65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
O Atendimento Educacional Especializado realizado nas salas de recursos multifuncionais da Escola Estadual Modelo – Satisfação e Problemas relatados pelos professores.
Diôgo Januário da Costa Neto - Acadêmico do curso de Licenciatura em Biologia/ Bolsista do PIBID Biologia, UFT
Francisco Luis Gomes de Sousa - Acadêmico do curso de Licenciatura em Biologia, UFT, Araguaína/TO
Geane Brizzola dos Santos - Profa. Dra./ Orientadora - Coordenadora do PIBID Biologia, UFT, Araguaína/TO
Gecilane Ferreira - Prof. Msc./ Colaborador do PIBID Biologia, UFT, Araguaína/TO
INTRODUÇÃO:
A sala de recurso multifuncional é um programa do Ministério da Educação que tem por objetivo apoiar a organização e a oferta do Atendimento Educacional Especializado – AEE, prestado de forma complementar ou suplementar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação matriculados em classes comuns do ensino regular, assegurando-lhes condições de acesso, participação e aprendizagem. A Escola Estadual Modelo, situada na cidade de Araguaína-TO, conta com duas salas de recursos multifuncionais que atendem cerca de 43 alunos de instituições públicas e privadas da cidade, sendo uma para atender as deficiências visuais e a outra para deficiências auditivas, conta ainda com um núcleo braille que faz adaptações de materiais didáticos e realiza palestras e cursos de capacitação para professores do ensino regular. Conhecer os problemas e satisfações apontadas pelos profissionais que atuam na sala de recursos multifuncionais é importante para que os professores em formação reflitam sobre as causas desses problemas, pois a educação inclusiva é uma realidade nas escolas públicas que futuramente fará parte do cotidiano desses futuros profissionais da educação.
OBJETIVO DO TRABALHO:
A presente pesquisa tem por objetivo conhecer os possíveis problemas encontrados na sala de recurso multifuncional da Escola Estadual Modelo de Araguaína-TO e o grau de satisfação dos profissionais da sala em trabalhar na educação especial.
MÉTODOS:
O presente estudo foi conduzido durante o curso da disciplina Estágio Supervisionado I, no curso de Licenciatura em Biologia da Universidade Federal do Tocantins. Para atingir os objetivos da pesquisa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com questões abertas aos profissionais da sala de recursos Deficiência Visual (DV), sala de recursos Deficiência auditivas (DA) e Núcleo braille da Escola Estadual Modelo, sendo entrevistado um profissional de cada sala, os mesmos foram identificados na pesquisa como Entrevistado seguido do nome do setor a qual trabalha de forma abreviada, além disso, foi realizada a análise do Projeto Político Pedagógico (PPP) da instituição. A cada profissional foi questionado quais os problemas encontrados durante a realização do trabalho e sua satisfação em trabalhar na educação especial.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Com a análise do PPP conhecemos que a Escola Estadual Modelo possui um acervo de materiais adaptados para facilitar a aprendizagem e inclusão dos alunos com deficiências no ensino regular e profissionais capacitados e especializados para atendê-los em suas necessidades educacionais. Todos os profissionais entrevistados dizem ser gratificante trabalhar na educação especial. Quando questionados qual o principal problema encontrado na sala, a entrevistada da sala de recursos DV aponta as constantes trocas dos profissionais devido a não adaptação dos mesmos ao trabalho, com isso dificulta o desenvolvimento das atividades com os alunos cegos, pois é realizado um trabalho de preparação para conseguir a confiança dos alunos aos profissionais, e quando este profissional é substituído deve ser feito um novo trabalho de adaptação. A entrevistada da sala de recursos DA aponta a transformação da comunicação caseira em formal, segundo ela é preciso que a família participe dos cursos de capacitação oferecidos pela instituição e quase sempre a totalidade não participa. O entrevistado do núcleo braille aponta como problema a baixa frequência dos professores do ensino regular nos cursos de capacitação, segundo ele o profissional deve aprender a trabalhar com as deficiências e a lidar com pessoas.
CONCLUSÕES:
De acordo com os resultados obtidos, os problemas encontrados nas salas de recursos multifuncionais visitadas estão ligados à formação dos professores que nelas atuam, a participação da família dos alunos durante o processo de ensino e aprendizagem e aos professores do ensino regular que não participam dos cursos de capacitação frequentemente. A substituição constante de profissionais que atuam nas referidas salas dificulta o estabelecimento de uma relação de confiança com os alunos, uma vez que é preciso estabelecer essa relação no processo de ensino e aprendizagem. Com isso, os alunos matriculados na sala de recurso multifuncional terão que se adaptarem à troca de profissionais não adaptados ao trabalho, à família que muitas vezes não acompanha o seu desenvolvimento e aos professores do ensino regular não capacitados para atendê-los em suas necessidades educacionais. Apesar de todos os problemas apontados, os profissionais entrevistados dizem ser gratificante trabalhar na educação especial.
Palavras-chave: AEE, Sala de Recurso Multifuncional, Inclusão.