65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
A CONTRIBUIÇÃO DA PAISAGEM NATURAL AO ENSINO DE CIÊNCIAS: EXPLORANDO O PARQUE NACIONAL DA TIJUCA (RIO DE JANEIRO, RJ)
Andréa Espinola de Siqueira - Profa. Dra./Orientadora – Depto. de Ensino de Ciências e Biologia - UERJ
Danielle Bento de Souza Barros - Depto. de Ensino de Ciências e Biologia - UERJ
Danielle Cristina Duque Estrada Borim - Depto. de Ensino de Ciências e Biologia - UERJ
Lúcio Meirelles Palma - Parque Nacional da Tijuca, ICMBio
INTRODUÇÃO:
A partir da preocupação em tornar o ensino mais eficiente e prazeroso, surgiram diferentes formas educacionais, buscando o aumento do interesse dos alunos nos conteúdos abordados. A educação não formal atende a demanda das gerações atuais, nascidas na era digital e em meio às tecnologias da informação e da comunicação, que desafiam os professores a não permanecerem presos ao quadro e ao giz, com os livros didáticos para ilustrar as aulas. A aula fora da escola pode propiciar que, em uma única visita, o aluno compreenda as correlações entre o tema abordado em sala e o que está sendo vivenciado na visita, facilitando a aprendizagem e evitando a fragmentação dos conteúdos. O Parque Nacional da Tijuca (PNT) foi escolhido como lugar para o desenvolvimento deste trabalho, pois sua contribuição vai além da exploração dos temas de Ciências, permitindo também a abordagem de questões históricas e ambientais. A preservação do Parque também é de extrema importância para a cidade do Rio de Janeiro, pois a existência dessa grande área verde colabora para o regime de chuvas, para o equilíbrio da temperatura, para a qualidade do ar e garante também a reserva de água para parte da cidade, protegendo os mananciais responsáveis por ela, além de proteger o solo contra a erosão.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho teve como objetivos fornecer subsídios teóricos para a realização de uma aula externa dentro de uma Unidade de Conservação: o Parque Nacional da Tijuca. Por meio de um guia de campo com alguns temas do currículo de Ciências, destaca-se a importância da contextualização histórica do parque com ênfase nas questões relacionadas ao desmatamento, reflorestamento e espécies exóticas.
MÉTODOS:
Foram realizadas visitas ao Parque Nacional da Tijuca para que a trilha proposta (Trilha dos Estudantes) fosse analisada e as características importantes anotadas, visando à elaboração de sugestões para o desenvolvimento de temas de Ciências encontrados no currículo do Ensino Fundamental II. Algumas dessas visitas foram realizadas sob a orientação do Grupo de Monitoria Ambiental, que destacou questões relevantes no trabalho de manejo do parque. A trilha possui três pequenos trajetos, começando logo após a entrada pelo portão principal e terminando no Centro de Visitantes. O roteiro elaborado para os professores de Ciências contém alguns temas que podem ser abordados durante a visita e sugestões para o seu desenvolvimento, além de imagens que foram registradas para ilustração do guia de campo. O material inclui também uma estimativa do tempo de permanência em cada trajeto que compõe a trilha, algumas sugestões de pontos de parada para observações e as principais questões a serem discutidas junto aos alunos durante a visita ao PNT. Todas as informações contidas nas placas encontradas no percurso foram transcritas para o guia de campo, assim como as informações dos painéis da exposição do Centro de Visitantes, com a finalidade de servir como fonte de consulta para o professor.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Destaca-se no guia de campo a contextualização histórica do PNT, com ênfase nas questões relacionadas ao desmatamento, reflorestamento e introdução de espécies exóticas, reiterando a história do parque, assim como a conscientização sobre a sua permanência e conservação nos tempos atuais e para as gerações futuras. A valorização do estudo das plantas é enfatizada por constituir a base das cadeias alimentares de todos os ecossistemas, além da flora brasileira apresentar espécies de interesse farmacológico, medicinal, ornamental e alimentício. A proposta do guia é similar a um movimento encontrado no curso de Ciências Naturais dos Estados Unidos, onde o docente busca novas formas de abordagens do conteúdo, com o intuito aumentar o interesse dos alunos, privilegiando a pesquisa ao ar livre (JACOB, 2012). Reitera-se que as aulas em espaços não formais, além de suprir muitas vezes as carências da escola, podem também favorecer a criação de bagagem cognitiva, servindo como um recurso pedagógico complementar (VASCONCELOS & SOUTO, 2003). Pretende-se facilitar a prática pedagógica dos professores na realização de uma aula não formal, subsidiando reflexões acerca de questões ambientais, históricas entre outras, imbuindo os alunos da capacidade crítica, tão necessária à prática da cidadania.
CONCLUSÕES:
É sabido que a elaboração de um roteiro exige do professor tempo, já que são necessárias visitas prévias, buscas por informações do local, além de análise dos possíveis temas a serem abordados. Com isso, a possibilidade de ter um roteiro já estabelecido para consulta, permite ao professor uma economia de tempo. O guia de campo proposto viabiliza a abordagem de temas incluídos no currículo de Ciências do Ensino Fundamental e alguns outros de relevância histórica e ambiental, de modo que a aula não formal dentro de uma Unidade de Conservação permita o educar para a cidadania. A proposta de uma aula externa apresentando os temas de forma contextualizada, demonstrando causas, problemas e consequências, possibilita que os alunos absorvam os conhecimentos e assim os relacionem com outros assuntos e outros problemas que venham a ser apresentados a eles em sua vida cotidiana. Espera-se que a possibilidade de realização de uma aula não formal nas dependências do Parque Nacional da Tijuca contribua para a formação dos alunos, incentivando-os a serem cidadãos com senso crítico do ponto de vista socioambiental, questionadores e conscientes de seu papel na sociedade.
Palavras-chave: Espaços não formais, Parque Nacional da Tijuca, Guia de campo.