65ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 13. Engenharia Sanitária
Variação da alcalinidade ao longo do tratamento de esgoto.
Bruno e Silva Ursulino - Curso de Engenharia Ambiental/IFCE- Campus Juazeiro do Norte
Marise Daniele Maciel Lima - Curso tecnico de Eletrotecnica/IFCE- Campus Juazeiro do Norte
Priscilla Barbosa de Araújo Silva - Curso tecnico de Eletrotecnica/IFCE- Campus Juazeiro do Norte
Maria Jaiane Germano Pinheiro - Curso tecnico de Eletrotecnica/IFCE- Campus Juazeiro do Norte
Jefferson Queiroz Lima - Prof. Dr./Orientador - IFCE- Campus Juazeiro do Norte
Yannice Tatiane da Costa Santos - Prof. Msc./Orientadora - IFCE- Campus Juazeiro do Norte
INTRODUÇÃO:
A alcalinidade é a capacidade de tamponamento, ou seja, condições que uma determinada água tem de neutralizar os sais do ácido carbônico, que se apresentam na forma de bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos. É um importante parâmetro de caracterização do esgoto doméstico, visto que o bom desempenho do tratamento biológico adotado, no caso as lagoas de maturação, depende das condições de neutralidade do pH. Em esgoto bruto a alcalinidade apresenta, na maioria dos casos, apenas concentrações de bicarbonatos, devido ao pH não ultrapassar valores de 8,3. No caso das lagoas de estabilização, na presença de luz solar, as algas fotossintéticas assimilam o dióxido de carbono, o que eleva o pH e favorece ao meio alcalinidade com concentrações de bicarbonatos, carbonatos e até hidroxilas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho propõe avaliar, através de um estudo quantitativo, as concentrações de alcalinidade total no efluente bruto e efluente final da Estação de Tratamento de Esgoto Malvas, localizada no município de Juazeiro do Norte – Ceará.
MÉTODOS:
Foram realizadas quatro coletas do efluente bruto (na entrada da primeira Lagoa anaeróbia - LA) e na saída da lagoa de maturação da ETE Malvas, que recebe efluentes domésticos coletados pela cidade, bem como de resíduos sépticos de carros limpa-fossa. As amostras foram coletadas semanalmente e sempre no horário da tarde. Para determinação da alcalinidade foi utilizado o método titulométrico, com adição de ácido sulfúrico e o monitoramento do pH, via potebciômetro, técnica descrita no “Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, referenciado por APHA, et al (2005). Testes estatísticos descritivos foram realizados com os resultados das concentrações de alcalinidade das amostra.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As quatro amostras do efluente bruto mostraram a presença apenas de bicarbonatos (pH < 8,3) com média e mediana de 380 e 326 mgCaCO3/L, ou seja, valores típicos de esgotos sanitários não-tratados, considerando ainda pH entre 6,76 e 8,25. Já os resultados de pH do efluente da lagoa de maturação, como já se esperava, apontou três resultados com a presença de carbonatos (58, 113 e 130 mgCaCO3/L), previsto pela elevação do pH da água. Esses íons são consumidos inteiramente nos processos de respiração e fotossíntese em períodos noturnos e diurnos, sendo responsável por equilibrar a concentração de ácido carbônico, que se dissocia em gás carbônico, no meio. Quanto a estatística descritiva, a média e a mediana da alcalinidade total foram aproximadas (492 e 502 mgCaCO3/L), visto que o local e horário de coleta das amostras foram respeitados fielmente, por conta da influencia da luz solar. Nenhuma das quatro amostras do efluente final apresentou pH maior que 9,4, ou seja, não houve alcalinidade com concentrações de hidroxilas.
CONCLUSÕES:
A alcalinidade total do esgoto bruto e efluente final da lagoa de maturação foi aproximada, visto que isso ocorreu, principalmente, pela participação dos fitoplânctons no processo de produção de alcalinidade pela fotossíntese. As amostras entre si, não tiveram variação de resultados devido a fidelidade dos horários e pontos de amostragem. Como se esperava as quatro amostras de esgoto bruto apresentaram apenas concentrações bicarbonatadas, enquanto as lagoas de estabilização apresentaram três resultados de concentrações carbonatadas e nenhuma concentração de hidroxilas. É válido lembrar que a lagoa de maturação recupera a alcalinidade perdida ao longo do tratamento (anaeróbia – facultativa), devolvendo ao meio as espécies bicarbonatadas e carbonatadas, além de refletir o bom funcionamento do sistema, visto que a atividade fotossintética está desempenhando seu papel corretamente, tendo como consequência, a elevação do pH do meio. Essa fato assegura que o efluente final sairá com a qualidade mais apurada, digno de ser lançado em corpo aquático.
Palavras-chave: Alcalinidade, Esgoto Bruto, Lagoas de estabilização.