65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
ANALOGIAS COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO PARA MELHORIA DO ENSINO-APRENDIZAGEM DE QUÍMICA: UM OLHAR NO LIVRO DIDÁTICO
Mauricélia Maria de Sousa Mata - Depto. de Química – UFRPE
Analice Almeida de Lima - Profa.Dra./Orientadora – UFRPE
INTRODUÇÃO:
Este trabalho faz parte de uma pesquisa maior desenvolvida no âmbito do Programa Instituicional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) a qual tem como objeto de estudo as analogias. Embora, haja vários recursos que auxiliam o ensino-aprendizagem, o livro de didático ainda é um dos recurso mais utilizados. Segundo Carmagnani (apud PERALTA, 2003), o livro didático apresenta o acesso ao saber institucionalizado que está à disposição dos alunos e dos professores. Nesta direção, a literatura têm evidenciado o livro didático como o principal influenciador do currículo (NÚÑEZ, 2000). Neste contexto, observamos no livro didático a utilização de modelos de ensino que são representações criadas com o objetivo de subsidiar os alunos a aprender algum aspecto do modelo curricular (JUSTI, 2006). Dentre os modelos de ensino, destacamos as analogias que subsidiam a compreensão de assuntos abstratos que são comuns na Química. Uma analogia faz a comparação de algo já conhecido, com algo desconhecido, ou seja, são feitas a associações entre o familiar e o não familiar e essas associações a torna um modelo de ensino bom e vantajoso, desde que seja utilizado de forma sistematizada e planejada reconhecendo suas contribuições e limitações (PÁDUA,2003).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar e discutir as analogias encontradas nos seguintes tópicos: Estrutura Atômica, Cinética Química e Ligações Químicas que estão presente no livro didático de Química no nível médio adotado na Escola onde estão sendo desenvolvidas as atividades do PIBID.
MÉTODOS:
A primeira etapa deste trabalho constituiu-se na identificação dos tópicos de Química a serem analisados tendo com referência o livro adotado na Escola onde estão sendo vivenciadas as atividades do PIBID. O critério para análise dos conteúdos de Química foi baseado em Monteiro e Justi (2000), centramos nos conteúdos elencados pelas autoras em que havia um maior número de analogias. Em seguida, verificamos o número de analogias encontradas em cada tópico, para uma posterior análise, se estas analogias poderiam ser consideradas como bons modelos de ensino que propiciassem a compreensão das questões abstratas associadas ao ensino de Química melhorando o processo de ensino-aprendizagem de Química, ou seja, como foi abordado esse modelo de ensino pelos autores quanto suas limitações e contribuições para os conteúdo onde estavam inseridas. Como Critério de Análise classificamos as analogias em: Verbal, quando havia indicação de associações entre o domínio conhecido e o domínio desconhecido; Ilustrativa quando havia indicação apenas de forma ilustrativa da analogia sem estabelecer as associações entre o domínio conhecido e o domínio desconhecido e Verbal-Ilustrativa quando havia indicação de forma ilustrativa e realiza associações entre o domínio conhecido e o domínio desconhecido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Um total de 7 analogias foram encontradas nos capítulos do livro analisado: 3 referentes à Estrutura Atômica, 1 à Cinética Química e 3 em Ligações Químicas. Embora, o tópico Cinética Química nas pesquisas de Monteiro e Justi (2000) tenha sido o segundo conteúdo com maior número de analogias, no livro analisado, este conteúdo apresenta o menor número de analogias. Porém, a analogia encontrada nesse tópico para explicar medidas da rapidez instantânea de uma reação expressa de maneira explicita uma relação análoga. Já em Estrutura Atômica, 2 das analogias encontradas são apenas citadas de modo ilustrativo, o autor não estabelece associações entre o domínio conhecido e o domínio desconhecido e outra analogia foi empregada logo na introdução do capítulo, apresentando uma boa descrição do mundo macro e do micro, esta analogia foi classificada como verbal-ilustrativa. Em relação às Ligações Químicas, o autor apenas diz que a estrutura C60 é muito semelhante às das bolas de futebol mas, não faz nenhuma associação, contudo, faz uso de uma analogia verbal para explicar o que são moléculas apolar e polar e, por fim, faz analogia do modelo de ligação metálica conhecido como “mar de elétrons”, pois os cátions metálicos estão imersos nos elétrons livres e faz representação para este modelo.
CONCLUSÕES:
Embora, as analogias sejam um bom modelo de ensino para explicação de fenômenos de natureza abstrata, os autores muitas vezes a utilizam de forma inadequada, prejudicando, assim, o entendimento de certos conceitos químicos. A forma como as analogias são apresentadas no livro didático pesquisado não explicita as limitações desse modelo de ensino. Enfim, é necessário que o professor de Química faça a análise das analogias presentes no livro didático adotado para que possa utilizá-las de forma sistematizada e planejada subsidiando o ensino-aprendizagem dos conceitos químicos.
Palavras-chave: Modelos de Ensino, Ensino de Química, Formação Inicial.