65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 6. Recursos Florestais e Engenharia Florestal
GERAÇAO DE ENERGIA DESCENTRALIZADA NO ESTADO DO TOCANTINS
Weder Ferreira dos Santos - Doutorado em Biodiversidade e Biotecnologia - UFT / IFTO
Joel Carlos Zukowski Junior - Prof. do Mestrado em Agroenergia - UFT
Layanni Ferreira Sodré - Mestranda em Agroenergia - UFT
Marcos Paulo Ferreira Rodrigues - Acadêmico do Curso de Engenharia Ambiental - UFT
Vinicius Souza Ribeiro - IFTO/UFT
José Eustáquio Canguçu Leal - IFTO
INTRODUÇÃO:
O Brasil tem, hoje, como meta levar energia elétrica as comunidades isoladas e quilombares como forma de promover o desenvolvimento e a inclusão social através do PROGRAMA LUZ PARA TODOS (MME, 2004). Segundo Rossi(2007) na maioria dos países as propriedades rurais e comunidades isoladas não são servidas pela rede de distribuição de energia elétrica. Há, neste processo, dois problemas a serem resolvidos: A melhor tecnologia ou conjunto de tecnologias e a sustentabilidade dos sistemas instalados. O adequado planejamento dos recursos é fator primordial na instalação de sistemas de geração de energia elétrica. Existem localidades onde a carga necessária é muito pequena para justificar a instalação de centrais de grande porte, o que poderia baixar o custo de instalação. Dentre as possibilidades a energia eólica pode ser utilizada em localidades específicas onde há disponibilidade de vento. Quando se fala em comunidades isoladas da Amazônia, pensa-se, normalmente nos estados do Pará, Amazonas, e outros do extremo norte do Brasil, no entanto no Estado do Tocantins tem regiões isoladas ou comunidades quilombares onde levar energia pela rede pode não ser viável economicamente.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Instalação e funcionamento de uma pequena central de geração de energia elétrica hídrica solar e eólica, na comunidade Boa Esperança, no Parque Estadual do Jalapão, no Estado do Tocantins.
MÉTODOS:
Foram instaladas três turbinas eólicas com capacidade nominal de 1kW. A velocidade de partida é de 3,0 m/s. A tensão de saída é de 48volts, trifásico. O controlador de carga carrega um banco de baterias, juntamente com os painéis solares, de 48 baterias estacionarias de 150A/h cada. A energia será utilizada na oficina comunitária, onde se reproduz desde artesanato, principalmente Capim dourado ate farinha de mandioca com máquina e forno elétrico. A tensão de trabalho e 220V, obtidas através de dois inversores operando em 110V em defasagem. O sistema de inversão conta com dataloger onde é armazenada toda energia gerada e consumida. Os dados de geração serão adquiridos no controlador dos inversores. Os valores obtidos serão analisados e processados em planilhas usando as ferramentas estatísticas do MSExcel. Através de multímetro com 4 ½ dígitos serão medidas as tensões e correntes no banco de baterias. Os dados de ventos serão lidos pela estação Wind Explorer da NRGsystems, com intervalo de leitura de 2s e capacidade de armazenamento de 2 a 6 meses. Os dados serão tratados pelo programa Symphonie da NRG.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O sistema foi instalado e está em operação. A energia gerada está sento usada pela comunidade para o processo produtivo. O sistema foi instalado para energizar um galpão de 15m x 5m, onde praticamente todas as reuniões comunitárias, tanto de produção como de lazer, são realizadas Zukowski Jr. & Marçon (2005). O foi instalada no galpão seis lâmpadas de baixo consumo, uma máquina de ralar mandioca, um forno para secagem da farinha, com misturador elétrico. Foi instalada uma estação medição da velocidade, direção e demais parâmetros de interesse dos ventos da região para determinar o regime de ventos. Os dados da estação estão sendo armazenados em dataloger próprio e serão adquiridos e processados via microcomputador a cada dois meses. Será lido, também a potência solar disponível na região. Dentre os objetivos do trabalho esta o treinamento da comunidade para a utilização da energia gerada para melhoria da qualidade de vida, aumento da capacidade produtiva e da qualidade dos produtos, bem como da sustentabilidade do sistema como um todo. A comunidade será treinada para realizar as operações de O&M (operação e manutenção) do sistema.
CONCLUSÕES:
O sistema foi instalado dentro das especificações do fabricante e está gerando energia elétrica normalmente. Resta agora terminar, através da analise dos dados a potência máxima gerada. Espera-se que o regime de ventos seja grande o suficiente para atingir a máxima capacidade de geração de energia elétrica. O treinamento a ser ministrado para a comunidade vai propiciar uma melhor organização desta e melhoria na gestão dos recursos, levando a um desenvolvimento local, seja no âmbito econômico como social.
Palavras-chave: Sistemas Isolados, Energia eólica, Fontes renováveis.