65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
AS (IM)POSSIBILIDADES DA BIBLIOTECA ESCOLAR NA PRODUÇÃO DE PRÁTICAS ALFABETIZADORAS
Giovanni Genehr - Licenciando em Pedagogia - Unisinos
INTRODUÇÃO:
Ao discutir as (im)possibilidades da biblioteca escolar na produção de práticas alfabetizadoras, entendo que esse espaço cultural é um dos mobilizadores mais potentes das práticas alfabetizadoras que se articula à sala de aula. Foram importantes, para este trabalho, os estudos que abordam questões relacionadas à alfabetização e ao letramento, entre eles o de Soares (2004) e o de Kleiman (2007). Com base nesses estudos, o presente trabalho apresenta uma análise das formas de atuação da biblioteca de uma escola municipal de São Leopoldo (RS) com as turmas de primeiros e segundos anos do Ensino Fundamental. Este exercício analítico foi desenvolvido durante minha atuação no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid/Capes), buscando atender à ação prevista no subprojeto do Curso de Pedagogia/Unisinos, a qual consiste na “participação em atividades relacionadas ao uso da biblioteca da escola, hora do conto, bem como planejamento e aplicação de outras atividades relacionadas à leitura” (p. 3).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Compreender e analisar as formas de atuação da biblioteca escolar no desenvolvimento de práticas alfabetizadoras.
MÉTODOS:
Para a realização deste trabalho, valho-me das experiências adquiridas enquanto bolsista do Pibid/Unisinos no período de outubro de 2012 a março de 2013. No decorrer desses meses, adquiri muitos conhecimentos com as práticas observadas na biblioteca, assim como, com as conversas estabelecidas com as bibliotecárias, as quais foram registradas no meu diário de campo. A leitura do plano da biblioteca, as observações realizadas em sala de aula e as conversas com as professoras, registradas nesse diário, bem como o acompanhamento parcial de um projeto voluntário desenvolvido com a biblioteca, foram indispensáveis para a produção dos dados. Além disso, analiso algumas práticas desenvolvidas pelo grupo do Pibid em parceria com uma das bibliotecárias, as quais proporcionaram momentos em que assumimos maior protagonismo nas ações com os alunos em fase de alfabetização. Os dados foram escrutinados, organizados e separados por regularidades e deslocamentos, buscando entender as formas como a biblioteca escolar atua no desenvolvimento de práticas alfabetizadoras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As análises possibilitaram indicar os seguintes resultados: a biblioteca é considerada imprescindível para o processo de alfabetização e costuma ser utilizada sistematicamente, tanto para trabalhar com os alunos quanto para buscar recursos literários para a sala de aula; as bibliotecárias consideram de extrema relevância as atividades de leitura, de escrita e de interpretação; a alfabetização não se configura como o ponto principal das intervenções realizadas pelas bibliotecárias, mas o letramento está sendo desenvolvido ao ampliar as possibilidades de estabelecer relações com a vida dos alunos; o trabalho específico com a alfabetização é mais enfatizado por algumas professoras que se dispõem a dar, em sala de aula, continuidade ao trabalho desenvolvido na biblioteca; a biblioteca se caracteriza como um espaço complementar às atividades de sala de aula; as práticas que envolvem a biblioteca se focam excessivamente na literatura infantil, excluindo o trabalho com alguns gêneros textuais. Com base nos estudos de Soares (2004) e Kleiman (2007), é possível perceber que a biblioteca da escola pesquisada pode ser utilizada com maior potência tanto para desenvolver as práticas de alfabetização quanto as de letramento.
CONCLUSÕES:
O trabalho desenvolvido pelas bibliotecárias e a utilização dos recursos disponíveis na biblioteca da escola, pelas professoras, estão se constituindo como ferramentas importantes para o desenvolvimento de aprendizagens significativas para os alunos, mesmo que a biblioteca não assuma, como está descrito em seu plano, um protagonismo nos conhecimentos. Apesar da alfabetização não ter sido muito evidenciada em determinadas ocasiões, ainda assim ela foi trabalhada de forma a contemplar as necessidades das turmas, seja através da escrita de palavras ou de frases, de questionamentos orais, de leitura de trechos de histórias, de caça-palavras, entre outras atividades que poderiam ser citadas. O projeto da mãe de um aluno ampliou as possibilidades da escola considerar outras aprendizagens, relacionadas com os saberes que estão na comunidade. Todas as experiências vivenciadas no cotidiano da escola, proporcionadas pelo Pibid/Capes, contribuíram para uma ampliação de meus conhecimentos sobre a docência, sobre a relação da sala de aula com outros espaços da escola, bem como a comunidade na construção do processo de alfabetização e letramento dos alunos. Essas experiências estão colaborando na minha trajetória de constituição enquanto docente dos anos iniciais de escolarização.
Palavras-chave: alfabetização, letramento, Pibid.