65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 3. Pastagem e Forragicultura
EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO ENERGÉTICA COM OU SEM A ADIÇÃO DE IONÓFORO NO COMPORTAMENTO INGESTIVO DE NOVILHAS DE CORTE EM PASTAGEM DE AZEVÉM (Lolium multiflorum Lam.)
Mateus Negrini - Acadêmico do curso de Zootecnia/ Departamento de Zootecnia - UFSM
Marta Gomes da Rocha - Profª. Drª. /Orientadora/ Departamento de Zootecnia – UFSM
Marcos Bernardino Alves - Zootecnista, aluno de Pós-Graduação em Zootecnia/ Departamento de Zootecnia – UF
Álvaro Moraes da Fonseca Neto - Méd. veterinário, aluno de Pós-Graduação em Zootecnia/ Departamento de Zootecnia
Ludmila Leonardi Biscaíno - Zootecnista, aluna de Pós-Graduação em Zootecnia/ Departamento de Zootecnia – UF
Maria José de Oliveira Sichonany - Zootecnista, aluna de Pós-Graduação em Zootecnia/ Departamento de Zootecnia – UF
INTRODUÇÃO:
O comportamento de pastejo pode ser influenciado por mudanças na característica da pastagem no decorrer do seu ciclo, pelo fornecimento de suplementos e por fatores referentes ao ambiente de pastejo. O azevém Lolium multiflorum Lam. é uma forrageira de ciclo hibernal adaptada às condições climáticas do sul do Brasil que apresenta boa produção de matéria seca digestível. O uso de suplementos para novilhas de corte pode diminuir o risco da dependência exclusiva da pastagem anual, que é maior quando se objetiva a antecipar o primeiro acasalamento, pois animais dessa categoria exigem nível alimentar alto e contínuo Bremm et al (2008). O farelo de arroz integral (FAI) é um subproduto do beneficiamento do grão e é facilmente encontrado no estado do Rio Grande do Sul. A utilização de ionóforo tem função de aumentar a eficiência alimentar e também os ganhos diários.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Objetivou-se, neste trabalho, avaliar o comportamento ingestivo de novilhas de corte mantidas em pastagem cultivada de azevém recebendo ou não suplementação energética de farelo de arroz integral com ou sem adição de monensina.
MÉTODOS:
O trabalho foi desenvolvido em área da Universidade Federal de Santa Maria, no período de julho a outubro de 2011. Foi avaliado o comportamento ingestivo de novilhas em pastagem de azevém; novilhas em pastagem de azevém recebendo 0,8% do peso corporal de FAI; novilhas em pastagem de azevém recebendo 0,8% do peso corporal de FAI + 200 mg/animal/dia de monensina. A área experimental é constituída por 9 piquetes de 0,8 hectares(ha) cada, as quais constituíram as unidades experimentais. Foram utilizadas novilhas da raça Angus com idade e peso inicial de 8 meses e 145,1 ± 12,3 kg. O método de pastejo adotado foi o contínuo com número variável de animais. A massa de forragem foi avaliada por meio da técnica de estimativa visual com dupla amostragem. O comportamento ingestivo dos animais teste foi realizado por um período de 24 h ininterruptas, a cada 28 dias. Foram avaliados, a intervalos de 10 minutos, o tempo total de pastejo, ruminação, ócio e permanência no cocho (JAMIESON & HODGSON, 1979). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com medidas repetidas no tempo, com 3 tratamentos e 3 repetições de área. Os dados foram analisados por meio de análise de variância utilizando o programa estatístico SAS versão 8.2.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As variáveis massa de forragem, oferta de lâminas foliares, relação folha:colmo e altura do dossel, apresentaram valores médios de, 1490,1 ± 221,40 kg/ha de matéria seca, 4,7 ± 1,45 kg de matéria seca/100 kg de peso corporal, 3,4 ± 1,6 e 10,1 ± 1,13 cm, respectivamente. Animais exclusivamente em pastagem e recebendo suplemento consumiram forragem com mesmo teor de proteína bruta e fibra em detergente neutro, com valores médios de 23,09 ± 1,46%, 48,1 ± 1,88%, respectivamente. Não houve interação (P>0,05) entre sistemas alimentares x estádios fenológicos do pasto para tempo de pastejo (min/dia), tempo de ruminação (min/dia), tempo de ócio (min/dia), tempo de permanência no cocho (min/dia) e taxa de bocados (boc/min). Não foi verificada diferença (P>0,10) no tempo de pastejo e ócio para animais que receberam suplemento ou não, podendo ser atribuída a não ocorrência do efeito substitutivo do consumo de concentrado por consumo de pasto. O tempo de ruminação e o tempo de permanência no cocho não diferiu (P>0,10) entre as alternativas testadas, provavelmente porque a forragem consumida em ambos os sistemas alimentares não apresentou diferença no teor de FDN e o nível de suplemento não interfere nas outras atividades realizadas pelo animal, respectivamente.
CONCLUSÕES:
Novilhas de corte em pastejo contínuo em pastagem de azevém, recebendo ou não suplemento energético com ou sem adição de ionóforo não apresentaram mudança no tempo de pastejo, tempo de ruminação, tempo de ócio e taxa de bocados.
Palavras-chave: Tempo de ócio, Tempo de pastejo, Tempo de ruminação.