65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica
AVALIAÇÃO DO EXTRATO BRUTO DAS FOLHAS DE Morinda citrifolia (Noni) NA VIABILIDADE DE CÉLULAS TUMORAIS E NORMAIS
Rafael Nóbrega Barbosa - Depto. de Bioquímica - UnP
Rebeca Cunha Araújo - Depto. de Bioquímica - UnP
Alex Paulino Freitas - Depto. de Bioquímica - UnP
Argemiro Dantas de Oliveira - Depto. de Bioquímica - UnP
Jeferson Romaryo Duarte da Luz - Depto. de Bioquímica - UnP
Ana Katarina Menezes da Cruz - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Bioquímica, Universidade Potiguar - UnP
INTRODUÇÃO:
As primeiras citações sobre plantas medicinais datam do século XVIII (PINTO et al, 2002). Os orientais são mencionados como os iniciadores no processo de cultivo e coleção de plantas de interesse da medicina (COSTA, 1987 apud FREIRE, 2004).As plantas medicinais são importantes por fornecerem matéria-prima para a síntese de drogas, além de serem utilizadas como agentes terapêuticos. O emprego das plantas é supervalorizado no uso tradicional com base nos seus benefícios medicinais. Os produtos derivados de plantas devem ter eficácia avaliada e confirmada, assim como deve ser garantida que sua administração a organismos vivos ocorra sem riscos para a saúde (CAMURÇA-VASCONCELOS et al., 2005). Nesse contexto, a planta Morinda citrifolia, mais conhecida como Noni, tem sido utilizada durante séculos na medicina tradicional dos povos polinésios. As folhas e especialmente seu fruto são consumidos sob diferentes formas por várias comunidades do mundo (CHAN-BLANCO et al., 2006). O fruto da Morinda citrifolia (Noni) é de um formato ovalado, suculento e apresenta várias sementes por fruto (ALONSO, 1998). Estudos científicos acumulados até os dias atuais têm revelado e confirmado algumas das atividades biológicas da Noni, descritas pelos povos polinésios como: atividade antioxidante, anti-inflamatória, analgésica, imunomoduladora, antibacteriana, antitumoral, entre outros.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Diante do exposto, nosso objetivo foi avaliar o potencial citotóxico do extrato bruto obtido das folhas de Noni perante células imortais de linhagens tumorais e normais.
MÉTODOS:
Preparação do Extrato Aquoso: As folhas de Morinda citrifolia (Noni) foram coletadas no bairro de Nova Descoberta em Natal-RN. As folhas ainda fresca, foram pesadas, cerca de 30g, picadas e misturadas a 150 ml de água destilada, trituradas em liquidificador industrial, sendo colocada sob agitação em agitador magnético por 1 hora. Seguindo com centrifugação por 10 minutos com rotação de 5000 rpm. O extrato foi filtrado e obtido por gravimetria.
Ensaio de Viabilidade: A viabilidade das células 3T3 (fibroblasto) e Hep-G2 (carcinoma hepático) frente ao extrato bruto obtido a partir das folhas da Noni foi mensurada pelo método do MTT [brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5- difeniltetrazolio] (Mosmann, 1983). As culturas foram realizadas em placas de 96 poços, sendo expostas a diferentes concentrações do extrato bruto (100%, 50%, 30%, 20%, 10% e 5%), em triplicata, e incubadas a 37°C com 5% de CO2 por 24, 48 e 72h. Os resultados foram expressos como média ± SD e analisados por ANOVA. O valor de p<0,001 é considerado extremamente significante
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A viabilidade celular foi verificada em duas diferentes linhagens através do teste do MTT, que avalia a função mitocondrial de células viáveis através da conversão deste sal no seu derivado, o formazan. A 3T3 é uma linhagem de fibroblastos normais; A linhagem Hep G2 são células de carcinoma hepatocelular humano. O efeito do extrato obtido a frio frente às células monstrou que ocorreu ação antiproliferativa em células tumorais e normais (p˃ 0, 05) nas concentrações de 100% e 50 % não apresentando diferença estatística significantiva. Entretanto, estas concentrações foram mais efetivas como inibidoras da proliferação em células 3T3. Observou-se que nas concentração maiores que 50% a inibição atinge cerca de 80% da proliferação dessas células, enquanto nas células Hep G2 a inibição foi de 47%. Desta forma, ocorreu uma ação antiproliferativa mais significativa frente às células 3T3. Não houve diferença estatisticamente significativa com relação à variação de tempo para as células normais, quando essas células foram tratadas com diferentes concentrações do extrato.Porém frente as células tumorais o efeito citotóxico é mais visível após 72 horas.
CONCLUSÕES:
O extrato bruto obtido das folhas de Noni apresentou inibição significativa quando frente a células 3T3, porém em concentrações de 50 a 100%. Com relação a células tumorais da linhagem Hep G2, a redução foi considerada significativa, porém foi menor quando comparada a normal. Em pequenas concentrações, inferiores a 30% ambos não possui ação significativa sobre a viabilidade de células das linhagens estudadas. Os resultados obtidos neste trabalho nos faz considerar que o extrato obtido das folha do Noni, a frio, ao contrário de seu fruto que já foi muito estudado, ainda precisa de maiores esclarecimentos, sendo propostas a verificação frente a novas linhagens celulares.
Palavras-chave: Morinda citrifolia, Folhas, Células tumorais.