65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 11. Economia
UMA NOVA REALIDADE ECONÔMICA NA CIDADE DE RIO TINTO
Fernanda Sergio de Santana da Silva - Depto. de Ciências Sociais – UFPB
Daniele Vasconcelos Ribeiro da Silva - Depto. de Ciências Sociais – UFPB
Laize Costa da Silva - Depto. de Ciências Sociais – UFPB
Letícia da Silva Pontes - Depto. de Ciências Sociais – UFPB
Luiz Antônio Felix Júnior - Depto. de Ciências Sociais – UFPB
José Eduardo de Santana - Prof. Esp./Orientador - Depto. de Geografia – UEPB
INTRODUÇÃO:
Devido às construções da Cidade/Fábrica, Rio Tinto/PB desenvolveu-se com características urbanas contrapondo-se a realidade demográfica da Paraíba, que, até 1970, a exemplo de Nordeste, se constituía num estado, cuja população era predominantemente rural. Uma cidade inteira foi construída entre os anos de 1918 e 1924 com o intuito de abrigar as instalações do parque fabril e os trabalhadores que chegavam de estados vizinhos para se alojar com suas famílias, dando início a evolução do crescimento populacional da cidade de modo que todos que ali residiam dependiam, direta ou indiretamente da Companhia de Tecidos Rio Tinto - CTRT, até que a mesma, a partir de 1980, entrou em processo de decadência, sendo desativada em 1992, e a população agora teria que buscar novas fontes de renda. O estudo e análise dos novos setores econômicos e sua influência na economia local e na vida social da população serão relevantes por proporcionar a população a identificação desses setores e, consequentemente um maior investimento de recursos nos mesmos. Ao mesmo tempo em que contribuirá para com as pesquisas daqueles que tem o interesse voltado para as mudanças ocorridas no cotidiano dessa cidade e suas possíveis consequências nos aspectos social e ambiental.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar como a cidade de Rio Tinto/PB conseguiu superar economicamente a falência e o fechamento da Fábrica de Tecidos local, sua principal fonte de renda, e demonstrar panoramicamente as mudanças ocorridas nos aspectos sociais, naturais e econômicos e através destes se fazer a caracterização da economia atual.
MÉTODOS:
Com o foco do trabalho voltado para a análise da percepção da comunidade em relação ao desenvolvimento econômico de Rio Tinto/PB, após pesquisa bibliográfica acerca da história local, no período compreendido desde o inicio de sua construção, em 1917, até os dias atuais, partimos para a pesquisa empírica através de visitas feitas aos escritórios de contabilidade da cidade e utilizando como instrumento de coleta de dados um questionário aplicado de forma aleatória com moradores locais, onde foi usada uma amostra representativa de 50 indivíduos, de ambos os sexo e idades variadas, exercendo diversas funções dentro da comunidade. Os dados coletados foram analisados de forma quantitativa, utilizando-se do software Excel® e, qualitativa, expondo em alguns trechos a opinião dos entrevistados, para que ao fim deste trabalho possamos ter uma visão detalhada de como a população vem acompanhando o processo de transformação econômica e social que a cidade vem passando.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Em quase sua totalidade a amostra da população tinha sua renda familiar advinda da CTRT e hoje a geração de renda provém de vários setores, estando o setor público como o principal deles e em segundo a previdência social, este ocasionado pelo grande número de ex-funcionários já aposentados. Já ao analisar as representações elaboradas no decorrer desta investigação, constatamos que no novo cenário econômico da cidade, o setor que vem crescendo é o comércio, seguido da prestação de serviço, sendo estes impulsionados nos últimos cinco anos pela implantação do Campus da Universidade Federal da Paraíba – UFPB na região, que por sua vez, esta contribuindo para a formação de mais um setor econômico, o imobiliário, embora ainda agindo de maneira informal, mas que colabora com a geração de renda de algumas famílias. Não se esquecendo da intervenção da indústria que vem proporcionando a oferta de empregos para população. E assim dando a comunidade oportunidade de empregar-se em outros campos econômicos, deixando de estar à mercê do setor público e da previdência social. Contudo, apesar do surgimento de novas fontes de rendas a população considera que a cidade regrediu e aponta como motivo para isso a escassez de emprego e a perda do capital gerado pela Fábrica de Tecidos Rio Tinto.
CONCLUSÕES:
A construção da cidade/fábrica de Rio Tinto trouxe, sem sombra de dúvidas, uma grande contribuição para economia paraibana. Trata-se de uma potência têxtil, posição essa que chegou a ostentar durante os anos de funcionamento pleno da Fábrica, sendo considerada pólo industrial do setor no Brasil. Infelizmente a CTRT não conseguiu acompanhar a modernização do setor e se manter competitivo no mercado, levando a sua decadência. Porém a comunidade, que antes vivia direta ou indiretamente da mesma, buscou novas fontes geradoras de renda para o suprimento de suas necessidades econômicas. Construindo um novo cenário econômico e nova realidade para a cidade. Conclui-se que a pesquisa alcançou seu objetivo ao reconhecer e demonstrar esses resultados através da percepção da própria população, a qual admite que novas atividades econômicas desenvolveram-se na região, e que o surgimento destas veio em consequência à necessidade de buscar um novo meio de sobrevivência após o fechamento da Fábrica. Nesse novo contexto econômico foi dado destaque ao comércio, que é julgado hoje como maior gerador de renda para a cidade, conforme levantamento das empresas hoje existentes no município realizado nos escritórios de contabilidade da região.
Palavras-chave: Desenvolvimento econômico, Fontes de renda, Comunidade.