65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 1. Genética Animal
CARACTERÍSTICAS GENÉTICAS DE BIVALVES DA ESPECIE Castalia ambigua (LAMARCK: 1819) DO RIO RIO PIRIÁ, VISEU, PARÁ.
Elvis Silva Lima - Graduando do curso Ciências Biológicas e bolsista PIBIC/FAPESPA- UFPA/ Bragança
Ismael Sander da Silva Nunes - Graduando do curso Ciências Biológicas e bolsista PIBIC-UFPA/ Bragança
Neidson Giliard Vasconcelos Barros - Mestrando do programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental- UFPA/ Bragança
Guilherme da Cruz Santos Neto - Prof° Msc./Doutorando/ Lab. de Conservação e Biologia Evolutiva-UFPA/ Bragança
Colin Robert Beasley - Prof°Dr. Laboratório de Moluscos- UFPA/Bragança
Cláudia Helena Tagliaro - Profa Dra. Orientadora/ Lab. de Conservação e Biologia Evolutiva- UFPA/ Bragança
INTRODUÇÃO:
A espécie Castalia ambigua pertence a família Hyriidae da Ordem Unionoida. E o ciclo de reprodução da família Hyriidae tem uma fase larval compartilhada pelos representantes dos bivalves dulcícolas, os mesmos liberam as larvas na água, estas denominadas gloquídio que transitoriamente se torna planctônica. Em seguida parasitam os peixes auxiliado pela presença de dentes triangulares que o auxiliam na fixação das nadadeiras, escamas ou brânquias dos peixes, esta fase ectoparasita dos bivalves é de suma importância na dispersão desses animais no ambiente. No trabalho feito por Bonetto (1967) comenta que existe uma grande variabilidade dentro do gênero Castalia. Pimpão e Mansur (2009) confirma a existência de duas espécies para o gênero na Amazônia (Castalia ambigua e Castalia quadrata). Podendo haver polimorfismo genético e semelhanças morfológicas devido paralelismo evolutivo (Alvarenga & Rice, 1981). Apesar dos estudos já realizados, os mesmos ainda são poucos principalmente quando se trata de estudos genéticos sobre os bivalves não só da espécie Castália ambígua como da família Hyriidae.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Realizar estudos genéticos para caracterização molecular da população deCastalia ambígua do rio Piriá, Viseu- Pará por meio do sequenciamento de parte do gene mitocondrial citocromo oxidase c subunidade I (COI) e verificar expansão populacional recente e comparar com a amostragem de outro rio, checando os índices de estruturação e heterogeneidade.
MÉTODOS:
Os indivíduos da espécie Castalia ambigua (N=33) foram coletados no rio Piriá. Foi feita a sexagem dos indivíduos através da verificação do material gonadal colocado em lamina e visualizado em microscópio.
O DNA total foi extraído dos tecidos através do protocolo adaptado de fenol-clorofórmio de Sambrook et. al. (1989) . O produto da extração foi submetido a técnica de eletroforese. A região mitocondrial da COI foi isolada e amplificada através da técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), com iniciadores LCOC-1490 Hy e HCOC-2198 e sequenciamento, através do método didesoxiterminal Sanger et. al.(1987) com reagentes do kit ABI Prism TM Dye Terminator Cycle Sequencing (Applied Biosystems,USA).
As sequencias foram alinhadas e editadas no programa BIOEDIT 7.0.5.3, e as analises iniciais feitas no Programa MEGA 5.0, DNAsp 5.0 e Arlequin 3.5.1.2. O Arlequin 3.5.1.2 foi usado para obter os índices de diversidades haplotípica e nucleotídica, testar a neutralidade seletiva pelos testes de Tajima (1989) e de Fu (1997). A população foi comparada com 38 amostras do rio Irituia- Pará. Foi verificada a estruturação (Fst) e a homogeneidade (AMOVA locus-por-locus) entre as populações dos dois rios.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram obtidos sequencias de 33 indivíduos. No total foram 20 haplótipos para a população de Castalia ambigua do rio Piriá, o haplótipo mais frequente foi H15 (N=6). As frequências nucleotídicas média das populações foram 9,62 (C); 35,15 (T); 16,77 (A); 38,46 (G). As diversidades haplotípica (0,9508) e nucleotídica (0,02637) mostraram-se altas.
O teste de neutralidade de Tajima (D= -1,83092 e P= 0,00860) apresentou um valor negativo e significativo e Fu (Fs= -0,82321 e P= 0,39670) foi negativo mas não significativo, indicativos que a população passou por gargalo de garrafa ou efeito fundador. O SSD (P=0,37) não rejeitou a hipótese de expansão.
Para checar níveis de estruturação e heterogeneidade nos estudos comparativos, foi acrescentado 37 sequências de COI das amostras de Castalia ambigua do rio Irituia, município de Irituia, Pará. Os novos resultados apresentaram a geração de 24 Haplótipos. Não houve compartilhamento de haplótipos entre as duas populações e o índice de fixação Fst indicou que as duas populações são heterogêneas (0,79489).
CONCLUSÕES:
Na população do rio Piriá detectou-se a diversidade haplotípica e nucleotidica alta. E nos resultados dos testes de neutralidade foram sugestivos de expansão populacional para a população em estudo. Os resultados comparativos mostraram que há diferença entre as populações dos rios Piriá e Irituia, mostrando que há estruturação entre as populações.
Palavras-chave: COI, estruturação, haplótipos.