65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
CARACTERIZAÇÃO FITOSSOCIOLÓGICA DA ESPÉCIE Carapa guianensis Aubl. EM UMA ÁREA DE FLORESTA DE VÁRZEA NO ESTADO DO AMAPÁ- BRASIL
Luma Carolina Borges Pereira - Acadêmica do colegiado de Ciências Biológicas- UNIFAP
Luandson Araújo souza - Acadêmico de Engenharia Florestal- UEAP
Carla Samara Campelo de Sousa - Acadêmica de Engenharia Florestal- UEAP
Allan Jhonathan da Silva Gomes - Acadêmico do colegiado de Ciências Biológicas- UNIFAP
Wegliane Campelo da Silva Aparício - Prof. Dra./Orientadora-Depto de Biologia-UNIFAP
Perseu da Silva Aparício - Prof. Dr./Co-orientador-Depto de Engenharia Florestal-UEAP
INTRODUÇÃO:
A espécie Carapa guianensis Aubl., conhecida popularmente como andirobeira pertencente a família Meliaceae, na qual tem como principais características a presença de folhas compostas e frutos do tipo cápsulas, vem sendo explorada e comercializada por possuir grande potencial tanto madeireiro quanto não madeireiro, pois sua madeira possui basicamente a mesma qualidade do mogno tendo boa aceitação pelo mercado, e seus frutos servem de alimentos para diversos animais, além de poder-se extrair óleo com propriedades medicinais. Esta espécie é encontrada principalmente em áreas de várzea, porém também é encontrada em terra firme com menor número de indivíduos. As áreas de várzea do estado do Amapá constituem o segundo maior ambiente florestado da região, tendo sua abrangência e concentração nas margens dos rios, onde passa a ser regulada pelo regime das marés. Estudar a fitossociologia de uma determinada espécie envolve o estudo de todos os fenômenos que possam se relacionar com a vida das plantas, retratando o complexo vegetação, solo e clima. Assim analisa-se o seu desenvolvimento e as inter-relações que nela possam existir.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho teve como objetivo verificar a similaridade e os padrões fitossociológicos da espécie Carapa guianensis Aubl. com os elementos ambientais de uma floresta de várzea afim de contribuir para o regime de manejo e conservação da mesma.
MÉTODOS:
A área de estudo foi uma floresta de várzea conhecida como Igarapé da Fortaleza entre os municípios de Macapá e Santana-AP com as seguintes coordenadas geográficas (0º 2’ 42.58” S e 51º 8’ 11.05” O). Para o estudo fitossociológico das espécies limitou-se uma área de 27 ha instalando 30 parcelas de 10 x 15m (150m2) o equivalente a 0,45 ha de universo amostral. A distribuição das parcelas foi definida através do processo de amostragem aleatória simples, na qual foi feito o sorteio prévio do local de cada parcela, estando todas dispostas ao longo do afluente do rio Amazonas e mapeadas no seu início com o auxílio de GPS de navegação através das coordenadas UTM - Universal Transversa de Mercator. Foram incluídos no inventário florestal todos os indivíduos arbóreos com circunferência a 1,30 m do solo (CAP) igual ou superior 15,7 cm com posterior conversão para diâmetro (DAP), totalizando 21 indivíduos. Foram estudados os seguintes parâmetros fitossociológicos: freqüência absoluta e relativa, densidade absoluta e relativa, dominância absoluta e relativa e valor de importância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram encontrados um total de 21 indivíduos de Carapa guianensis, com indivíduos de menor diâmetro de 7,5 cm e maior de 47,75 cm. As alturas dos indivíduos variaram de 2 a 20 m. Estas características dendrométricas permite afirmar que a Carapa guianensis possui uma capacidade de enfrentar fatores limitantes do meio. A Carapa guianensis apresentou 46,667 indivíduos por ha(DA), gerando uma área basal de 2,012 m2/ha (DoA). A distribuição dos indivíduos ocorreu de forma significativa com frequência absoluta de 33,33, a qual representa 3,33% do total. Baseados nesses parâmetros o valor de importância da Carapa guianensis colocou a espécie entre as dez mais representativas da área. A representatividade em todos os parâmetros fitossociológicos confirma aptidão da espécie em se estabelecer na área em questão.
CONCLUSÕES:
A Carapa guianensis apresentou uma elevada densidade em todas as parcelas, com elevado valor de importância (VI), mostrando uma boa capacidade de adaptação ao ambiente estudado. Solos hidromórficos de boa fertilidade e o regime de cheias e vazantes do rio Amazonas, o qual, em vários períodos do ano, inunda a floresta, fazem com que o ambiente de várzea estuarina crie uma condição especial, tornando altamente dinâmico.
Palavras-chave: Andiroba, Estuário amazônico, Inventário florestal.