65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 5. História - 11. História
CONTANDO A MATEMÁTICA: A HISTÓRIA ALÉM DOS NÚMEROS
Goreti Pélagué Pereira da Silva - Depto. de História, UFRPE, Recife/PE
Camila Mendes dos Santos - Depto. de Matemática, UFRPE, Recife/PE
Ricardo de Aguiar Pacheco - Prof. Dr./Orientador - Depto. de Educação, UFRPE
INTRODUÇÃO:
Este é um trabalho realizado na Escola Ministro Jarbas Passarinho com a turma do 2º ano do ensino médio, dentro do programa Ensino Médio Inovador (EMI), através do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), no qual propomos a realização de uma oficina interdisciplinar, articulando conteúdos escolares de Matemática e História. Esta oficina propõe o estudo da história da matemática, de seus teóricos e suas obras, contextualizando-os em seu momento histórico, para entender como as teorias, teoremas e fórmulas foram descobertas e desenvolvidas ao longo do tempo, demonstrando que o avanço científico faz relação com a realidade sócio-cultural em que emerge.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Compreender as ciências como construções humanas, entendendo como elas se desenvolveram por acumulação, continuidade ou ruptura de paradigmas, relacionando o desenvolvimento científico com a transformação da sociedade. Relacionar etapas da história da Matemática com a evolução da humanidade. Situar as diversas produções da cultura nos contextos históricos de sua constituição e significação.
MÉTODOS:
As aulas foram realizadas através de dinâmicas individuais e de grupo, como por exemplo, a dinâmica do autoconhecimento, no qual distribuímos diversas imagens e os alunos escolheram a que mais eles se identificaram, ao final, montaram uma história pessoal que tivesse relação com a imagem escolhida. A idéia era mostrar que todos nós possuímos uma história e que ela tende a se relacionar com o universo em que vivemos. Também foram feitas atividades práticas, como produção de origami (construção de um cubo para explicar o teorema de Pitágoras), exibições de vídeos, produções textuais, observação do ambiente escolar para estudo da geometria e visita ao Espaço Ciência.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Esta atividade foi planejada com a proposta de unir saberes, pondo em prática a idéia de interdisciplinaridade, sob a perspectiva do PIBID e baseado nos PCNs: “Busca-se uma síntese entre humanismo, ciência e tecnologia” (PCN HISTÓRIA, 2000). A atual LDB propõe um aprendizado de forma contextualizada em que os conhecimentos técnicos e teóricos tenham maior relação com a prática. Assim, contextualizar historicamente os saberes da matemática teve como pressuposto a ideia de que as produções humanas são, ao mesmo tempo, reflexo e refletor dos aspectos políticos, sociais, econômicos e culturais de determinada sociedade. Então, podemos entender como o avanço da matemática esteve subjugado – mas também quebrou paradigmas – ao contexto histórico vivido, e que ainda hoje, seus conceitos e saberes interferem na formação do sujeito, daí a importância do estudo “complementar e não excludente” das disciplinas. Com a participação ativa dos alunos, as atividades tiveram grande êxito no que diz respeito aos objetivos da oficina, pois através das diversas atividades realizadas em sala o grupo pôde restabelecer uma nova forma de contato com os saberes da matemática, tendo como base o entendimento do homem e da sociedade de cada época estudada.
CONCLUSÕES:
Descobrimos a possibilidade de articulação entre conteúdos disciplinares de matemática e história como uma ferramenta útil para a construção do aprendizado em ambas as disciplinas. Com o planejamento e leitura para a produção da oficina e, principalmente, com a prática das atividades, foi possível encontrar diversas formas de unir conteúdos aparentemente distantes e mostrar seus pontos de intersecção. Outro aspecto relevante ao final da oficina foi o envolvimento da turma com a proposta, que se mostrou bastante interessada em participar das atividades e entender como duas disciplinas que se separam por área de conhecimento podem ser estudadas juntas. Destacando que essa proposta metodológica foi de fundamental importância para que os alunos entendessem como os matemáticos teóricos se utilizavam das ferramentas possíveis de sua época para produzir ciência, desenvolvendo-a e deixando seu legado para as próximas gerações, percorrendo o contexto sócio-histórico que os limitavam e os impulsionavam a novas descobertas.
Palavras-chave: Prática metodológica, Interdisciplinaridade, Inovação.