65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 3. Tecnologia de Alimentos
EXTRAÇÃO DE AMIDO DE ALGAROBA (Prosopis juliflora) E SUA VIABILIDADE ECONÔMICA
Rogério de Jesus Silva - Graduando do Curso de Tecnologia em Agroindústria - IF Baiano, Campus Guanambi.
Adejanildo Pereira da Silva - Graduando do Curso de Tecnologia em Agroindústria - IF Baiano, Campus Guanambi.
Paulo Romano Cruz Correia - Graduando do Curso de Tecnologia em Agroindústria - IF Baiano, Campus Guanambi.
Rafael Alves da Silva Costa - Graduando do Curso de Tecnologia em Agroindústria - IF Baiano, Campus Guanambi.
Lucas Britto Landim - Prof. MSc./ Orientador-IF BAIANO- CAMPUS Guanambi.
Normane Mirele Chaves da Silva - Profa. MSc./IF BAIANO- CAMPUS Guanambi.
INTRODUÇÃO:
Dentre os produtos agrícolas que vêm contribuindo para o fortalecimento da agricultura da região nordestina, a algarobeira destaca-se como fonte potencial de alimentação humana e animal, sendo o fruto (vagens) utilizado na produção de farinhas [...] (MUNIZ et al., 2009).
Segundo Oliveira et al (2010) uma forma de reduzir os custos de alimentação e contornar o problema da sazonalidade seria fomentar a utilização de alimentos alternativos em substituição a ingredientes tradicionais. Uma das alternativas que se apresenta é a utilização de vagens de algaroba (Prosopis juliflora) que apresenta um ótimo potencial tecnológico, e possibilita o seu processamento visando o consumo humano. Silva et al. (2001) mencionam a excelente palatabilidade da algaroba que apresenta de 25 a 28% de glicose, 11 a 17% de amido[...].
A extração do amido do fruto algaroba pode representar uma importante alternativa econômica, representando uma nova fonte de renda para agricultores do semiárido. Por apresentar excelente adaptação principalmente no nordeste, a algarobeira produz frutos saudáveis em épocas de escassez de água. Além disso, a possibilidade de industrialização do produto, já que grande parte da produção da algaroba é destinada a alimentação animal e muitas vezes os frutos são desperdiçados.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Extrair o amido da vagem da algaroba (prosopis juliflora) e avaliar o rendimento prático visando a viabilidade do processo e a sua utilização como ingrediente ou na substituição parcial de um ou mais ingredientes de alimentos processados.
MÉTODOS:
Realizou-se o experimento no Laboratório de Bromatologia do IF Baiano, Campus Guanambi. Os frutos foram colhidos dentro do campus. No laboratório ocorreu a seleção das vagens saudáveis, lavadas em água corrente e sanitizadas em solução clorada (150 ppm/5 min). Imergiu-se as vagens em uma solução de bissulfito de sódio (0,2%) e em seguida estas foram secas em estufa (70 °C/1h e 30 min) e trituradas em um liquidificador industrial a 18.000 rpm. A farinha obtida foi seca em estufa (75ºC/6h).
A extração do amido foi baseada no método descrito por Wang e Wang (2004). Adicionou-se na farinha a solução de NaOH 0,1% na proporção de 1:2 e deixou em repouso por 18 h. Após a dispersão, agitou-se durante 2 min. O material resultante foi peneirado (63 µm) e centrifugado a 1200 rpm por 5 minutos à temperatura de 25 °C ± 2. Descartou-se o sobrenadante e o restante foi ressuspenso em solução de NaOH 0,1% e centrifugado, no total de duas vezes. O amido extraído foi disperso com água destilada e titulado com HCl 1 M até o pH 6,5 e centrifugado. O precipitado foi ressuspenso em água destilada e centrifugado; por duas vezes. O amido final foi seco em estufa com circulação de ar a
40 °C até 11% ± 0,5 de umidade. Calculou-se o rendimento através do peso total triturado da farinha e do amido obtido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados obtidos para a extração do amido mostraram inviabilidade do uso dos frutos da algarobeira para este fim, devido à pequena quantidade obtida (10g amido/500g farinha).
Muitos trabalhos visando extrair amido de outras fontes além das tradicionais (milho, mandioca e batata) têm sido reportados na literatura. Realizados na maioria das vezes no intuito de fornecer uma nova fonte pra a obtenção dessa matéria-prima de grande importância para a indústria alimentícia, entretanto muitos destes trabalhos não obtiveram resultados positivos, principalmente devido à baixa quantidade extraída.
Cristina et al. (2010) estudando extração de amido de jacatupé (Pachyrrhizus tuberosus) verificou um baixo rendimento, sendo este inferior a culturas tradicionais. Entretanto, os autores concluíram que este constitui uma alternativa viável como fonte de renda em pequenas comunidades rurais, em função da rusticidade e do fácil cultivo dessa cultura.
Leonel & Cereda (2002) avaliando algumas espécies tuberosas amiláceas (Açafrão, Ahipa Araruta, Batata-doce, Biri, Inhame, Mandioquinha-salsa) verificaram que a araruta e o inhame apresentaram-se com potencial de uso como matéria-prima industrial, entretanto as demais espécies apresentaram baixos rendimentos e consequentemente inviabilidade comercial.
CONCLUSÕES:
A extração do amido se torna inviável em consequência da baixa quantidade que se pode extrair das vargens da algaroba (prosopis juliflora). Apesar da inviabilidade do processo o experimento ocorreu de forma positiva, pois o presente trabalho possibilitará que outros autores utilizem para realizar novos experimentos que contribuíram para o desenvolvimento de novas pesquisas. Além disso, pode-se concluir que as vagens de algaroba, possui um bom rendimento prático na obtenção da farinha, o que possibilita o desenvolvimento de produtos alimentícios.
Palavras-chave: Rendimento, Subproduto, Vagens.