbáceas.
Dentre essas espécies nativas encontra-se a Caesalpinia pyramidalis, da família Fabaceae, subfamília Caesalpinoideae, conhecida popularmente como catingueira, é utilizada como forragem na alimentação de animais, bem como na medicina popular para o tratamento de infecções e diarreias.
Na área farmacêutica, as plantas e os extratos vegetais são de grande importância tendo em vista a utilização de substâncias ativas para a produção de fármacos. As pesquisas fitoquímicas têm contribuído, de forma significativa, para o conhecimento dos constituintes químicos de espécies vegetais ou para avaliar sua presença, podendo assim indicar o grupo de metabólitos secundários relevantes da espécie em estudo. Os ensaios de letalidade com Artemia salina são utilizados para avaliar a toxicidade que compostos bióticos apresentam, portanto é imprescindível como bioensaio preliminar no estudo dos produtos naturais.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Realizar a prospecção de metabólitos especiais e avaliação da toxicidade frente à Artemia salina de extratos etanólicos de folhas e galhos da catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tull.,Fabaceae) coletada em Tauá-CE.
MÉTODOS:
Todo material vegetal coletado foi submetido à secagem ao ar livre, triturado, acondicionado em recipientes de vidro e submetido à extração por solvente a frio e logo após evaporação. A prospecção química foi realizada através de reações químicas. Os constituintes nos extratos foram classificados em forte (+++), médio (++), fraco (+), suspeito (S) e ausente (-).
Para efetuar o ensaio de letalidade contra larvas de A. salina, foram colocados, em triplicata, dez exemplares de náuplios em poços contendo 5 mL de solução salina, com frações dos extratos vegetais dissolvidos em solução de dimetilsulfóxido (DMSO) a 1%, nas concentrações de 100, 500 e 1000 μg/mL. Como controles positivos foram colocados as larvas em hipoclorito de sódio a 1% e como controle negativo foram feitos dois testes, no primeiro apenas as larvas e a solução salina e o segundo com as concentrações testadas apenas com o solvente utilizado para preparar os extratos.
Após 24h, realizou-se a contagem do número de náuplios sobreviventes. A análise estatística foi realizada com os valores obtidos, estimando-se a concentração letal para matar 50% (CL50) das larvas através do método de Análise de Probitos, com 95% de intervalo de confiança, utilizando-se o programa TRIMMED.exe versão 1.5.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No extrato etanólico das folhas da catingueira (C. pyramidalis .) (FC01) foi detectado uma média presença de cumarinas, taninos, flavonóis e flavononas, bem como uma fraca presença de esteróides. Nesse mesmo extrato foi revelada apenas uma suspeita de alcalóides e ausência de fenóis e triterpenóides.
Nos extrato etanólico do galho (GC02) uma forte presença de flavonóis e flavanonas, bem como uma média presença taninos e alcalóides foi detectada e uma presença fraca de cumarinas e esteróides, como também ausência de fenóis e triterpenóides.
Como resultado para a toxicidade contra o micro crustáceo A. salina, tanto o extrato orgânico das folhas (FJ07), quanto o extrato orgânico dos galhos (GJ08) da catingueira (C. pyramidalis. ) se mostraram ativos, pois apresentaram valores de CL50 menor do que 1000 μg/mL.
Os resultados reportados neste trabalho mostraram que os extratos etanólicos da catingueira (C. pyramidalis), apresentaram uma grande abundância de constituintes químicos, destacando-se a presença de cumarinas, taninos, flavonóis, flavanonas e esteróides.
CONCLUSÕES:
A pesquisa realizada com extratos orgânicos de folhas e galhos da catingueira (C. pyramidalis Tull. ) coletada na Caatinga da Região dos Inhamuns, revelou que os mesmos apresentaram a presença de cumarinas, taninos, flavonóis, flavanonas e esteroides, bem como se mostraram tóxicos contra o microcrustáceo Artemia salina, justificando assim um possível potencial farmacológico. Acreditamos que estes extratos são ótimos candidatos para futuros estudos de isolamento de metabólitos especiais, bem como de atividades biológicas mais expressivas.
Palavras-chave: Extratos orgânicos, Caesalpinia pyramidalis, Fitoquímica.