65ª Reunião Anual da SBPC

C. Ciências Biológicas - 12. Neurociências e Comportamento - 1. Neurociências e Comportamento

RINGTAIL EM RATAS WISTAR SUBMETIDAS À PINEALECTOMIA

Juliete Lira de Souza Lima - Depto. de Biologia – UFRPE Lívia Geovane Pessoa dos Santos - Depto. de Biologia – UFRPE Luiz Palhares Neto - Depto. de Biologia – UFRPE Edvaldo Lopes de Almeida - Prof. Dr./ Depto de Medicina Veterinária - UFRPE Janaina de Albuquerque Couto - Profa. Dra / Depto de Morfologia e Fisiologia Animal - UFRPE Fábia Regina Nascimento Fernando Burgos - Profa. MsC./ Orientadora – Depto de Morfologia e Fisiologia Animal – UFRPE

INTRODUÇÃO:

Nos últimos anos, a preocupação com o bem-estar animal tem sido evidente, principalmente em relação ao uso de animais na experimentação científica. Qualquer estímulo que altere o estado homeostático de um animal é um agente estressante, e as diversas reações do corpo para combater esta alteração compõem a resposta ao estresse. O estresse é uma reação do organismo com componentes psicológicos, físicos, mentais, comportamentais e hormonais, que ocorre para adaptação a um evento ou situação de angústia intensa. Variações de temperatura e umidade ambientais podem levar a alterações patológicas nas vias respiratórias, alterações na pele e infecções. A umidade relativa abaixo de 40% desencadeia o quadro de ringtail, onde o animal apresenta constrições na cauda restringindo a circulação sanguínea, a parte distal torna-se edematosa podendo necrosar (HEINE, 1998). Os procedimentos cirúrgicos invasivos, como a pinealectomia, são suscetíveis de causarem dor e o estresse pós-operatório pode comprometer seriamente o bem-estar animal. Considerando a pinealectomia uma cirurgia invasiva, o presente trabalho visa em acompanhar o comportamento de ratas submetidas a tal procedimento cirúrgico.

OBJETIVO DO TRABALHO:

Avaliar os efeitos da pinealectomia no comportamento das ratas Wistar no pós-cirúrgico em biotério com temperatura e umidade variável.

MÉTODOS:

No pré-operatório, três fêmeas com 90 dias de idade foram anestesiadas com cloridrato de xilazina (10mg/kg/IM) e cloridrato de cetamina (75mg/kg/IM). Após tricotomia e assepsia da área dorsal da cabeça com clorexidine e cloreto de sódio a 0,9%, uma incisão foi realizada na linha média dorsal da cabeça. Com um micromotor de baixa rotação e uma broca de dentista nº03, procedeu-se a incisão circular da calota craniana de aproximadamente 4 mm de diâmetro. Retirado o fragmento ósseo, o mesmo foi temporariamente acondicionado em cloreto de sódio a 0,9%. Tendo a visibilização da junção dos seios venosos, realizou-se a sua ligadura cranial e caudal com fio de sutura 5-0 ABSPoliglactina. Após uma incisão entre os dois nós, a porção caudal foi rebatida para identificação e retirada da glândula pineal por intermédio de uma pinça oftálmica curva curetada, esta foi fixada em glutaraldeído. Em seguida, o fragmento ósseo foi recolocado e a pele aproximada por pontos isolados simples com fio 5-0 ABS Poliglactina. Sulfametoxazol + trimetropim (10mg/kg/SC) e 2 mL de cloreto de sódio a 0,9%IP, foram administradas no pós-operatório imediato, assim como os animais foram mantidos por 20 minutos em manta térmica. Em seguida encaminhados ao biotério em suas gaiolas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Após 24 horas do procedimento cirúrgico as ratas desenvolveram quadro de ringtail com vasoconstrições na cauda iniciada na parte distal, seguida de edema e necrose sinais que corroboram com Heine (1998) ao descrever esta patologia. A extensão das lesões variou, onde a rata I apresentou dois terços da cauda, a rata II o terço médio e a rata III apenas 0,5cm de área lesionada. Realizou-se antibioticoterapia em todos animais. Procedeu-se a caudectomia nas ratas I e II, sem sucesso. A rata III perdeu a última vértebra caudal espontaneamente, no entanto evolui com estado geral bom. Durante o período após a realização das cirurgias, os animais foram mantidos sob condições de variação de temperatura e de umidade, mantidos em gaiolas, sem climatização do ambiente. Segundo Heine (1998), variações de temperatura e umidade ambientais podem levar à alterações patológicas nas vias respiratórias, alterações na pele, infecções e levar ao quadro de ringtail.

CONCLUSÕES:

A pinealectomia, associada a um quadro de variação de temperatura e umidade potencializaram o estresse pós-cirúrgico dos animais desencadeando o quadro de ringtail.

Palavras-chave: Cirurgia, Pineal, Estresse.