65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
ESTRUTURA DA Hevea brasiliensis Mull. Arg. EM UMA FLORESTA DE VÁRZEA NO ESTADO DO AMAPÁ-BRASIL.
Fabiana Estigarribia - Depto. de Ciências Biológicas - UNIFAP
Harliany de Brito Matias - Depto. de Engenharia Florestal – UEAP
Luandson Araúja Souza - Depto. de Engenharia Florestal - UEAP
Fernanda Gomes Galvão - Depto. de Ciências Biológicas - UNIFAP
Wegliane Campelo da Silva Aparício - Profa. Dra./ Orientadora do curso de Biologia - UNIFAP
Perseu da Silva Aparício - Prof. Dr./Co-orientador do curso Engenharia Florestal-UEAP
INTRODUÇÃO:
O ecossistema várzea se localiza em áreas inundáveis da bacia amazônica, cujos solos são constantemente renovados por causa da sedimentação natural que ocorre durante o período em que permanecem submersos. Nesse ambiente, desenvolvem-se plantas adaptadas fisiologicamente e morfologicamente, que apresentam como característica marcante a madeira mais leve que as de espécies de terra firme. Contudo destaca-se a espécie Hevea brasiliensis, conhecida popularmente como seringueira pertence a família Euphorbiaceae, é uma árvore de grande porte, e apresenta uma caracteristicamente exsudação do tipo leitosa e de cor branca. É uma planta perene e de rápido crescimento, possui importância econômica tanto madeireiro como para produção de borracha e celulose, óleos e tintas, porém sua madeira é considerada do tipo leve e de baixa durabilidade a qual é muito utilizada para fins como lenha e carvão. Com ocorrências preferencialmente em florestas Amazônicas nas margens de rios e lugares inundáveis da mata de terra firme em solos argilosos e férteis da beira de rios e várzeas. Conhecer a estrutura diamétrica de determinadas espécies de árvores permite tirar conclusões sobre o estágio de desenvolvimento da floresta, sendo um indicador do estoque de crescimento de espécies de um determinado local. Podendo ainda revelar características ecológicas da espécie cuja população esta sendo estudada.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo desse trabalho foi estudar a distribuição diamétrica da espécie Hevea brasiliensis para contribuir com informações que possam ser uteis para conservação da espécie na área de estudo.
MÉTODOS:
O trabalho foi realizado em uma floresta de várzea conhecida como igarapé da fortaleza com as seguintes coordenadas geográficas (0º 2’ 42.58” S e 51º 8’ 11.05” O) no município de Macapá – AP. Para realização do estudo foram locadas 30 parcelas de 10 x 15m (150m²) totalizando 0,45 ha de universo amostral, foi utilizada a extensão do rio (9 km) e o comprimento da parcelas nas duas margens (30 m) resultando em 27 ha de área de estudo. A distribuição das parcelas foi definida através do processo de amostragem aleatória simples, foi feito o sorteio prévio do local de cada parcela, estando todas dispostas ao longo do afluente do rio Amazonas e mapeadas no seu início com o auxílio de GPS de navegação (Global Position System), através das coordenadas UTM - Universal Transversa de Mercator. Foram mensurados todos os indivíduos arbóreos vivos com CAP (Circunferência a altura do peito a 1,30 m do solo) ≥ 15,7 cm, totalizando 18 indivíduos, no qual cada um recebeu placa de alumínio com numeração. O número de classes diamétricas foi definido pela aplicação da fórmula de Higuchi et al. (2008). Foi testado o ajuste da distribuição de todos os diâmetros dos indivíduos da espécie Hevea brasiliensis amostrados na área ao modelo exponencial de Meyer, que se aplica aos dados com elevada assimetria que podem ser representados na forma “J invertido”, utilizando ferramenta do programa Microsoft Excel 2010.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram inventariados 18 indivíduos da espécie Hevea brasiliensis, distribuídos em cinco classes diamétricas, com amplitude de 11,12 cm. O menor diâmetro encontrado foi 5,66 cm e o maior de 62,38 cm. Seis indivíduos foram classificados na classe diamétrica inicial, contemplando árvores com DAP variando de 5,66 a 16,39 cm. A última classe diamétrica apresentou apenas um indivíduo com 62,38 cm. Tal disposição das árvores gerou um histograma em forma exponencial negativo. Este comportamento é esperado para florestas nativas em quaisquer estado de conservação e populações bem representativas e estabelecidas na área. Isso significa que essa espécie se encontra balanceada com alto poder regenerativo, ou não sofre perturbação antrópicas pela população que reside às margens do igarapé da Fortaleza. A espécie Hevea brasiliensis apresentou 18 indivíduos por hectares (DOA). A distribuição dos indivíduos ocorreu de forma significativa com frequência absoluta de Z a qual representa 4,16 % do total. Baseados nesses parâmetros o valor de importância da espécie Hevea brasiliensis colocou a espécie entre as dez mais representativa.
CONCLUSÕES:
A estrutura diamétrica da espécie Hevea brasiliensis demonstrou estar balanceada, pois o gráfico em J invertido mostra que a espécie em estudo obedece todas as classes de diâmetros, conclui-se que a espécie possa ser manejada sem comprometê-la, pois a mesma possui um alto poder regenerativo nas classes diamétricas.
Palavras-chave: Seringueira, Diamética, Amazônicas.