65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
ESTRUTURA DIAMÉTRICA DA ESPÉCIE Tapirira guianensis Aub. EM QUATRO FRAGMENTOS FLORESTAIS LOCALIZADOS NO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ NO ESTADO DO AMAPÁ - BRASIL
Fernanda Gomes Galvão - Depto. de Ciências Biológicas - UNIFAP
Raianny Nayara de Souza - Depto. de Engenharia Florestal – UEAP
Lívia Marques de Jesus - Depto. de Engenharia Florestal - UEAP
Luma Carolina Borges Pereira - Depto. de Ciências Biológicas - UNIFAP
Wegliane Campelo da Silva Aparício - Profa. Dra./ Orientadora do curso de Biologia - UNIFAP
Perseu da Silva Aparício - Prof. Dr./Co-orientador do curso Engenharia Florestal-UEAP
INTRODUÇÃO:
A Tapirira guianensis Aubl conhecida popularmente por tatapiririca, pau-pombo, aroeirana, pertence à família anacardiaceae, é de hábito arbórea pode atingir 14m de altura, floresce duas vezes por ano de março a maio e de setembro a dezembro. O fruto tem poupa suculenta e adocicada e seu amadurecimento acontece de janeiro até março. Ocorre em todo o Brasil, em quase todas as formações vegetais principalmente em terras úmidas. É mais presente em floresta ombrófila de planície, contudo pode ser encontrada em formações secundárias, em várzeas e beira de rios. É uma espécie recomendada para reflorestamento em áreas degradadas e de matas ciliares e importante para o uso madeireiro, medicinal e produz frutos comumente procurados pela fauna. A distribuição diamétrica se baseia na distribuição do número de árvores em classes de diâmetro, com isso permite avalições previas de condições dinâmicas da floresta, possibilitando previsões futuras quanto o desenvolvimento da comunidade vegetal ou de determinadas espécies nesse caso da Tapirira guianensis. Análises de distribuição diamétrica vêm sendo aplicadas em diferentes fitofisionomias do Brasil para compreensão de aspectos relevantes quanto à organização.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo desse trabalho foi analisar a estrutura diamétrica da espécie Tapirira guianensis em quatro fragmentos florestais localizados no campus da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).
MÉTODOS:
O estudo foi realizado em quatro fragmentos localizados no campus da UNIFAP. A área do fragmento um mede 5,81 ha, o dois 1,02, o três 1.65 e o fragmento quatro 1,38 ha, a temperatura varia entre 25 a 27 °C. Para o estudo foram lançadas parcelas de 10 x 25m sistematicamente, com 25 m de distância uma da outra. No fragmento um foram lançadas 27 parcelas distribuídas em nove transectos, no fragmento dois, cinco parcelas em cinco transectos, no fragmento três, sete parcelas em cinco transectos e no fragmento quatro foram lançadas oito parcelas em seis transectos. Foram incluídos todos os indivíduos com circunferência a altura do peito (CAP) > 10 cm. Em todos os fragmentos foram mensuradas o CAP dos indivíduos da espécie Tapirira guianensis Aubl. No fragmento um foram 78 indivíduos, no dois foram 10, no três foram 13 indivíduos e no quatro foram 25 indivíduos. Cada indivíduo recebeu placa de alumínio com numeração. Para o cálculo das classes diamétricas utilizou-se a fórmula de Higuchi et al (2008). Foi testado o ajuste da distribuição de todos os diâmetros dos indivíduos amostrados na área ao modelo exponencial de Meyer, que se aplica aos dados com elevada assimetria que podem ser representados na forma “J invertido”, utilizando ferramenta do programa Microsoft Excel 2010.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No fragmento um a espécie apresentou distribuição diamétrica padrão de curva em ‘J’ invertido, gerando 8 classes diamétricas com 4,4 cm de amplitude, com o maior DAP de 35,33 e o menor de 3,18. Dos 78 indivíduos 28 foram classificados na primeira classe com DAP mínimo de 3,18 e máximo de 6,36 cm. No fragmento dois não foi observado o padrão de ‘J’ invertido, por se tratar de fragmentos susceptíveis a perturbações antrópicas. Encontrou-se 10 indivíduos distribuídos em cinco classes, sendo dois indivíduos na primeira classe, com DAP mínimo de 3,24 e máximo de 4,29. Na segunda classe foi a de maior representatividade com sete indivíduos com DAP mínimo de 8,40 e máximo de 10,40. No fragmento três não apresentou o padrão de ‘J’ invertido, com grande número de indivíduos jovens, onde foram encontrados 13 indivíduos distribuídos em cinco classes, sendo quatro indivíduos na primeira classe com DAP mínimo de 2,38 e máximo de 6,68. No fragmento quatro observou-se o padrão de ‘J’ invertido mostrando que a área apresenta uma distribuição balanceada, foram encontrados 24 indivíduos distribuídos em seis classes. Na classe um foram encontrados 11 indivíduos com DAP mínimo de 4,13 e máximo de 7,28, na classe dois foram encontrados indivíduos com DAP mínimo de 9,23 e máximo de 11,77.
CONCLUSÕES:
A distribuição diamétrica da espécie Tapirira guianensis se encontra balanceada apenas nos fragmentos um e quatro. Esses dois fragmentos apresentam um nível de perturbação menor do que o fragmento dois e três onde a espécie não apresentou o gráfico padrão de ‘J’ invertido confirmando o elevado grau de perturbações antrópicas que a área apresenta.
Palavras-chave: Tatapiririca, Inventário, Anacardiaceae.