65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
ANÁLISE DO PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR NAS TURMAS DE ENSINO MÉDIO DA REDE ESTADUAL DA CIDADE DE ARAGUATINS/TO
Graciete Sousa Barbosa Cardoso da Silva - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO)
Arlethe da Silva Santos - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO)
Rita de Cássia pereira Leite - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO)
Talíbio de Arruda Leda - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO)
Tamara Costa Teles - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO)
Santina Lima dos Santos Sousa - Profª. Orientadora. Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFTO)
INTRODUÇÃO:
A educação é um dos alicerces que sustenta a sociedade e é direito de todos, dever do estado e da família (Art. 205 da Constituição Federal 1988). Desse modo deve ser oferecida a todos, sem distinção de cor, raça ou necessidades especiais que um individuo possa ter. De acordo com as Diretrizes Nacionais Para a Educação Especial Na Educação Básica, (p.20, 2001). “Entende-se por inclusão a garantia, a todos, do acesso continuo ao espaço comum da vida em sociedade, sociedade essa que deve estar orientada por relações de acolhimento à diversidade humana, de aceitação das diferenças individuais, de esforço coletivo na equiparação de oportunidades de desenvolvimento, com qualidade, em todas as dimensões da vida”.
A educação inclusiva defende o direito de todas as crianças frequentarem o mesmo espaço escolar, de estarem juntos interagindo e aprendendo sem nenhum tipo de discriminação. Sabendo disso buscou-se conhecer a realidade da educação inclusiva em escolas da rede Estadual da cidade de Araguatins-TO, visando identificar os problemas para a inserção desses estudantes no meio escolar, fatores que influenciam a sua permanência na escola, bem como conhecer características da unidade escolar que possam contribuir positiva ou negativamente com o rendimento escolar desses educandos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Conhecer a realidade da educação inclusiva nas escolas de ensino médio da rede Estadual de Ensino da cidade de Araguatins –TO.
MÉTODOS:
A metodologia empregada teve caráter qualitativo, focando na descrição das concepções de estudantes, acerca do processo de inclusão nas escolas da rede regular de ensino. As informações foram coletadas mediante a aplicação de questionários entre os dias 04 e 05 de março de 2013, a 144 estudantes da primeira a terceira série do Ensino Médio de uma escola estadual localizada na cidade de Araguatins, situada no estremo Norte do Estado do Tocantins. O questionário utilizado era composto por 6 questões objetivas. Na primeira questão buscou-se conhecer se nas salas dos estudantes entrevistados havia algum colega com necessidades especiais, na segunda e terceira questão foi solicitado que dissessem se os alunos com necessidades especiais devem estudar em escolas da rede regular e se os mesmos podem atrapalhar o rendimento escolar da turma, nas próximas duas questões buscou-se conhecer na concepção dos estudantes se os professores estão preparados para dar aulas a crianças em turmas inclusivas, e se os alunos com deficiência são bem recepcionados pelos colegas de classe. Finalmente, na sexta questão, procurou-se conhecer se os alunos acreditam que a escola em que estudam possui estrutura física adequada para atender estudantes com necessidades especiais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dos 144 estudantes que responderam ao questionário, 70,8% não conhecem nenhum aluno em sala que possua necessidades especiais, ao passo que 29,1% afirmam que em suas respectivas salas há alunos com necessidades especiais. Um total de 72,9% dos entrevistados acredita que os alunos com deficiência devem estudar em escolas regulares, 27% disseram que estes não devem frequentar as escolas comuns. Na concepção de 81,9% dos estudantes, a atenção extra requerida pelo deficiente não atrapalha o seu rendimento escolar e nem dos demais colegas, porem 18% afirmam que sim. Dados da pesquisa demostram que 65,2% dos estudantes acreditam que os professores não estão capacitados a atender crianças com deficiência em turmas inclusivas, enquanto um total de 34,7% acreditam que sim. Além disso, buscou-se conhecer dos estudantes entrevistados se os alunos com deficiência são bem recepcionados pelos colegas na sala, os dados demostraram que 63% disseram que não, e 36,8% disseram que sim, os alunos são bem recepcionados pelos colegas. Os resultados da pesquisa também indicam que 70% dos estudantes acreditam que a escola que frequentam não possui estrutura física para atender alunos com necessidades especiais, ao passo que 29% disseram que a escola está sim estruturada para receber esses alunos.
CONCLUSÕES:
Os resultados desse estudo indicam que a maioria dos estudantes entrevistados não conhecem alunos com deficiência em suas respectivas salas, esse fato indica que o percentual de alunos incluídos em turmas de ensino regular ainda é pequeno, uma vez que na escola possui poucos estudantes com necessidades especiais. A maioria dos alunos acreditam que os estudantes deficientes devem estar inseridos em escolas comuns, e que a atenção extra requerida por esse aluno não atrapalha o rendimento escolar dos demais colegas, porem disseram que não costumam recepcionar bem esses alunos. Por fim evidencia-se que os estudantes acreditam que os professores não possuem preparação suficiente que lhes permita dar aulas em turmas inclusivas e, além disso, afirmam que a escola que frequentam não possui estrutura física para atender a estudantes com necessidades especiais. Diante disso esse estudo vem alertar sobretudo para a necessidade de capacitação dos profissionais para trabalharem com alunos com necessidades especiais em turmas inclusivas, visto que a grande maioria desses profissionais não possuem tal capacitação. Não deixando de destacar também a importância da mudança na estrutura física dessas escolas para atender a esse público.
Palavras-chave: Realidade, Estudante, Deficiência.