65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 8. Medicina
ESTUDO PROSPECTIVO DE BIOMARCADORES INFLAMATÓRIOS EM PACIENTES SOB DIÁLISE PERITONEAL
Silvia Maia Alves de Lima - Graduanda em Medicina - UFSJ
Danyelle Romana Alves Rios - Profa. Dra./Orientadora – Campus Centro Oeste Dona Lindu – UFSJ
INTRODUÇÃO:
A diálise peritoneal (DP) é uma forma de terapia renal substitutiva utilizada em pacientes em fase final da doença renal, que utiliza o peritônio para a filtração do sangue. A DP tem complicações à longo prazo, entre essas inflamação, neoangiogênese e fibrose, as quais tornam essa terapia ineficaz para a remoção adequada de solutos. Esse estudo é relevante, na medida em que almeja investigar a associação dos biomarcadores inflamatórios com a presença de disfunção peritoneal e, dessa forma, compreender melhor a etiopatogenia da disfunção do peritônio.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar os biomarcadores inflamatórios em pacientes sob DP e investigar a associação desses com a presença de disfunção do peritônio.
MÉTODOS:
Foram selecionados 45 pacientes sob DP do Centro de Nefrologia do Hospital São João de Deus, dos quais 12 eram baixo, 25 médio-baixo e 8 médio-alto transportadores. A dosagem das citocinas IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17A, TNF-α e IFN-γ foi realizada por citometria de fluxo (FACSCaliburTM-BD), utilizando-se kit CBA (BD). As análises estatísticas dos dados foram realizadas utilizando-se o programa GraphPad InStat versão 3.0.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A análise estatística não revelou diferença significativa entre as variáveis clínicas e laboratoriais coletadas dos prontuários médicos quando comparados os três grupos (baixo, médio-baixo e médio-alto transportadores). Da mesma forma, não houve diferença entre os grupos no que se refere aos níveis plasmáticos de IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17A, TNF-α e IFN-. Dos 45 pacientes, presentes no início da pesquisa, 12 (26,6%) tiveram aumento da taxa de transporte peritoneal de solutos após seis meses de acompanhamento. Com o intuito de avaliar se o aumento da taxa de transporte peritoneal de solutos estava associado com os níveis dos marcadores avaliados, foi feita uma comparação entre os níveis desses marcadores no início da pesquisa e após seis meses nesses pacientes. Essa comparação também não mostrou diferença significativa.
CONCLUSÕES:
O estudo até o momento revelou que não houve associação entre os marcadores inflamatórios e a taxa de transporte de solutos do paciente sob DP após 6 meses de acompanhamento. Vale ressaltar que o estudo continua em andamento até que se completem dois anos. Além disso, mais estudos com um número maior de pacientes precisam ser desenvolvidos para uma melhor compreensão da etiopatogenia da disfunção do peritônio.
Palavras-chave: Doença Renal Crônica, Inflamação, Terapia Renal Substitutiva.