65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
UMA SÓ DIREÇÃO E DOIS OLHARES: VISÃO DE PAIS E PROFESSORES SOBRE O PROCESSO DE INCLUSÃO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM ARAGUATINS - TO.
Iteglan Pereira da Silva - Ciências Biológicas – IFTO/Campus Araguatins
Ademy Silva Miranda - Ciências Biológicas – IFTO/Campus Araguatins
Maria da Guia dos Santos Andrade - Ciências Biológicas – IFTO/Campus Araguatins
Silvaney Ribeiro Moura - Ciências Biológicas – IFTO/Campus Araguatins
Crislany Neres Rezende - Ciências Biológicas – IFTO/Campus Araguatins
Lucinalva Ferreira - Profa. Orientadora – IFTO/Campus Araguatins
INTRODUÇÃO:
Muito se fala sobre a inserção de alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) em escolas regulares, o que leva ao questionamento de como ela acontece e se de fato acontece. Porém é necessário considerar o contexto histórico, onde é constatada a exclusão de pessoas com NEE em diversas culturas, o que levou a necessidade de se criar meios de inclusão no campo social e educacional SKLIAR et. al., (2010). A Declaração Mundial de Educação para Todos que se disseminou pelo mundo com o princípio de que as diferenças individuais deveriam ser valorizadas. Toda via o desafio de garantir um ensino de qualidade levanta a discussão acerca da forma de inclusão desses estudantes com NEE em salas de aulas regulares, frisando que na educação inclusiva a inserção dos estudantes na idade correta tem grande importância, segundo SOUZA & CAVALARI (2010) os educandos com NEE devem começar o ciclo escolar junto aos demais, senti talvez as mesmas dificuldades, os mesmos anseios, dúvidas, medos e o mais importante aprender uma lição que a vida arduamente ensina: respeitar diferenças. A pesquisa partiu de questionamentos hipotéticos levantados em sala na disciplina de Educação Especial: as escolas e os professores de Araguatins estão aptos a receber estudantes com NEE?
OBJETIVO DO TRABALHO:
Compreender como ocorre processo de inclusão nos anos iniciais do Ensino Fundamental dos estudantes com necessidades educacionais especiais, verificando questões importantes quanto à formação dos professores, espaço físico e materiais pedagógicos utilizados na escola. Além disso, investigar a participação da família no processo de permanência do educando com NEE na escola.
MÉTODOS:
A metodologia empregada teve cunho quantitativo, onde as informações foram coletadas no período compreendido entre Fevereiro e Março de 2013, teve como publico alvo pais e professores de estudantes cidade de Araguatins – TO, por meio de um questionário com 10 perguntas fechadas tanto para os pais como para professores, utilizando uma linguagem simples e fácil possibilitando a fidedignidade das respostas, com isso foi possível obter informações acerca do perfil profissional dos professores, formação especifica, opiniões dos professores a respeito da inclusão na escola, quais os obstáculos para realizar a matricula dos filhos, dificuldades para a inclusão, recursos multifuncionais pertencentes a escola, dificuldades em trabalhar com estudantes com deficiência, e se as atitudes dos pais que possuem filhos com NEE se diferenciavam dos demais. No intuito de avaliar as reais condições do ensino especial e compreender como ocorre o processo de inclusão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Com unanimidade 100% dos docentes entrevistados afirmam lecionar aulas para estudantes com NEE, e consideram importante a inclusão de alunos com NEE em salas regulares na idade correta (100%). Além disso, apontaram dificuldades que possuem ao trabalhar com estudantes com NEE, citaram a interpretação dos assuntos abordados (22%), comunicação (18%), a falta de profissionais especializados para orientá-los (14%), agressividade (11%), à estrutura física da escola (7%). Segundo os professores o sucesso escolar dos alunos, é proveniente da relação entre escola e família (100%).
Na análise das entrevistas realizada com os pais percebe-se que a relação entre escola e família ainda é uma utopia longe de ser alcançada, pois 48% deles disseram não sabem se a escola possui Sala de Recursos Multifuncionais, 30% nunca ouviram falar, apenas (22%) dos pais conhecem. Os pais foram expressivos ao afirmar que não há capacitação adequada aos professores (61%), eles não acreditam na que há educação inclusiva na cidade, devido a falta de servidores com formação específica.
Constatou-se que um baixo número de pais buscam informações junto à Escola. A maioria procura a escola apenas para saber sobre o comportamento do filho, poucos procuram saber os tipos de apoio que os filhos carecem.
CONCLUSÕES:
Durante muito tempo as pessoas com deficiência ficaram totalmente abandonadas e fora do convívio social. Com o progresso dos estudos na área da medicina e da educação surgiram as instituições que contribuíram para a socialização. Embora o processo de inclusão não seja tão recente, observa-se que existe uma grande necessidade de mudanças no contexto educacional, ainda no que se refere à educação inclusiva foi entendido que o processo em Araguatins ainda é ambíguo, pois é mal compreendido pelos pais, e que devido à falta de apoio e formações específicas por parte dos professores a prática pedagógica utilizada em sala de aula não está contemplando a todos os estudantes com NEE, e sim dificultando o processo de ensino-aprendizagem, além disso, foi observado que não existe diálogo entre a escola e família, uma vez que ambas dizem sentir falta do apoio uma da outra. Entretanto os professores percebem sua importância como peça fundamental na implementação da inclusão, ainda ressaltaram a importância de inserir os estudantes nas series iniciais do Ensino Fundamental, mostrando que apesar de todos os desafios estão dispostos a encarar, observou-se ainda que as escolas trabalham a fim de se adequarem, para atender a todos as especificidades.
Palavras-chave: Educação Inclusiva, Família, Exclusão.