65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 3. Toxicologia
ANÁLISE DA ATIVIDADE TÓXICA DE CRATEVA TAPIA E DE SUAS FRAÇÕES ETANÓLICA E AQUOSA
Hianna Arely Milca Fagundes Silva - Depto. de Biofísica e Radiobiologia - UFPE
José Luís Ferreira Sá - Depto. de Biofísica e Radiobiologia - UFPE
Daniela Lyra de Vasconcelos Cabral - Depto. de Ciências Farmacêuticas - UFPE
Francisco Fernandes Amâncio - Prof. Dr. - Depto. de Biofísica e Radiobiologia - UFPE
Ana Maria Mendonça de Albuquerque Melo - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Biofísica e Radiobiologia - UFPE
INTRODUÇÃO:
A Crateva tapia, conhecida popularmente como Trapiá, é uma planta da família Capparaceae, apresentando ocorrência desde Pernambuco até São Paulo, Minas Gerais, Mata Atlântica e Pantanal Mato-Grossense. As cascas, folhas e seiva são utilizadas na medicina popular no combate à febres, hemorroidas, infecções, irritações do trato respiratório, disenteria e como estomáquico. Bioensaios de extratos vegetais e de suas frações são amplamente utilizados para avaliar os seus efeitos em sistemas biológicos e dimensionar a toxicidade relativa das substâncias. Artemia salina, pertencente à ordem Anostraca, é um microcrustáceo de água salgada que possui um curto ciclo de vida. Devido ao seu baixo custo, simplicidade, eficiência e necessidade de uma pequena quantidade de amostra o bioensaio utilizando Artemia salina é cada vez mais reconhecido como alternativa para a busca de compostos candidatos a novas drogas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste estudo foi avaliar a toxicidade do extrato bruto de Crateva tapia e de suas frações aquosa e etanólica utilizando o bioensaio com Artemia salina.
MÉTODOS:
Para a eclosão das Artemias, cistos foram colocados em água do mar filtrada sob aeração por um período de 48 horas. Após a eclosão, dez larvas de Artemia, foram colocadas em tubos de ensaios contendo 5 ml do extrato bruto da casca de Crateva tapia e suas frações aquosa e etanólica nas concentrações de 0 (controle) ; 125; 250; 500 e 1000 ppm. A exposição foi realizada por 24 horas e os testes realizados em quadruplicata. Os grupos foram analisados quanto à frequência de letalidade e sobrevivência. O teste estatístico utilizado foi o Teste Newman- keuls com p< 0,05
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O extrato bruto de Crateva tapia demonstrou alta toxicidade nas concentrações de 500 ppm e 1000 ppm, apresentando uma letalidade de 86% para ambas as concentrações. A fração aquosa do extrato de Crateva tapia demonstrou alta toxicidade, também, nas concentrações de 500 e 1000 ppm, apresentando letalidade de 25% e 57,5%, respectivamente. A fração etanólica do extrato de Crateva tapia, assim como os outros dois extratos testados anteriormente apresentou uma letalidade de 32,5% e 80% para as concentrações de 500 e 1000 ppm, respectivamente. As demais concentrações dos extratos utilizados não demonstraram toxicidade significativa em relação ao grupo controle.
CONCLUSÕES:
Os resultados preliminares demonstram uma toxicidade diferenciada para cada extrato testado, porém as concentrações de 500 e 1000 ppm foram as que apresentaram maior letalidade para todas amostras testadas. Outra observação importante foi que a fração etanólica do extrato bruto de Crateva tapia foi mais tóxica para Artemia salina que a fração aquosa do mesmo extrato. Estudos complementares deverão ser realizados.
Palavras-chave: Crateva tapia, Artemia salina, Toxicidade.